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7 dados pessoais que nunca devem cair na internet

Expor-se demais na internet aumenta a chance de roubo de identidade, golpes de empréstimo e até sequestro

Até por uma rede profissional como o LinkedIn o internauta está sujeito à superexposição. (Justin Sullivan/Getty Images)

Até por uma rede profissional como o LinkedIn o internauta está sujeito à superexposição. (Justin Sullivan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 09h12.

São Paulo - A essa altura, todo usuário de internet já sabe que tem que tomar cuidado com o que posta nas redes sociais. Hoje em dia, é possível ser demitido ou até responder criminalmente por causa de fotos embaraçosas ou comentários polêmicos feitos em redes como Twitter, Facebook ou Orkut. Mas tão importante quanto a “etiqueta” online é a proteção da própria privacidade. Alardear a rotina e ostentar dados pessoais na web pode facilitar bastante a ação de bandidos - de estelionatários a ladrões e sequestradores.

Dados pessoais expostos em redes sociais podem ajudar estelionatários a falsificar documentos e a praticar o roubo de identidade, conseguindo, por exemplo, pegar empréstimos em nome da vítima. Algumas informações podem fornecer pistas a respeito de senhas de banco ou de e-mail, e outras permitem a sequestradores e ladrões traçar um panorama completo da rotina da vítima e do melhor momento para atacar.

“O problema desses sites é que, por meio de engenharia social, um criminoso pode ficar sabendo dos hábitos, dos dados pessoais, dos locais frequentados e dos amigos da futura vítima”, diz Alexandre Atheniense, advogado especializado em direito eletrônico. Segundo ele, para saber o que pode ser tranquilamente compartilhado, basta se perguntar: “eu dividiria essa informação com alguém que acabei de conhecer?” Veja a seguir 7 tipos de informação que o internauta não deve divulgar nas redes sociais:

Data e local de nascimento: informar o dia e o mês de nascimento não é um grande problema, mas ao fornecer o ano e a cidade natal, o internauta pode facilitar a vida dos falsários interessados em roubar sua identidade. Combinados a outras informações, esses dados cadastrais possibilitam a fraude de documentos. “Nos Estados Unidos é mais fácil roubar uma identidade a partir desses dados, pois muitos serviços estão centralizados em torno do Social Security Number [espécie de CPF]. Aqui no Brasil isso pode vir a acontecer com a centralização das informações em torno do Registro de Identidade Civil”, explica Atheniense.

Fotos e dados familiares: cuidado com o excesso de fotos, principalmente de pessoas que costumam ser visadas por sequestradores ou golpistas, como os filhos pequenos e os pais idosos. Uma foto do filho de 3 anos com o uniforme da escola no primeiro dia de aula pode ser um convite para que um criminoso saiba onde abordá-lo diariamente. Outra maneira de proteger os entes queridos é evitar a indicação de laços familiares - por meio de ferramentas como a do Facebook, que permite ao usuário identificar seus pais, irmãos, namorado(a), e assim por diante.

Currículo completo: algumas informações a respeito da carreira podem ser facilitadores na aprovação de crédito e acabar ajudando estelionatários a pedirem empréstimos em nome da vítima, por exemplo. Evite dar informações de trabalho fora de redes profissionais, como o LinkedIn. E mesmo nelas, prefira expandir detalhes sobre sua carreira apenas enquanto estiver buscando emprego, recolhendo-os após ser contratado.


Planos de viagem: é normal querer compartilhar com os amigos a empolgação de uma viagem que está por vir, ou então postar as fotos do passeio in loco. Especialistas em direito eletrônico e privacidade, porém, consideram essa atitude arriscada. “Faltam 3 dias para Nova York!” ou “Machu Picchu, aí vou eu!” podem ser manifestações espontâneas de alegria, ou sinalizadores de que a sua casa estará vazia durante um bom tempo. É melhor dividir a experiência apenas na volta.

Indicações “acidentais” sobre os seus passos: há quem utilize as redes sociais, especialmente o Twitter, para informar sobre todos os passos, desde o lugar onde se encontra até o que está fazendo. Assim como na dica anterior, essa atitude pode atrair a atenção de criminosos interessados em monitorar a vida do internauta, agindo como verdadeiros “olheiros” virtuais.

Dicas de senha: ao cadastrar uma senha em um site qualquer, o usuário frequentemente é solicitado a criar uma pergunta para lembrá-la em caso de esquecimento. Crie perguntas pouco óbvias, e evite compartilhar informações que levem criminosos a adivinhar a resposta - o nome de solteira da sua mãe, sua canção favorita, o nome do seu cachorro. Em muitos sites, dados facilmente encontrados numa página pessoal (como a data de nascimento) e a pergunta de segurança é tudo que crackers precisam para redefinir uma senha e acessar as informações pessoais e bancárias de outra pessoa. Foi o que aconteceu em 2008 com a republicana Sarah Palin, então candidata à vice-presidência americana. Um cracker conseguiu redefinir sua senha de e-mail utilizando dados encontrados pelo Google: sua data de nascimento, código postal e a resposta à pergunta de segurança “onde eu conheci meu marido?”.

Endereço e telefone: não deveria nem ser necessário dizer. Ao entregar de bandeja seu endereço residencial ou comercial, o internauta pode estar facilitando não só o roubo de identidade, mas também se tornando mais vulnerável a sequestros ou golpes telefônicos. Telefone comercial pode ser uma exceção, caso o perfil na rede social seja usado com propósitos profissionais.

Use e abuse das configurações de privacidade

Além de se resguardar na web, é fundamental que o internauta seja bastante criterioso na escolha das pessoas com quem deseja dividir suas informações. “O sujeito tem que definir primeiro qual perfil ele deseja explorar, se é o pessoal ou o profissional. Se for pessoal, nunca deve adicionar quem ele não conhece realmente”, aconselha o advogado Alexandre Atheniense.

Outra dica importante é jamais deixar seus dados e fotos expostos para qualquer um. Redes como Facebook e Orkut permitem ao usuário definir quem tem acesso a quais informações, e até mesmo no Twitter é possível filtrar os seguidores. Dependendo do objetivo do internauta, pode ser mais interessante criar uma rede própria, como o Ning, menor e mais reservada.

“O brasileiro em geral é exibido e ingênuo. As pessoas ainda não sabem separar a esfera pública da esfera privada e acabam expondo informações íntimas de maneira exacerbada na internet”, observa Atheniense.

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