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9 instituições recomendam dividendos para setembro

Corretoras recomendam menos empresas do setor de energia em setembro


	Energia: Empresas de energia são sugeridas com mais cautela após anúncio de pacote do setor
 (Divulgação)

Energia: Empresas de energia são sugeridas com mais cautela após anúncio de pacote do setor (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 09h21.

Em setembro, as corretoras reduziram a participação de ações do setor de energia em suas carteiras recomendadas de empresas boas pagadoras de dividendos. A mudança é resultado do pacote de medidas anunciado pelo governo para reduzir o custo da energia elétrica. O anúncio inclusive chegou a impactar o resultado das carteiras sugeridas nos últimos dias de agosto, que tiveram, em sua maioria, rendimento abaixo do Ibovespa. O índice fechou o último mês aos 57.061 pontos, com alta de 1,72%.

As ações de empresas que pagam bons dividendos normalmente têm tendência de crescimento mais visível e pouca necessidade de investimento, por isso repassam mais facilmente os lucro obtidos aos acionistas. Em sua maior parte, são líderes de mercado e de setores de serviços públicos, como de telecomunicações e energia, que possuem demandas estáveis, pouco afetadas por crises de mercado.

Por causa destas características, as companhias elétricas costumam predominar nas carteiras de dividendos. Por isso, mesmo com uma menor participação de empresas do setor nas carteiras, as corretoras ainda recomendaram aquelas que não devem ser tão afetadas pelo novo pacote do governo, como a Tractebel e a Taesa, que concentram suas concessões no longo prazo.

No lugar das companhias elétricas retiradas das carteiras, foram recomendadas ações de bancos, telecomunicações e empresas do setor de infraestrutura, como a Vale e a CCR.

Além do impacto das medidas de regulação do setor energético, o pior rendimento das carteiras de dividendos em agosto também se atribui a outro fator. Com a forte recuperação da bolsa no início do mês, ações de caráter menos defensivo, que acompanham mais as altas do mercado, acabaram se destacando em relação às boas pagadoras de dividendos, que são mais estáveis.

Veja a seguir as carteiras de dividendos recomendadas pelas corretoras:

Bradesco / Ágora Corretora

A carteira de dividendos da Ágora Corretora teve queda de 5,3% no mês de agosto.

Papéis incluídos: Banco do Brasil. Papéis retirados: Energias do Brasil.

A corretora acredita que em setembro o mercado terá alta volatilidade e que, a menos que haja uma nova rodada de estímulos monetários, há pouco espaço para elevação no preço das ações. Em relação ao mercado doméstico, os analistas citam que, apesar de existirem sinais de recuperação, eles são desanimadores. “Embora a oferta ainda seja a principal questão, a demanda também está enfraquecendo”, diz o relatório mensal do Bradesco. O Banco do Brasil foi incluído na carteira, segundo a corretora, principalmente pelo fato de suas cotações terem sido negociadas com grande desconto em relação a outros bancos grandes recentemente.

Ação Código Preço-alvo (dez/2012) Yield estimado (2012)
Cemig CMIG4 R$ 48,14 6,1%
Cielo CIEL3 R$ 64,00 6,4%
Energias do Brasil ENEBR3 R$ 16,82 5,5%
Light LIGT3 R$ 33,77 6,0%
Telefônica Brasil VIVT4 R$ 57,00 10,5%

Ativa

A carteira defensiva da Ativa apresentou desvalorização de 3,36% em agosto e no ano teve alta de 6,58%.

Papéis incluídos: CCR. Papéis retirados: CPFL Energia.

A corretora afirma que optou por incluir as ações da CCR por alguns motivos centrais: o fluxo de caixa relativamente estável; a exposição ao setor doméstico; e pelo fato de a companhia se beneficiar em um cenário de aceleração do IGP-M, que segundo os analistas, são características interessantes em momentos de incertezas em relação à economia global. 

Ação Código Preço-alvo Yield estimado
CCR CCRO3 ND ND
Comgás CGAS5 ND ND
Light LIGT3 ND ND
Tractebel TBLE3 ND ND

Fator Corretora

Não foram divulgados comentários sobre alterações na carteira de setembro e sobre a rentabilidade da carteira do mês de agosto.

