Os aluguéis na cidade de São Paulo, considerados um dos mais caros do país, tiveram uma alta acima da inflação em fevereiro. Enquanto os contratos já em andamento foram reajustados pelos principais índices (IGP-M e IGP-DI), os aluguéis "de mercado" - ou seja, de imóveis que estão em oferta - subiram um pouco mais, puxando o reajuste para 4,2% no acumulado dos últimos 12 meses.

Até 2003, a média dos aluguéis (levando em conta os de contrato e os de mercado) costumava ficar abaixo da inflação. Ou seja, podiam ser considerados relativamente baratos. De dois anos para cá, porém, quem procura um imóvel para alugar percebeu a alta geral nos preços.

O motivo está na falta de oferta. "São muitas pessoas querendo alugar e poucos prédios e casas disponíveis na cidade", diz Cícero Yagi, consultor do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Os imóveis que mais subiram de preço foram dos de dois quartos, com reajuste de 0,8% no mês passado.

Yagi acredita, porém, que a situação possa se reverter até o final do ano. "Com os juros em queda, é possível que os investidores voltem a aplicar em imóveis", diz. Com a possibilidade de novas construções, a tendência é de que o preço médio dos aluguéis volte a cair.

A cidade de São Paulo, junto com o Rio de Janeiro, tem os aluguéis mais caros do país. Uma residência de dois quartos na região Oeste de São Paulo tem valor de locação que varia de 11,06 reais a 12,29 reais o metro quadrado. Na região Sul (que inclui os Jardins), o valor fica entre 10,94 reais e 15,09 reais para as residências de três dormitórios.