Dinheiro sai pela janela: quem pede o nome alheio emprestado geralmente é inadimplente ou não tem renda suficiente (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2013 às 07h00.
São Paulo – Sete em cada dez brasileiros que permitem que terceiros façam empréstimos em seu nome não tomam qualquer garantia, diz pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O problema é maior entre os consumidores inadimplentes do que entre os adimplentes, mostra o levantamento realizado com 1.238 pessoas em todas as 27 capitais brasileiras.
Muita gente recorre ao empréstimo de nome quando está com o “nome sujo”, isto é, quando ficou inadimplente e, por isso, perdeu seu acesso ao crédito. Essas pessoas recorrem a conhecidos que tenham o “nome limpo” para pedir empréstimos e financiamentos em nome desses terceiros.
De acordo com a pesquisa do SPC Brasil, entre os inadimplentes, 20% declaram ter o costume de emprestar o próprio nome a terceiros e, deste percentual, 96% não se resguardam contra eventuais riscos de calote, uso indevido do nome ou a possibilidade de ficar com o “nome sujo”. Apenas 2% afirmaram ter elaborado um contrato com o solicitante, 2% ficam com um cheque pré-datado e menos de 1% faz uma nota promissória.
Já entre os adimplentes, a situação é menos grave. Apenas 9% admitem emprestar o nome a terceiros e, destes, o índice dos que não se resguardam cai para 69%. Dos poucos adimplentes que emprestam o nome, 30% procuram garantias, como contrato (15%), cheque pré-datado (7%), reter um documento do “tomador do nome” (5%) ou emitir uma nota promissória (3%).
De acordo com Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil, grande parte dos empréstimos de nome é feita entre amigos próximos ou parentes, e acaba se baseando na relação de confiança. Além disso, quem empresta fica constrangido de pedir uma garantia, de recusar ou mesmo de cobrar dívidas atrasadas. A pesquisa constatou, por exemplo, que 45% dos entrevistados se sentiriam constrangidos em cobrar a dívida atrasada de um parente.
Outra pesquisa do SPC divulgada recentemente mostrou ainda que 41% dos entrevistados já se utilizaram do nome de terceiros para fazer compras. Os principais motivos foram inadimplência (36%), não possuir renda suficiente (33%) ou não ter condições de comprovar renda (23%).
Prática é desaconselhável
O SPC Brasil desaconselha a prática de emprestar o nome, ainda que para um amigo íntimo ou parente próximo. Isso porque o responsável pela quitação do débito é o dono do CPF que contratou o empréstimo. Se o amigo ou parente não conseguir honrar seu compromisso, quem emprestou o CPF pode ficar com o “nome sujo”. A responsabilidade sobre a dívida é de quem a contratou, independentemente se foi para benefício próprio ou de terceiros.
Caso decida correr o risco mesmo assim, quem emprestar seu nome deve ao menos se resguardar, orienta o SPC.
Vídeo: Quanto tempo demora para limpar meu nome?
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