No relatório da corretora, a estrategista Lika Takahashi avalia que a bolsa brasileira continua “generalizadamente precificada” e poucas ações parecem atraentes. Ela acredita que, mesmo que a zona do euro se estabilize, o crescimento de médio e longo prazo será mais baixo do que o esperado pelas projeções do mercado. A estrategista tem uma estimativa de 60 mil pontos para o Ibovespa em 2012 e optou por manter a carteira privilegiando ações com preservação de capital, visibilidade de resultados/fluxo de caixa e balanços fortes e gestão de qualidade.

Ação Código Preço-alvo (dez.12) Yield estimado
Eternit ETER3 R$ 12,20 12,1%
Mahle Metal Leve LEVE3 R$ 21,70 8,3%
Valid VLID3 R$ 34,00 5,5%
Telefônica Brasil VIVT4 R$ 61,00 9,1%
Daycoval DAYC4 R$ 12,90 7,5%

Geral Investimentos

A carteira de dividendos da Geral Investimentos teve alta de 3,02% e no ano acumula valorização de 22,40%.

Papéis retirados: Telefônica.

Ações de companhias elétricas permanecem na carteira de dividendos da Geral, apesar das discussões sobre a regulação do setor. Os analistas justificam que a AES Tietê continua na carteira por conta de possíveis benefícios provenientes do contrato com a Eletropaulo e também pelo projeto de construção da Térmica a gás de Canas, orçado no valor de 1,1 bilhão de reais. A Cemig também continua na carteira por sua estratégia de longo, que mistura crescimento orgânico e crescimento via aquisições, e também porque a empresa se beneficia da projeção de inflação acima da meta e queda nas taxas de juros, entre outros motivos. E a Tractebel, também do setor de energia, é vista com otimismo pelos analistas por possuir uma estratégia pautada em crescimento e agregação de valor. Eles destacam que o adiamento da entrega do projeto de Jirau para 2013 deve possibilitar o maior fluxo de pagamento de dividendos da companhia em 2012.

Ação Código Preço-alvo Yield estimado
AES Tietê GETI4 ND 8,70%
Ambev AMBV4 ND 3,80%
Brasil Insurance BRIN3 ND 5,80%
Cemig CMIG4 ND 6,70%
Helbor HBOR3 ND 5,40%
JHSF JHSF3 ND 2,30%
Mahle Metal Leve LEVE3 ND 8,30%
Tractebel TBLE3 ND 3,5%

Omar Camargo

Em agosto, a carteira de dividendos da Omar Camargo registrou desvalorização de 9,25% e no ano a carteira acumula perda de 8,16%.

Papéis incluídos: Cemig. Papéis retirados: Oi.

A corretora comenta que em agosto as ações da Cteep caíram 21,63%, as da Oi recuaram 18,48% e as da Telefônica, -8,39%. A Oi sai da carteira porque só voltará a pagar dividendos após a aprovação das contas referentes a 2012, entre abril e maio do próximo ano. E segundo os analistas, as ações da Cemig foram incluídas porque apenas 7% do potencial de geração da companhia vence em 2015 e, por isso, o pacote de redução das tarifas elétricas não deve afetar tanto a empresa, que ainda tem possibilidade de distribuir dividendos “extraordinários” após o pagamento de uma dívida que o governo de Minas Gerais tem com a companhia.

Ação Código Preço-alvo Yield estimado
AES Tietê GETI4 ND ND
Cemig CMIG4 ND ND
Comgás CGAS5 ND ND
Cteep TRPL4 ND ND
Telefônica VIVT4 ND ND

Rico/Octo Investimentos

Em agosto, a Carteira Dividendos 8+ do Rico, home broker da Octo investimentos, apresentou queda de 1,91%. No ano, a carteira acumula ganho de 22,28%, contra 0,54% do Ibovespa.

Papeis incluídos: Vale. Papéis retirados: Eternit.

