Itens de colecionador, experiências com famosos, edições limitadas e excentricidades de fins beneficentes que levaram endinheirados a desembolsar verdadeiras fortunas
Vestido de Marilyn Monroe (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2011 às 18h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h32.
São Paulo – O frenesi que as estrelas de Hollywood provocam fica evidente em eventos como o leilão realizado no último sábado (18) pela colecionadora Debbie Reynolds. Dona de um acervo de 600 itens que já pertenceram a artistas, a atriz embolsou 4,6 milhões de dólares apenas com o vestido que Marilyn Monroe usou na famosa cena do metrô em “O pecado mora ao lado” (1955). O anônimo que arrematou a peça por telefone na realidade vai desembolsar 5,6 milhões de dólares, pois 1.000.000 são destinados à casa de leilões em forma de comissão. Esse é um dos maiores valores já desembolsados por um objeto usado por uma estrela hollywoodiana. É claro que itens de coleção poderão sempre ser revendidos lá na frente com um bom lucro. Ou não. O risco é alto para um investimento de valor tão elevado. Agora, uma coisa é certa. O vestido assinado por William Travilla apenas poderá ser exposto, nada mais.
Experiências com pessoas famosas e importantes também levam alguns excêntricos a abrir a carteira e virar notícia. Um anônimo pagou, recentemente, nada menos que 2,63 milhões de dólares em um leilão no eBay para almoçar com mais sete amigos na companhia do megainvestidor Warren Buffett no restaurante Smith & Wollensky, em Manhattan. Detalhe: os preços no restaurante não são exorbitantes. A partir de 36,50 dólares já é possível saborear um filé.
Pelo menos foi por uma boa causa: o leilão já tradicional, promovido pelo oráculo de Omaha todos os anos, reverte as verbas para uma instituição de caridade de combate à pobreza. A valor final foi de pouco menos de 2,35 milhões de dólares, mas o arrematante ou era muito altruísta ou era exibicionista. Ele elevou a oferta para 2,63 milhões simplesmente para se igualar à quantia paga no ano anterior. É claro que os conselhos de Buffet são valiosos, mas ele não é exatamente uma personalidade low-profile e inacessível para a mídia.
Em 2003, uma mulher chamada Joni Rimm arrematou por 50.000 dólares o que entrou para o Livro dos Recordes como o beijo mais caro do mundo vendido em leilão. Sim, 50.000 dólares por um beijo da atriz Sharon Stone, em benefício do Projeto Angel Foods, que providencia alimentação para pessoas portadoras do vírus HIV. Na mesma linha do almoço com Buffett, porém mais barato e bem mais excêntrico.
Geralmente quem está disposto a desembolsar uma nota por algo de pouca utilidade está, no mínimo, adquirindo algo belo, de qualidade, de grande valor intrínseco ou sentimental. Mas às vezes o ridículo também pode custar uma baba. O chapéu mais ridicularizado dos últimos tempos, por exemplo, foi vendido no eBay por 81.100 libras, uma quantia equivalente a 131.000 dólares.
O acessório que lembra um assento de vaso sanitário foi usado pela princesa Beatrice no casamento de seu primo, o príncipe William, com Kate Middleton. De tão feio, o chapéu assinado pelo estilista Philip Treacy foi um dos assuntos mais comentados à época do casamento. Mas a chacota não entristeceu a princesa, pelo contrário. “Espero que a pessoa que vencer o leilão se divirta tanto com o chapéu quanto eu me diverti”, disse Beatrice quando o leilão começou. Realmente, “se divertir” será o máximo que a arrematante vai conseguir fazer. O dinheiro, pelo menos, foi destinado à caridade, repartido entre a Unicef e a fundação Children in Crisis.
Ah, o eBay. Lá é possível comprar um almoço com Warren Buffett ou o chapéu da princesa Beatrice e ainda ajudar instituições de caridade. Ou então, jogar o dinheiro literalmente pela janela, em benefício, ao que parece, de alguns espertos. Em 2007, um anônimo desembolsou 3.000.000 apenas pela janela (separada do prédio) de onde o ex-fuzileiro Lee Harvey Oswald teria disparado contra o presidente americano John F. Kennedy em 1963. Na foto, é a janela quadrada do penúltimo andar, no canto direito do prédio. Oswald teria efetuado os disparos do alto do Depósito de Livros Didáticos do Texas, mas foi assassinado pouco depois, antes que pudesse ser julgado. As investigações, no entanto, concluíram que ele agira sozinho contra o então presidente. O prédio do depósito pertenceria à família que vendeu a janela no eBay. Um membro dessa família declarou, à época do leilão, que a janela foi retirada pouco após o assassinato de Kennedy porque fanáticos estavam retirando pedaços dela para guardar de lembrança. Os vendedores também deram ao arrematante documentos que comprovariam a autenticidade da janela e de sua moldura. Há quem acredite, porém, que a janela original tenha sido levada embora por um homem que comprou o prédio anos atrás.
6. O card de baseball mais caro do mundozoom_out_map
6/6(National Baseball Hall of Fame and Museum/Wikimedia Commons)
A bobagem das bobagens talvez seja esse card de baseball do jogador Honus Wagner, lançado em 1909 pela Companhia de Tabaco Americana. Há menos de uma centena de exemplares em circulação, e quando um deles é leiloado, é arrematado por milhões. Prova da paixão dos americanos pelo baseball – e da quantidade de gente que não tem nada melhor para fazer com suas fortunas. O valor mais alto já pago em um card de Honus Wagner foi de 2,8 milhões de dólares, o que o tornou o card de baseball mais caro já leiloado. A pessoa que o arrematou em 2007 optou por permanecer anônima. Em 2008, outro exemplar foi vendido por 1,62 milhão de dólares para o colecionador John Rogers, que chamou o cartãozinho de apenas 5X6 centímetros de Santo Graal dos cards de baseball.