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Apesar de queda na Selic, renda fixa ainda é boa opção

O cenário deve permanecer semelhante no médio prazo, já que a queda da inflação em ritmo mais acelerado garante ganho real para o investidor

Renda fixa: o momento positivo de ganho real expressivo ainda deve durar alguns meses (BrianAJackson/Thinkstock)

Renda fixa: o momento positivo de ganho real expressivo ainda deve durar alguns meses (BrianAJackson/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de julho de 2017 às 11h38.

São Paulo - Mesmo com as recentes quedas na taxa básica de juros, a Selic - que caiu quatro pontos porcentuais em um ano, chegando aos atuais 10,25% - investir em renda fixa no Brasil continua sendo garantia de boa rentabilidade.

E o cenário deve permanecer semelhante no médio prazo, independentemente do que fizer o Banco Central. Isso porque a queda da inflação em ritmo mais acelerado garante ganho real para o investidor.

"Os cortes (da Selic) impactam sobre os investimentos, sem dúvida. Mas, quando comparamos com o resto do mundo, o Brasil continua com um juro alto, mesmo com as quedas recentes. Portanto, continua rendendo bem pelos próximos meses", explica Sandro Baroni, gerente de preços e índices da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

No ranking mundial de juros reais, elaborado pela Infinity Asset Management, o Brasil encontra-se atrás apenas da Rússia quando projetados os ganhos para os próximos 12 meses, a partir de maio, com desconto da inflação (veja o quadro abaixo). Na sequência, aparecem Turquia, Indonésia e Colômbia. Em abril, o Brasil ocupava o primeiro lugar da lista.

"Os russos promoveram um corte de juros mais modesto, combinado a uma inflação menor, por isso as posições foram invertidas. Mas vamos continuar atraentes por um bom tempo", opina o economista da gestora Infinity, Jason Vieira. "Conforme a economia recupera-se e ainda há rendimento, abre-se um ciclo positivo para os investidores, que continuarão olhando para o nosso mercado."

Na avaliação de Baroni, a tendência é que os investidores insatisfeitos com seus rendimentos busquem opções mais arriscadas nos próximos meses.

"Uma opção seria apostar em títulos de prazo maior, como os Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) ou debêntures. Quem assume o risco, pode manter a rentabilidade em alta. Mas quem optar por manter seus investimentos baseados em juros, não sairá perdendo tanto assim", diz. Uma solução inteligente, afirma o especialista, é investir uma parte do dinheiro em cada modalidade de investimento, uma forma de potencializar os ganhos.

Esse momento positivo de ganho real expressivo ainda deve durar alguns meses. Por isso o mais indicado, segundo os especialistas, é analisar o cenário para decidir se realmente vale a pena trocar de investimento nesse momento, avalia Baroni.

"Os juros continuarão caindo, mas não irão despencar. É importante analisar que um corte não significa uma taxa efetivamente baixa, conforme temos visto. O Banco Central cortou e, mesmo assim, o número continua elevado. Ou seja, há um bom rendimento. A situação pode levar a uma percepção de retorno menor", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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