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5 sinais de que um investidor está sendo tapeado

Saiba quais são as frases surradas usadas por consultores e especialistas em investimentos que indicam quando é melhor evitar uma aplicação

Para ter sucesso ao aplicar dinheiro, deve-se procurar saber detalhes do investimento (Stock.XCHNG)

Para ter sucesso ao aplicar dinheiro, deve-se procurar saber detalhes do investimento (Stock.XCHNG)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 7 de janeiro de 2011 às 11h25.

São Paulo – Como muitos jargões do mercado financeiro são capazes de confundir a cabeça de quem é leigo no assunto, aplicar o próprio dinheiro acaba se tornando um jogo de roleta russa para muitas pessoas. Afinal, como decidir onde investir entre um leque de opções mal-compreendidas? Infelizmente, a falta de conhecimento sobre o assunto torna qualquer mortal em alvo fácil de consultores financeiros despreparados. Para contornar o problema, a especialista em finanças pessoais e colunista do site Moneywatch.com, Kathy Kristof, elaborou uma lista com cinco desculpas esfarrapadas elaboradas por consultores charlatões que, se não forem identificadas, podem levar à perda de patrimônio. Veja a lista:

1 – "Desta vez, é diferente"

Toda vez que uma bolha no mercado financeiro está prestes a estourar, explica Kathy, "conselheiros" nada confiáveis insistem em usar essa sentença para justificar que a situação não é grave. Ela relembra a bolha da Nasdaq, que foi "diferente" porque "a internet estava mudando tudo". A internet mudou tudo, assim como a televisão, automóveis, máquinas de escrever, a imprensa e o avião também. Kathy enfatiza que de fato estas invenções mudaram o mercado e as empresas. No entanto, não mudaram a relação entre o preço das ações e seus indicadores de valor. "Quando uma ação está sendo vendida por um preço que excede substancialmente a relação entre seus ganhos multiplicados pelo crescimento, venda", diz Kathy. Simples assim.

2 – "São os retornos, e não as taxas, que importam"

Kathy considera que a frase nada mais que é uma desculpa esperta dada por alguém que sobrevive às custas do que você paga pelos seus serviços. E ela procede pois se baseia em uma meia verdade: se você garante que uma ação trará um bom retorno, não se importaria em pagar uma taxa mais alta pela "consultoria". Mas atenção nesse caso. Kathy lembra que, taxas mais altas são um fato. Já a garantia de retorno da ação nem sempre se materializa. Na realidade, ironiza Kathy, quanto mais taxas você pagar, menor será a media anual de retorno dos seus investimentos.


3 – "É uma oportunidade única"

Muita gente tem mais medo de perder uma oportunidade do que de perder dinheiro. A história de investidores bem-sucedidos, no entanto, revela que a cautela ajuda muito mais do que atrapalha. Um exemplo citado por Kathy vem dos fundos geridos Bernard Maddoff. Condenado nos Estados Unidos por crimes financeiros, ele prometia uma rentabilidade fixa muito superior à da média do mercado. Anos depois, soube-se que o retorno de seus fundos era garantido pelo dinheiro que ingressava via novas captações. Quando o esquema de pirâmide foi descoberto, sobrou um prejuízo de bilhões de dólares aos investidores.

Quando os corretores vendem uma oportunidade como única, isso, na verdade, deve ser encarado como um sinal de que a empresa emissora está em seus últimos suspiros. Se o esforço de vendas de determinado ativo é muito grande, o motivo mais provável é de que investidores institucionais, com mais informação, se recusaram a comprá-lo. Só um ingênuo, portanto, assumiria o risco.A dica da especialista é ter muita paciência pois bons investimentos são transparentes e consistentes e não evaporam da noite para o dia. A probabilidade de que surja uma oportunidade de compra de um ativo em bolsa no futuro por um preço inferior ao atual é sempre grande.

4 – “Os bancos não entendem”

Quando alguém lhe garante 20% de lucro em um investimento, a pergunta mais lógica a ser feita é por qual motivo estão oferecendo isso a mim? Afinal de contas, se quem estivesse vendendo o negócio tivesse de fato a garantia de tal retorno, teria corrido ao banco, pegado um empréstimo e reinvestido o dinheiro naquilo que está lhe vendendo. Ele não precisaria do seu dinheiro. Confrontado com essa afirmação, os consultores financeiros costumam vir com a desculpa de que "os bancos não entendem" o negócio maravilhoso que está sendo oferecido a você.

A verdade é que o gerente do seu banco pode não ser um gênio do mercado financeiro. Mas ele deve ter algum conhecimento de negócios para ocupar aquela posição. Se ele não ficou tentado a aceitar a oferta que está sendo oferecido a você, por que então agarrar essa ideia como um náufrago a uma tábua? Essa, segundo Kathy, é uma das justificativas favoritas de Wall Street. Não é à toa que P.T. Barnum, famoso empresário e apresentador de televisão americano, costumava dizer que "existe um trouxa nascendo a cada minuto".

5 – “Confie em mim”

Ninguém confiaria suas economias na mão de um investidor maltrapilho, certo? Por isso, na hora de investir você procura alguém bem-apessoado, que conjugue verbos da maneira correta, que vai sorrir pra você e dizer: "confie em mim, até minha avó está investindo nesse negócio".

E por que ele é tão gentil com você? A ideia é construir confiança, fazer com que você pense que ele é seu amigo e, portanto, não lhe colocaria em apuros. O pior é que, se ele conseguir que você confie nele, você pode esquecer-se de ler a linha fina do contrato que explica todos os pormenores da operação, inclusive os que lhe prejudicam.

Nesse caso, Kathy é categórica e enfatiza que não se deve confiar em absolutamente ninguém que não divide o mesmo teto com você e compartilha de suas conquistas quando o assunto é dinheiro. Por isso, leia e releia todas as linhas do contrato até que você entenda no que está se envolvendo.

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