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Apesar de caro, seguro para celular pode valer a pena?

Custo do seguro pode chegar a 54% do preço do aparelho; conheça as coberturas e os preços cobrados pela Vivo, Tim, Mapfre e Porto Seguro


	Como preço do seguro ainda é elevado, a contratação pode fazer mais sentido para quem se expõe mais a riscos
 (John Moore / Getty Images)

Como preço do seguro ainda é elevado, a contratação pode fazer mais sentido para quem se expõe mais a riscos (John Moore / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2013 às 14h04.

São Paulo – Com preços de smartphones ultrapassando a casa dos mil, dois mil e até três mil reais, os seguros para celular têm ganhado cada vez mais adeptos. Na Tim, a procura por esse tipo de produto cresceu mais de 500% no primeiro trimestre de 2013. Mas, ainda pesam na decisão do consumidor o preço do seguro, que chega a 54% do valor do aparelho (um seguro de carro considerado caríssimo não passa de 10%) e a falta de contrapartidas interessantes, já que a cobertura não inclui, por exemplo, furtos simples, nem reparação, em muitos casos. 

Vale a pena contratar?

Assim como no caso de automóveis, pode fazer sentido contratar o seguro para smartphones pela alta incidência de roubos e furtos que ocorrem no país. Uma pesquisa realizada pela F-Securecompanhia de softwares de segurança finlandesa, com 6.400 usuários de banda larga em 14 países, mostrou que 25% dos brasileiros afirmaram que já tiveram seus celulares roubados ou perdidos, contra uma média mundial de 11%. 

Mas, cabe ao consumidor avaliar se ele está disposto a pagar entre 8% a 54% (veja os custos no final da matéria) do valor do aparelho pelo seguro e se ele costuma expor seu celular ao risco ou não. 

“O seguro para celular é um produto que faz sentido, mas infelizmente, como há muitas fraudes praticadas pelos segurados, o prêmio é elevado, os pacotes são enxutos e em alguns casos o segurado não recebe o mesmo aparelho depois do sinistro”, explica João Cardoso, cofundador da corretora de seguros online TaClaro.

Diante dos altos preços, ele acredita que o seguro pode não ser vantajoso para alguém que não se expõe muito a riscos. “Como o prêmio é muito elevado, só compensa de fato se a pessoa correr um risco muito elevado, já que com o mesmo prêmio é possível fazer um seguro de residência”, diz.

O seguro contra roubo e furto para um iPhone 5 (vendido pela Vivo por 1.649 reais) sai por 318 reais na Porto Seguro. E um seguro de residência com coberturas de incêndio, danos, roubo, vendaval e granizo e vidros quebrados da Zurich Seguros sai por 300 reais (simulação feita na TaClaro). 

Por isso, antes de contratar um seguro, é preciso ler o seu contrato com cuidado para entender que tipo de cobertura ele oferece, qual é a indenização e se há cobrança de franquia.

Além disso, os preços praticados mostram que, dependendo do valor do celular e da seguradora, o seguro pode sair mais ou menos caro em termos proporcionais. Na Tim, por exemplo, para um celular de 200 reais o seguro custa 54% do aparelho, enquanto para um celular de 2.500 reais equivale a 8% do valor do celular.

Leia a seguir algumas das principais características dos seguros para celulares e avalie se eles podem ser vantajosos para você. 

Quem vende?

Atualmente, os seguros para celular são comercializados principalmente pelas seguintes empresas: Vivo (por meio da seguradora Zurich) e Tim (por meio da seguradora Assurant Solutions), que vendem o seguro junto com a compra do celular nos próprios pontos de vendas das operadoras ou em seus sites; Porto Seguro, que vende o seguro diretamente no site; ou pela Mapfre, que vende o produto em redes varejistas, como Casas Bahia e Fast Shop.


Cobertura

As coberturas do seguro de roubo e furto oferecidas são muito semelhantes entre uma empresa e outra. Nos planos básicos, a cobertura inclui indenização apenas em caso de roubo ou furto qualificado, quando o bem é furtado após destruição ou rompimento de um obstáculo. No caso de furto simples, quando a subtração ocorre sem vestígios, como no furto de um celular dentro de uma bolsa, o segurado não recebe indenização.

Algumas seguradoras também oferecem a contratação de coberturas adicionais para danos físicos e elétricos por um preço mais elevado. 

Sinistro

O sinistro deve ser sempre comprovado por meio da apresentação de um boletim de ocorrência. Nikolaos Tetradis, superintendente de seguros especiais do Grupo BB e Mapfre, explica que, além de solicitar o boletim, a seguradora pode fazer uma auditoria para comprovar o sinistro. “Essa investigação acontece aleatoriamente, como em qualquer outro tipo de seguro. A seguradora pode ligar para o segurado, por exemplo, ou investigar de outras maneiras se o furto foi qualificado mesmo”, diz.

É importante observar no contrato quais outros documentos podem ser exigidos em caso de sinistro. A Vivo, por exemplo, pede, além do boletim de ocorrência, uma carta escrita pelo segurado sobre o roubo e a nota fiscal da compra do aparelho.

Indenização e franquia

O pagamento da indenização pode ser feito em dinheiro, ou por meio da reposição de outro aparelho similar ou igual, o que vai depender do contrato. Se o pagamento for feito em dinheiro, as seguradoras costumam pagar o valor do celular, que consta na nota fiscal do aparelho, menos a franquia e a depreciação no período.

