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5 investimentos que prometem boa rentabilidade em 2018

O oba-oba da renda fixa chegou ao fim com a queda da Selic e, com isso, a diversificação passou a ser ainda mais importante

Dividendos: Taesa assume a liderança das recomendações em outubro, após ter ficado em segundo lugar em setembro (Tomwang112/Thinkstock)

Dividendos: Taesa assume a liderança das recomendações em outubro, após ter ficado em segundo lugar em setembro (Tomwang112/Thinkstock)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 08h00.

Última atualização em 17 de janeiro de 2018 às 08h10.

São Paulo — Com a taxa de juros em seu menor patamar histórico, a economia começando a dar sinais de retomada e a expectativa de volatilidade por causa das eleições, 2018 exige uma reavaliação da sua carteira de investimentos.

O oba-oba da renda fixa chegou ao fim com a queda da Selic e, com isso, a diversificação dos investimentos passou a ser ainda mais importante. Ou seja, para manter o rendimento de suas aplicações em um patamar elevado, será preciso arriscar um pouco mais.

“Em termos de juros reais, 2017 foi um dos melhores anos para o investidor. Não foi difícil conseguir 10% de ganho real. Foi um ano extremamente positivo. Em 2018, a Selic já começa em outro nível. Não dá para esperar o mesmo retorno do ano passado só ficando no conforto da renda fixa”, diz Martín Iglesias, especialista em investimentos do Itaú Unibanco.

Isso não significa que você deve sair aumentando o risco de toda a sua carteira —fazer isso com uma pequena parcela dos seus investimentos já é suficiente. O percentual exato vai depender do perfil de risco de cada um, mas, mesmo para quem é considerado agressivo, o ideal é manter a maior parte das aplicações na segurança dos pós-fixados de longo prazo, como CDBs e Tesouro Selic.

Veja a seguir cinco investimentos que prometem boa rentabilidade em 2018.

Fundos multimercados

Os fundos multimercados já se saíram bem em 2017 e devem ter desempenho ainda melhor neste ano. Eles ficam no meio do caminho entre os investimentos ultraconservadores e os mais arriscados, como ações e câmbio.

A diferença é que o gestor desses fundos investe o seu dinheiro em ativos de renda fixa e de renda variável, e pode fazer modificações na carteira ao longo do tempo para acompanhar movimentos de mercado para evitar volatilidade ou tentar ganhar mais.

“O fundo multimercado tem condições de navegar bem por esse cenário de volatilidade esperado para 2018. O investidor, no entanto, deve escolher um fundo com um gestor de bom ‘track record’ [com um bom histórico, uma boa reputação]”, afirma Eduardo Levy, estrategista da Rio Bravo Investimentos.

Além da flexibilidade e diversificação, outro ponto positivo dos fundos multimercados é que eles podem ter exposição a ativos do exterior. “Desvincular parte de sua carteira do mercado interno é uma coisa boa, já que este ano será de eleições, o que pode gerar instabilidade nas aplicações. Com exposição ao exterior, você se protege”, diz Iglesias, do Itaú.

Renda variável

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou 2016 com ganho acumulado de quase 39%, depois de três anos consecutivos no vermelho. Como a perspectiva é de que a B3 mantenha a trajetória positiva em 2018, segundo especialistas, chegou a hora de o investidor pessoa física ter uma pequena exposição à renda variável, através de fundos de ações ou multimercados, por exemplo.

“É um ano positivo para a renda variável, fundamentado na redução do custo financeiro das empresas com a queda dos juros e sinais importantes de recuperação da atividade econômica”, afirma Iglesias. “Eu recomendaria uma baixa exposição através de fundos, porque eles têm diversificação, assim o investidor se protege dos riscos específicos de alguns papéis.”

Também é uma vantagem, segundo o especialista do Itaú, que nos fundos são os gestores que vão escolher as melhores ações para investir —um processo geralmente mais difícil para o pequeno investidor fazer por conta própria. “O percentual da carteira exposto à renda variável também vai depender do perfil de risco de cada um. Nossa orientação é de 0% para os conservadores, 8% para os moderados, 15% para os arrojados e 31% para os agressivos.”

Uma alternativa que tem crescido entre os investidores pessoas físicas que querem diversificar suas carteiras, mas não sabem como, são os “robo-advisors”. Eles identificam seu perfil de risco e fazem alocações automáticas com base em seus objetivos (entenda o que são e como funcionam os “robos-advisors”). Em 2017, eles foram a melhor aplicação financeira, segundo levantamento do buscador Yubb.

