Calendário e avião: além da antecedência, baixa temporada e dia do voo também ajudam a economizar (Nuthawut Somsuk/Thinkstock)
Marília Almeida
Publicado em 17 de março de 2018 às 07h00.
Última atualização em 26 de março de 2018 às 09h46.
São Paulo - Diferentemente do senso comum, comprar passagens aéreas com muita antecedência não irá permitir que você pague uma bagatela pelo bilhete, ao menos quando se trata de viagens pelo Brasil.
Levantamento do buscador de voos e hotéis Viajala mostra que a antecedência ideal para comprar bilhetes para os principais destinos nacionais é de cerca de dois meses. "É um mito pensar que iremos pagar um terço do preço de uma passagem para um destino nacional caso a compra seja feita um ano antes. Entre cinco meses a dois meses antes da viagem o preço do bilhete fica praticamente estável", diz Eduardo Martins, diretor do Viajala no Brasil.
Já entre dois meses a três semanas antes da viagem os preços sobem, em média, 8%. "É um aumento leve", diz o executivo. No caso de uma passagem de 600 reais, essa variação equivale a 48 reais. Ou seja, pode valer a pena esperar um pouco mais para ter mais folga no orçamento e não correr o risco de pagar juros por um empréstimo, caso o viajante se depare com gastos imprevistos e o orçamento fuja do controle.
É a partir de três semanas antes da data da viagem que os preços começam a oscilar de forma expressiva e, como consequência, o risco de pagar mais pelo bilhete fica maior. "Então, continua valendo a dica de que é necessário um planejamento mínimo para economizar na compra das passagens", complementa o executivo do Viajala.
O consumidor que compra sua passagem com antecedência de uma a três semanas em relação à data da viagem paga, em média, 27% mais do que o que compra com dois meses de antecedência ou mais. Já quem deixa a compra para a última semana paga, em média, 52% mais do que quem planeja a compra com dois meses ou mais de antecedência. "Há quem deixe a compra para a última hora esperando por uma grande promoção. Mas grandes promoções de última hora são exceções. É um grande risco esperar por elas", explica Martins.
A pesquisa analisou voos de ida e volta em rotas nacionais populares, como Rio-São Paulo, Recife-São Paulo, Porto Alegre-Rio de Janeiro, São Paulo-Salvador, Porto Alegre-São Paulo, Brasília-Rio de Janeiro e Brasília-São Paulo. Foram analisadas mais de 500 mil buscas de voos feitas entre 22 de janeiro de 2017 e 22 de janeiro de 2018 no site.
O mês escolhido para a viagem tem mais impacto no preço da passagem aérea do que o dia da semana. E, em alguns meses do ano, não importa a antecedência da compra: o viajante vai pagar mais caro pelo bilhete.
Quem viaja na baixa temporada, principalmente nos meses de março, abril e agosto, paga em média 25% menos do que quem viaja na alta temporada, nos meses de janeiro, julho e dezembro, independentemente do tempo de antecedência da compra.
Já a diferença média entre os dias mais caros e os mais baratos para viajar é de 7%. Os preços mais baixos encontrados pelo buscador são voos com partidas nas terças, quartas e quintas-feiras. Já os preços mais altos encontrados são voos com partidas nos sábados, domingos e segundas-feiras.
O mês mais caro observado para viajar é dezembro, quando os preços já costumam ser, em média 32% mais caro que todos os outros meses do ano, independentemente do tempo de antecedência da compra.
Mas não basta escolher o período de baixa temporada para economizar no bilhete: também é necessário estar atento a feriados e datas comemorativas no destino escolhido, diz Martins. "Eventos que atraem turistas podem aumentar o preço das passagens".
É importante também verificar o clima do destino escolhido para não cair em ciladas e pegar uma época de chuvas fortes, por exemplo, só para economizar. "Sempre há um meio termo entre a baixa e a alta temporada nas regiões brasileiras, quando o preço fica mais baixo, mas o clima ainda é bom para viajar. É esse meio termo que o viajante deve buscar”, conclui o executivo.