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Agências online passam a parcelar viagens no boleto. Vale a pena?

Parcelamento no boleto online é opção para quem não quer comprometer o limite do cartão de crédito ou não tem conta em banco

Viagem e internet: segundo a Anac, 112 mil voos são cancelados por ano no Brasil, ou 11,6% do total (seb_ra/Thinkstock)

Viagem e internet: segundo a Anac, 112 mil voos são cancelados por ano no Brasil, ou 11,6% do total (seb_ra/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 05h00.

Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 05h00.

São Paulo - Agências online de viagem e companhias aéreas copiaram os sites de grandes varejistas e passaram a oferecer uma nova modalidade de pagamento: o parcelamento no boleto pela internet.

Para os clientes, pagar no boleto é uma forma de manter o limite do cartão de crédito liberado para despesas de emergência do dia a dia ou para gastos extras durante a viagem. Esse meio de pagamento também atender a um novo público para os sites que vendem viagens: quem não tem acesso a crédito nos bancos.

"É o crediário das agências online de viagem. Assim, conseguimos chegar até clientes que não chegamos hoje, os desbancarizados", diz Bob Rossato, co-fundador e diretor da agência online Viajanet. Hoje, no Brasil, 60 milhões de pessoas não têm conta em banco, quase metade da população economicamente ativa, segundo o IBGE.

Na Viajanet, quem compra pelo telefone ou tem o cartão de crédito negado pelo site pode pagar a viagem por boleto enviado por e-mail, em até 12 vezes. A modalidade de pagamento deve estar liberada para qualquer cliente pelo site ainda neste semestre.

Na companhia aérea Avianca, consumidores que compram pelo telefone ou têm o cartão de crédito negado no site também podem parcelar no boleto online.

As empresas oferecem os boletos parcelados em parceria com a fintech Koin, especializada nessa solução de pagamento para e-commerces. A startup faz uma análise de crédito e de fraude da transação em segundos, usando os dados informados no cadastro do cliente. Assim, assume o risco de inadimplência do consumidor.

A fintech também trabalha com as agências online CVC e Decolar, que estudam incluir o parcelamento no boleto em seus sites. Nas lojas físicas da CVC, maior operadora de viagens do país, 30% dos clientes usam essa forma de pagamento, que aumentou 10% em 2018.

    "No setor do turismo, o ticket médio de venda é mais alto do que na maioria dos setores do e-commerce. É interessante oferecer mais uma possibilidade de parcelamento além do cartão de crédito", diz Gabriel Franco, CEO da Koin. 

    Para parcelar a viagem no boleto online da Koin, o consumidor para uma taxa de juros de 1,89% ao mês e, se não quitar em dia, paga multa de 2% e juros de 1% ao mês. As taxas são mais baixas que as do cartão de crédito, que são de até 17,90% ao mês para parcelar e até 18,45% ao mês para quem não paga em dia, segundo o Banco Central.

    No site Hurb, o antigo Hotel Urbano, qualquer um que compra pelo site pode parcelar a viagem por boleto em até cinco vezes. A agência não cobra juros, mas é preciso quitar todas as parcelas antes de viajar.

    Vale a pena?

    Se você tem o dinheiro na conta, é sempre melhor pagar a viagem à vista para não comprometer a renda futura. A dica é ainda mais pertinente em momentos de instabilidade na economia, como o atual. O ideal é se planejar e investir em uma aplicação, mas às vezes é difícil e a dívida vale a pena.

    Parcelar é uma boa quando o valor da viagem é muito alto, a parcela cabe no orçamento mensal e você não quer comprometer o limite do cartão de crédito para usar em emergências ou durante a viagem. Só a assuma a dívida se tiver certeza que conseguirá arcar com ela.

    Para isso, é fundamental saber quanto você ganha e quanto você gasta todo mês. O boleto parcelado só deve ser usado por quem conhece seu orçamento. 

     

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