A franquia - parte do prejuízo que fica sob a responsabilidade do segurado – da Tim e da Vivo equivale a 25% do valor do aparelho, na Porto Seguro equivale a 10% e na Mapfre a 15%. E no seguro da Mapfre, por exemplo, no primeiro ano do celular não é feito nenhum desconto a título de depreciação. Mas a partir do segundo ano, é descontado da indenização 15% do valor do celular e no terceiro ano 30%. 

Por isso, além de avaliar o preço do seguro, é recomendável checar o tipo de indenização, se há previsão de pagamento de franquia e se há descontos pela depreciação do aparelho, para evitar sustos ao receber um celular diferente do seu ou um valor muito menor do que o esperado. 

Assistência 

Além dos seguros contra roubo e furto, também é possível contratar uma assistência, serviço que ainda é pouco difundido no mercado. A principal empresa de assistência para celular hoje é a Pitzi. Com mensalidades que variam entre 5 e 30 reais (para um iPhone 5 o custo é de 25 reais), a empresa conserta qualquer tipo de falha eletrônica ou mecânica que aconteça durante uso normal ou por causa de um acidente.

E caso o dano seja causado por acidente, é cobrada uma taxa adicional de 75 reais pela reparação. A reparação é feita com os fabricantes dos aparelhos diretamente, ou em assistências autorizadas. “Quando acontece qualquer problema, o cliente envia o celular para a Pitzi por sedex, nós pagamos o frete de ida e volta e nossos 'gurus de celulares' consertam o celular e o devolvem rapidamente. Em São Paulo, prometemos o celular de volta em 5 dias úteis”, afirma Daniel Hatkoff, sócio-diretor da Pitzi.


Valores

Tim

Os preços praticados pela Tim são tabelados e variam de acordo com o valor do aparelho, conforme a tabela abaixo:  

Valor do Aparelho Custo Percentual do preço do celular por ano
R$ 0,00 a R$ 199,99 R$ 6,49 (ou 77,88 somando 12 parcelas) 39% (para celular de R$ 199)
R$ 200,00 a R$ 599,99 R$ 8,99 (ou 107,88 somando 12 parcelas) 54% (para celular de R$ 200) a 18% (para celular de R$ 599)
R$ 600,00 a R$ 999,99 R$ 11,99 (ou 143,88 somando 12 parcelas) 23% (para celular de R$ 600) a 14% (para celular de R$ 999)
R$ 1.000,00 a R$ 2.500,00 R$ 18,49 (ou 221,88 somando 12 parcelas) 22% (para celular de R$ 1.000) a 8% (para celular de R$ 2.500)

Fonte: Site da Tim (cálculos de porcentagem feitos pela equipe de EXAME.com)

Vivo

Os preços praticados pela Tim são tabelados e variam de acordo com o valor do aparelho, conforme a tabela abaixo:  

Valor do aparelho Custo Percentual do preço do celular por ano
Até R$ 250,00 R$ 6,49 (ou 77,88 somando 12 parcelas) 31,15% (para celular de R$ 250)
De R$ 251,00 até R$ 500,00 R$ 8,99 (ou 107,88 somando 12 parcelas) 42% (para celular de R$ 251) a 21% (para celular de R$ 500)
De R$ 501,00 até R$ 1.000,00 R$ 11,99 (ou 143,88 somando 12 parcelas) 28% (para celular de R$ 501) a 14,38% (para celular de R$ 1.000)
De R$ 1.001,00 até R$ 2.500,00 R$ 18,49 (ou 221,88 somando 12 parcelas) 22% (para celular de R$ 1.001) a 8% (para celular de R$ 2.500)

Fonte: Site da Vivo (cálculos de porcentagem feitos pela equipe de EXAME.com)

Porto Seguro

A seguradora não disponibiliza uma tabela com preços fixos, mas é possível fazer simulações no site. Veja na tabela a seguir algumas simulações feita por EXAME.com. 

Aparelho Valor do seguro contra roubos e furtos qualificados Percentual do preço do celular Seguro contra roubos e furtos qualificados + danos físicos e elétricos* Percentual
iPhone 5 16GB (R$ 1.649 reais na loja da Vivo) R$ 318,73 (ou 4x de R$ 79,68) 19,32% R$ 339,98 (ou 4x de R$ 85,00 ) 20,61%
Samsung Galaxy S4 (R$ 989 na loja da Vivo) R$ 191,16 (ou 4x de R$ 47,79 ) 19,32% R$ 203,90 (ou 4x de R$ 50,98) 20,61%
Motorola Razr Maxx (R$ 539 na loja da Vivo) R$ 104,18 (ou 4x de R$ 26,05) 19,32% R$ 111,13 (ou 4x de R$ 27,78) 20,61%

Mapfre

Como a Mapfre não comercializa o seguro de forma direta, mas por meio de redes varejistas, o preço pode variar. Mas, segundo o superintendente de seguros especiais da Mapfre, os prêmios dos seguros contra roubos e furtos giram em torno de 13% a 18% do valor do bem. “O preço varia de acordo com o canal de venda, porque cada varejista pode determinar uma margem na venda do produto. E os preços também mudam de acordo com o tipo de cobertura, com valor do aparelho, e com o risco: um seguro de iPhone pode ser mais caro porque ele é mais visado, já que é um celular vendido mais facilmente no mercado negro”, explica Nikolaos Tetradis

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