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56% das transações bancárias no país são realizadas pelo celular, diz Febraban

As transações bancárias realizadas com smartphones em todo o país chegaram a 67 bilhões, um crescimento de 28%

Celular: a movimentação financeira pelo celular teve crescimento de 75% no ano passado (Banco Pan/Divulgação/Divulgação)

Celular: a movimentação financeira pelo celular teve crescimento de 75% no ano passado (Banco Pan/Divulgação/Divulgação)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 21 de julho de 2022 às 14h08.

Os meios digitais cada vez mais se consolidam como principal canal dos brasileiros para realizarem transações bancárias. Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 21, pela Federação dos Bancos (Febraban), em parceria com a Deloitte, apontou que 70% das operações no país em 2021, de um total de 119,5 bilhões de transações, foram realizadas pela internet e pelo celular. Na comparação com o ano passado, houve um crescimento de 23%.

Somente o uso de operações com smartphones, houve uma expansão de 28% no ano passado, chegando a 67,1 bilhões e representam 56% do total das operações no país. As transações por internet banking aumentaram 6% em 2021, na comparação com 2020.

A movimentação financeira pelo celular teve crescimento de 75% no ano passado, passando de 9,3 bilhões de transações para 16,3 bilhões de operações. A pesquisa também revela que as transações relacionadas a pagamentos cresceram 72% no mobile banking.

Para Isaac Sidney, presidente da Febraban, os resultados da 3ª Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2022 apontam para um perfil de clientes de bancos que buscam conveniência, comodidade, segurança e rapidez nos canais digitais dos bancos.

“Houve uma inequívoca mudança de comportamento dos consumidores nas atividades de diversos setores da economia, que deixam de ir à agência bancária, porque conseguem realizar a quase totalidade das transações nos meios eletrônicos. Levamos a agência e o banco para a palma da mão do cliente 24 horas por dia, 7 dias por semana.”

De acordo com os dados, cliente de aplicativo bancário acessa o seu banco, em média, 40 vezes por mês, praticamente o dobro das 24 vezes registradas do ano anterior. Já a média de logins por cliente heavy user no aplicativo no celular (aquele que realizou mais de 80% das suas transações financeiras e não financeiras neste canal em um período de 3 meses) chegou a 59 vezes por mês no ano passado ante 57 em 2020.

A abertura de contas correntes feitas pelos canais digitais em 2021 chegou a 10,8 milhões, expansão de 66% ante o ano anterior. Pela primeira vez, a abertura de contas pelos meios eletrônicos foi maior que nos canais físicos, que totalizaram 9,9 milhões, 16% a mais do que em 2020.

No ano passado, apenas 3% das transações bancárias foram feitas em agências. Segundo a Febraban, as agências acabam exercendo outro papel, como a oferta de outros serviços dedicados à consultoria para contratações de investimentos, crédito, seguros, previdência complementar ou renegociação de dívida.

Em 2021, também houve uma queda nas operações realizadas em caixas eletrônicos (ATMs), uma baixa de 11% e de 8% nos correspondentes bancários. Por outro lado, as transações com POS (maquininhas de cartões) cresceram 10%.

PIX

O estudo também analisou as transações realizadas pelo PIX, o sistema de pagamento realizado pelo Banco Central. Entre março de 2021 e março de 2022, o número de usuários que pagaram mais de 30 Pixs por mês cresceu 809%, enquanto a base geral de usuários cadastrados cresceu 72%. Já a base de usuários que receberam mais de 30 Pix por mês avançou 464%.

O levantamento detectou que o ritmo de expansão de recebimento de mais de 30 Pix por mês em pessoas físicas é maior do que em pessoas jurídicas, o que sinaliza a oportunidade de expansão da ferramenta de pagamentos instantâneos em comércios e serviços.

“O sucesso de adesão e do uso do Pix demonstra o interesse do brasileiro em interagir com a tecnologia. O meio de pagamento trouxe conveniência e facilidades para os clientes em suas transações financeiras do dia a dia e tem se mostrado uma poderosa ferramenta para impulsionar a bancarização no país. Um dos focos da agenda do processo de evolução do Pix é adicionar funcionalidades e impulsionar as transações entre pessoas e empresas”, acrescentou Rodrigo Mulinari, diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban.

Open Finance

Em relação ao Open Finance, novo sistema do Banco Central que permite o compartilhamento de dados bancários entre as instituições financeiras, os dados da pesquisa apontam que os consumidores concedem o consentimento para compartilhamento de dados entre os bancos.

Entre dezembro de 2021 e abril de 2022, a quantidade de usuários pessoa física que deram consentimento para doação de dados cresceu 18%, enquanto de pessoas jurídicas, a expansão registrada foi de 60%.

O estudo mostra que 95% dos consumidores pessoa física preferem dar consentimento de 12 meses para compartilhamento de dados no Open Finance. No caso de pessoa jurídica, o percentual é de 92% para um período de 12 meses.

Sobre o tipo de dados compartilhados, a pesquisa revela que, no caso de pessoa física, até abril de 2022, 33% dos dados compartilhados foram de contas (limite, extrato e saldo), 23% dados obrigatórios (dados cadastrais e informações complementares), 22% para dados de cartão de crédito (limite, fatura e transações), e 22% sobre dados de operação de crédito (direitos creditórios descontados, financiamentos, adiantamentos a depositante e empréstimos).

“O nível de compartilhamento dos dados tende a aumentar à medida que o ecossistema demonstre valor ao cliente final. Ou seja, o consumidor tem que perceber os benefícios do Open Finance, como, por exemplo, a facilidade de consolidação e organização dos seus dados financeiros que lhe proporciona uma melhor experiência bancária”, destaca Sérgio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a indústria de serviços financeiros.

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