Fundos imobiliários

Os fundos imobiliários são interessantes para quem pretende em ganhar dinheiro com a renda de aluguéis e a administração de imóveis, porém, em vez de se arriscar sozinho, prefere comprar cotas de um fundo de investimento. Como as cotas desses fundos são negociadas na Bolsa, o investidor também pode ganhar dinheiro com a sua valorização na B3.

Alguns fundos imobiliários também aplicam o dinheiro de investidores em títulos emitidos por bancos para financiar o setor imobiliário, como as Letras de Créditos Imobiliários (LCI), em alta desde 2016.

Os fundos imobiliários são indicados para quem pretende diversificar seus investimentos e tem um objetivo de longo prazo, ou seja, não deseja resgatar seus recursos antes de cinco anos. Eles são um bom substituto para quem pretendia investir em um imóvel para alugar ou vender, por exemplo, porque oferecem mais chances de ter uma rentabilidade maior, isenta de Imposto de Renda.

Isso porque os fundos não pagam imposto ao vender os imóveis de suas carteiras e o ganho é distribuído aos cotistas também isento para pessoas físicas. Porém, no caso da venda das cotas, o investidor estará sujeito a IR de 20% sobre o ganho de capital.

“A estrutura de remuneração e a isenção de imposto para as pessoas físicas são uma combinação interessante dos fundos imobiliários. Nem todos os fundos têm a mesma capacidade de entregar resultado, mas a classe como um todo tem bom potencial de ganho de capital e pagamento de dividendos em 2018”, diz Levy, da Rio Bravo.

“O fundo imobiliário é talvez o ativo mais bem montado para tirar proveito do cenário de juro real mais baixo e melhor atividade econômica, com menor taxa de vacância no mercado imobiliário”, explica. “Mas, na hora de escolher, é preciso checar quem são os gestores e ver seu histórico de investimentos. Um especialista pode ajudar a checar o rendimento projetado e entender como o fundo está precificado hoje em relação a seus pares.”

Fundo de crédito livre

Os fundos de crédito livre são uma opção para quem não precisa de liquidez imediata, ou seja, pode esperar alguns dias depois do resgate para receber o dinheiro. Eles não têm limite de exposição a papéis privados, como debêntures (títulos de dívida) de grandes companhias e CDBs (Certificado de Depósito Bancário).

Normalmente, os fundos de crédito livre dividem sua carteira em títulos de mais de 20 empresas para diluir o risco —se uma companhia der calote, a rentabilidade do fundo é compensada pelo desempenho dos demais papéis.

Além disso, os fundos de crédito livre permitem alavancagem, ou seja, permitem que seus gestores apliquem mais de uma vez o patrimônio total do fundo em uma operação, através de contratos financeiros conhecidos como derivativos.

Por esse motivo, a maior parte desses fundos supera com folga o CDI (taxa utilizada como referência em operações de renda fixa, que sempre está muito próxima ao patamar da Selic) —alguns chegam a 120% do CDI.

Antes de investir em um fundo de crédito livre, você deve se informar sobre a carteira desse fundo e a rentabilidade histórica da aplicação, além de todas as taxas cobradas. “É importante checar se o fundo investe apenas em papéis ‘high grade’, com excelentes avaliações pelas agências de classificação de risco”, diz Levy, da Rio Bravo.

Prefixados de curto prazo

Quem quer diversificar, mas ainda tem medo de ir para a renda variável ou fundos mais agressivos, pode optar pelos papéis prefixados de curto prazo. Segundo Iglesias, do Itaú, CDBs e outros títulos prefixados de bancos médios e financeiras —como RDBs, letras financeiras e letras de câmbio— são uma boa alternativa para para investidores conservadores que não têm pressa para resgatar o dinheiro.

Como o nome diz, ao investir em uma aplicação prefixada o emissor define uma taxa no momento da aplicação e o investidor sabe exatamente quanto receberá na data de vencimento. É diferente de uma aplicação pós-fixada, quando o retorno é indexado à taxa básica de juros ou a à inflação, por exemplo.

Quem investe em prefixados pode se beneficiar em momentos de queda de inflação e taxa básica de juros. Atualmente, investimentos prefixados de bancos médios, principalmente CDBs, pagam retornos maiores do que títulos públicos prefixados. As instituições privadas menores oferecem rentabilidades mais altas como isca para atrair investidores.

Vale lembrar que a segurança de investir em um banco médio é a mesma de um banco grande, pois, se a instituição quebrar, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante até 250 mil reais por CPF.

Investimentos prefixados sofrem variação diária de taxa de compra e venda no mercado, por isso, para garantir a rentabilidade fixada no momento da aplicação, é importante manter o dinheiro investido até o prazo de vencimento.

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