No relatório mensal, os analistas destacaram que as baixas dos papéis do setor de energia elétrica afetaram especialmente empresas que possuem vencimento para concessão em 2015 como Cesp, Transmissão Paulista e até Eletrobras, que não fazem parte da carteira. Eles continuam acreditando que as empresas com caráter mais defensivo e boas pagadoras de dividendos são uma boa alternativa de investimento por causa do cenário externo conturbado.

Ação Código Preço-alvo Yield estimado
AES Tietê GETI3 ND ND
Banco do Brasil BBAS3 ND ND
Cemig CMIG3 ND ND
Coelce COCE5 ND ND
Grendene GRND3 ND ND
Telefônica Brasil VIVT4 ND ND
Tractebel TBLE3 ND ND
Vale VALE5 ND ND

Santander

A carteira de dividendos do Santander teve queda de 7,09% em julho e no ano acumula alta de 8,90%.

Papéis incluídos: Souza Cruz. Papéis retirados: Cemig.

Os analistas optaram por incluir a Souza Cruz na carteira por acreditar que, com a queda das ações desde o dia 27/07 (-10,8%), o papel é uma boa oportunidade de compra. Sobre a retirada da Cemig, eles comentam que o risco regulatório, decorrente da redução do preço de energia dos contratos de concessão, deve ocasionar uma performance ruim do setor como um todo. E, apesar da Cemig ser pouco afetada diretamente, eles acreditam que indiretamente, a maior interferência do governo no setor elétrico deve abalar a compra das ações do setor como um todo.

Ação Código Preço-alvo Yield estimado (2013)
AES Tietê GETI4 ND 9,80%
Multiplan MULT3 ND 1,25%
Souza Cruz CRUZ3 ND 4,40%
Telefônica Brasil VIVT4 R$ 63,00 9,00%
Ultrapar UGPA3 R$ 56,60* 2,82 %

*Preço-alvo referente a 2013, não 2012.


Um Investimentos

A carteira de dividendos da Um Investimentos teve queda de 2,06% no mês de agosto.

Papéis incluídos: Taesa. Papéis retirados: Transmissão Paulista.

Os analistas da Um Investimentos acreditam em um segundo semestre de maior aquecimento econômico, com um consumo interno mais forte, e possivelmente com uma leve recuperação da produção industrial. Eles explicam que a Taesa foi adicionada à carteira porque, apesar da valorização deste ano e dos múltiplos elevados, a companhia apresenta contratos de concessão sem revisão tarifária e com vencimento a partir de 2030, reduzindo os riscos regulatórios. Além disso, eles também destacam que a empresa tem elevado dividend yield (6,64%), e passou por um recente aumento da liquidez, em virtude do “re-IPO”, realizado para se adequar ao nível de governança corporativa nível 2 da BM&F Bovespa.

Ação Código Preço-alvo Yield estimado
CCR Rodovias CCRO3 ND ND
Cemig CMIG4 ND ND
Coelce COCE5 ND ND
Energias do Brasil ENBR3 ND ND
Grendene GRND3 ND ND
Taesa TAEE11 ND ND

XP Investimentos

A Carteira XP Dividendos encerrou o mês de agosto com queda de 4,6%. No ano, a carteira acumula uma alta de 8,2%.

Papéis incluídos: Tractebel. Papéis retirados: Mahle Metal Leve.

A corretora optou pela retirada da Mahle Metal Leve para a realização de lucros com a venda das ações, que tiveram alta de 9,5% desde seu ingresso na carteira Dividendos da XP. Mesmo sabendo dos riscos e apesar de múltiplos elevados para a realidade do setor, os analistas incluíram a Tractebel na carteira, pois apostam na sua resiliência, estabilidade de geração de caixa, boas perspectivas de dividendos e baixo risco regulatório, uma vez que as concessões da companhia se concentram no longo prazo.

Ação Código Preço-alvo Yield estimado
AES Tietê GETI4 ND ND
Comgás CGAS5 ND ND
Tractebel TBLE3 ND ND
Oi OIBR4 ND ND
Vale VALE3 ND ND
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