Cartão de crédito: com a alta inflação e o aumento nos preços de produtos e serviços, os brasileiros estão buscando diferentes alternativas para pagar as contas (Medioimages/Photodisc/Thinkstock)
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Publicado em 5 de agosto de 2022 às 07h03.
Última atualização em 24 de setembro de 2024 às 17h32.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Serasa Experian, em maio, o Brasil registrou o total de 66,6 milhões de brasileiros inadimplentes - o maior número desde 2016, quando a pesquisa começou. Somando todas as dívidas, o valor total chega a R$ 278,3 bilhões, aproximadamente R$ 4.179,50 por dívida. No comparativo com maio de 2021, houve um crescimento de quatro milhões de pessoas endividadas.
Com a alta inflação e o aumento nos preços de produtos e serviços, os brasileiros estão buscando diferentes alternativas para pagar as contas - uma delas, por exemplo, é recorrer ao cartão de crédito. Segundo dados do levantamento da Serasa, o setor de cartões e bancos é o responsável pela maior parte das dívidas: 28,2% no total.
“De fato, o cartão de crédito acaba sendo uma forma prática de pagar as despesas, mas é necessário cuidado e cautela ao utilizar esse recurso, caso contrário, pode acabar se tornando uma bola de neve e a pessoa acaba ficando com várias dívidas”, explica o educador financeiro Tiago Cespe, criador da Cespe Educação Financeira.
Confira a seguir 6 dicas para usar o cartão de crédito de forma responsável e eficiente:
Estipular um teto para manter os gastos sob controle é essencial. Levante seus rendimentos e determine a quantia máxima que você será capaz de pagar mensalmente - este será o valor máximo que a sua fatura deverá ter por mês.
É recomendado que o limite seja de, no máximo, 50% da sua receita líquida. Os bancos costumam liberar um valor arbitrário, mas você pode ajustá-lo como preferir. Para Cespe, “fixar o limite do cartão para não comprometer as finanças é uma excelente estratégia. Vale lembrar também que o processo é totalmente reversível: em casos de emergências e contratempos, há a possibilidade de retornar ao limite antigo”.
Com tantas contas de produtos e serviços para quitar todos os meses, é comum esquecer de pagar algumas no fluxo. Mas nada se compara ao problemão que seria esquecer de pagar a fatura do cartão de crédito, dados os juros altíssimos que começam a ser cobrados em decorrência desse atraso.
Então, esteja sempre atento à data de vencimento da sua fatura. Anote o dia na sua agenda, configure lembretes ou notificações no celular ou no próprio aplicativo do banco para ser avisado assim que a data chegar mensalmente.
Para garantir que tudo esteja sob controle, uma boa prática é manter tudo anotado! Em especial, os seus gastos e prazos, dois dos elementos que mais exigem a sua atenção e acompanhamento. Anote em um caderno, ou numa planilha, ou no seu aplicativo financeiro de preferência. Descreva o que foi comprado, quando e onde aquela compra foi realizada, se foi à vista ou parcelada, com juros ou sem juros, quais são os prazos em questão, quanto você ainda pode gastar no cartão, etc.
Começar uma reserva de emergência é essencial para os imprevistos da vida. Guardar o suficiente para se sustentar por um período de 6 meses a 1 ano é a recomendação. Assim, você já tem uma “carta na manga” caso o cartão de crédito entre em juros rotativos ou não tenha limite disponível para uma emergência.
O cartão de crédito dá a falsa impressão de que temos mais dinheiro e que podemos gastar mais. Mas sabemos que não é assim: limite não significa dinheiro na conta!
Às vezes, pode ser difícil controlar o impulso, principalmente ao se deparar com “ofertas imperdíveis” e promoções com bom custo-benefício. Porém, antes de sair gastando, é essencial ponderar se você realmente precisa daqueles produtos ou serviços, ou se é só um desejo impulsivo. Pesquise, compare preços e, se perceber que aquilo realmente não é tão necessário, adie a compra até tomar uma decisão mais consciente.
Segundo Cespe, “o planejamento financeiro é uma ferramenta poderosa de estar sempre no controle da situação. Muitas dívidas se acumulam na perda desse controle, quando muitos só vão se dar conta do que gastaram ao receberem a fatura, por isso é importante lembrar que cartão de crédito não é complemento de renda”.
Nem todas as compras precisam ser parceladas. Sempre que possível, pague à vista.
O ideal é ter moderação, já que os parcelamentos podem atrapalhar a noção do que foi gasto com um produto. Lembre-se de que, mesmo parcelada, cada compra tem um valor inteiro específico. Ao final de cada mês, as parcelas se acumularão com outras contas, o que pode dificultar o pagamento da fatura nos meses mais apertados. Por isso, sempre avalie se realmente há necessidade de parcelamento e evite se comprometer com muitas parcelas.
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