Minhas Finanças

Quanto ganhou quem investiu na Petrobras do ano 2000 para cá

Quem investiu na estatal de 2007 para cá perdeu dinheiro; veja quanto teria hoje quem tivesse aplicado 100 mil reais na empresa em cada ano desde 2000


	Visão aérea da plataforma P-52 da Petrobras na Bacia de Campos: ações vêm subindo com queda da popularidade de Dilma
 (Bruno Domingos/Reuters)

Visão aérea da plataforma P-52 da Petrobras na Bacia de Campos: ações vêm subindo com queda da popularidade de Dilma (Bruno Domingos/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2014 às 12h38.

São Paulo – Em outros tempos, investir na Petrobras já foi sinônimo de negócio sólido; mas mais recentemente, o papel da estatal viu fortes tombos, e agora a companhia se vê envolta em uma série de escândalos – porém com suas ações em alta.

Desde que começaram a sair as primeiras pesquisas eleitorais, na terceira semana de março, as ações da Petrobras já dispararam mais de 35%. Antes disso, porém, elas chegaram, em fevereiro, ao seu menor patamar de preço desde 2008, ano da crise econômica mundial.

As altas recentes nas ações da estatal se devem à perda de popularidade da presidente Dilma Rousseff. Isso se deve ao fato de que o forte intervencionismo do governo na estatal tem sido um dos principais motivos de insatisfação dos investidores.

Apesar da recente alta, a Petrobras atualmente se vê no centro do noticiário político e econômico em função de uma série de escândalos e da possibilidade de uma instalação de uma CPI.

A pedido de EXAME.com, a consultoria Economatica fez um levantamento mostrando quanto teria hoje um investidor que tivesse investido 100 mil reais na Petrobras, tomando como base o início de cada ano desde 2000.

Na tabela abaixo, portanto, você pode ver quanto ganhou – ou perdeu – até 3 de abril de 2014 o investidor que pôs 100 mil reais em ações da Petrobras no início de 2000 ou no início de 2001 ou no início de 2002, e assim por diante.

Quem investiu R$ 100.000... Com reinvestimento de dividendos (R$) Sem reinvestimento de dividendos (R$) Aplicação em um investimento atrelado à taxa Selic (R$)
...no início de 2000 tem hoje 528.000 267.800 658.428
...no início de 2001 tem hoje 521.200 269.100 560.298
...no início de 2002 tem hoje 436.200 240.900 477.922
...no início de 2003 tem hoje 452.100 265.500 401.108
...no início de 2004 tem hoje 253.800 161.300 325.099
...no início de 2005 tem hoje 188.000 126.800 279.678
...no início de 2006 tem hoje 118.500 82.800 234.772
...no início de 2007 tem hoje 84.100 61.800 204.014
...no início de 2008 tem hoje 45.700 34.800 182.434
...no início de 2009 tem hoje 84.800 67.400 162.204
...no início de 2010 tem hoje 51.100 42.000 147.526
...no início de 2011 tem hoje 66.300 56.400 134.397
...no início de 2012 tem hoje 81.200 71.700 120.357
...no início de 2013 tem hoje 87.200 78.900 110.966
...no início de 2014 tem hoje 95.900 90.200 102.545

Fonte: Economatica e Banco Central.


Na primeira coluna de valores, considera-se que todos os dividendos distribuídos pela empresa foram reinvestidos. Ou seja, considera-se não só o ganho com a elevação ou a perda com a queda do preço das ações como também do ganho com dividendos distribuídos.

Na segunda coluna, considera-se apenas o desempenho dos papéis, sem levar em conta os dividendos distribuídos. E na última considera-se quanto o investidor teria ganhado se tivesse aplicado os 100 mil reais em um investimento atrelado à taxa básica de juros, a Selic, como as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos públicos negociados via Tesouro Direto.

As quantias estão expressas em termos nominais – isto é, quanto de dinheiro o investidor tinha de fato em 3 de abril, sem descontar a inflação. Além disso, não há desconto de imposto de renda e taxas, como corretagem e custódia.

Note que quem investiu na Petrobras até 2006 ainda está no lucro, em termos nominais. Porém, quem investiu de 2007 para cá está no prejuízo. Desde então, houve altos e baixos violentos, mas o mau desempenho das ações no longo prazo pode ser explicado por inúmeros fatores.

Um deles é a crise econômica mundial em 2007-2008 e seus reflexos posteriores; há ainda a desaceleração recente da economia chinesa, grande consumidora das commodities brasileiras; e a grande necessidade de investimentos por parte da estatal para a exploração do pré-sal.

Mas talvez o fator mais pesado para a Petrobras seja a percepção de que o intervencionismo estatal na companhia venha sendo forte demais.

O sinal mais emblemático disso é o controle mantido sobre os preços dos combustíveis, defasados em relação aos preços internacionais e prejudiciais ao já enorme endividamento da empresa. Contudo, se corressem soltos, esses preços agravariam ainda mais a já preocupante inflação.

O sentimento de interferência estatal aumentou a partir da Capitalização da Petrobras, ocorrida em setembro de 2010, quando os investidores puderam reservar ações para tentar obter ganhos de longo prazo com o investimento no pré-sal. O governo aproveitou a ocasião para aumentar sua participação na empresa e diluir os minoritários.

Um investidor que tenha aplicado na Capitalização da Petrobras teve, de lá para cá, uma perda de nada menos que 35,5%. No período, a taxa básica de juros (Selic) acumulou ganho 38,12%.

Vídeo: Petrobras despenca em reputação, mas dispara na Bolsa

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