Minhas Finanças

5 investimentos que já não são só para ricos

Veja as aplicações que durante muito tempo só estavam ao alcance dos investidores endinheirados, mas que agora se tornaram acessíveis à classe média

Com algum dinheiro no bolso, já é possível investir em produtos antes exclusivos dos endinheirados (Dreamstime.com)

Com algum dinheiro no bolso, já é possível investir em produtos antes exclusivos dos endinheirados (Dreamstime.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2012 às 09h53.

São Paulo – A queda dos juros acabou com a moleza para os investidores brasileiros - dos mais endinheirados aos mais humildes. Ninguém mais consegue obter retornos de 15% ou 20% ao ano sem correr algum risco. A boa notícia é que a indústria financeira brasileira está bem mais democrática. Os melhores investimentos, que há algum tempo só estavam disponíveis para os mais afortunados, agora também estão ao alcance da classe média. Como só quem se mexe não acaba obrigado a aceitar juros historicamente baixos em troca de seus investimentos, a disseminação desses novos produtos têm sido bastante rápida nos últimos meses. Abaixo, EXAME.com explica cinco oportunidades que mesmo quem tem 50.000 reais ou menos já pode aproveitar:

Um “private banking” a partir de 25.000 reais

“Private banking” é o nome dado àquela área dos bancos destinada a atender os clientes com uma renda bem elevada. Dentro desse segmento, costumam ser atendidos os clientes com mais de 1 milhão de reais em aplicações financeiras – mas, dependendo da instituição, esse limite sobe para 3 milhões ou 5 milhões de reais. A principal diferença do “private banking” para o banco de varejo é que o cliente tem acesso a uma assessoria financeira mais personalizada na hora de investir o próprio dinheiro ou contratar outros produtos do banco, como crédito e seguros.

Ao menos do ponto de vista dos investimentos, não é mais necessário ter tanto dinheiro em conta para ganhar uma assessoria personalizada. Uma das empresas que já oferece uma espécie de “private banking” para a classe média-alta é a Apogeo Investimentos, do grupo Vinci Partners. A Apogeo foi criada pra atender quem tem entre 25.000 e 3 milhões de reais em aplicações financeiras.

A empresa ajuda o cliente principalmente na hora de dividir o dinheiro entre diversas aplicações. O investidor pode marcar um bate-papo com algum representante da Apogeo e detalhar seu patrimônio e seus objetivos financeiros. Também vai preencher um questionário que revelará seu perfil de risco. O funcionário da Apogeo será então responsável por orientar o cliente a montar uma carteira diversificada, detalhando quanto investir em cada produto.

O cliente poderá aplicar em fundos da própria Vinci Partners. Há opções para investir em ações, multimercados, renda fixa e DI, entre outras. As taxas de administração dos fundos variam de 0,5% (DI para clientes que tragam ao menos 200.000 reais) até 3% ao ano (ações). Não há taxa de performance nem outros custos. Clientes mais endinheirados também terão acesso a um assessoramento gratuito em questões tributárias ou para a transmissão de herança.

O grupo Vinci Partners tem como principal sócio Gilberto Sayão, um bilionário que fez fortuna ao vender sua participação no banco Pactual para o suíço UBS em 2006. Sayão era o principal sócio de André Esteves no banco. Desfeita a sociedade, ele abriu a Vinci Partners e passou a se dedicar principalmente à gestão de recursos de terceiros. Os fundos da Vinci tiveram bom desempenho no ano passado. O destaque foi o fundo de ações de empresas que pagam bons dividendos, com uma rentabilidade de 32% nos últimos 11 meses.


Os melhores fundos do Brasil por a partir de 5.000 reais

Alguns dos melhores fundos de investimento em ações ou multimercados não são abertos para qualquer investidor. Em muitos deles, inclusive, só é possível aplicar dinheiro se o cliente estiver disposto a trazer 100.000, 500.000 ou até 1 milhão de reais. Quem não tem esse dinheiro todo, entretanto, não precisa se contentar com qualquer gestor. A Órama é uma empresa que desenvolveu uma fórmula para permitir que o investidor de varejo tenha acesso a fundos de casas renomadas como Gávea, BNY Mellon, GAP, JGP, Kadima, Claritas e Quest.

Para escapar da restrição aos pequenos investidores, a Órama cria um fundo que investe em quotas dos fundos das demais gestoras. Se apenas uma pessoa quiser investir, por exemplo, 5.000 reais em um fundo da Gávea que exige a aplicação mínima de 300.000 reais, a própria Órama aportará os outros 295.000 reais necessários para que o negócio seja possível. Á medida que outros investidores comprem novas quotas, a Órama vai se desfazendo das posições e repassando as quotas.

A única diferença entre aplicar nesses fundos pela plataforma da Órama ou diretamente é o custo. A Órama cobra 0,6% de taxa anual de administração. As demais características de cada um dos 20 fundos são replicadas fielmente. Ou seja, o investidor também terá de pagar as taxas de administração e de performance do fundo original, assim como respeitar os prazos de carência para resgates. (veja aqui mais informações).

A compra direta de títulos públicos

Já fazem 10 anos que não são só as instituições financeiras e os fundos de investimento que podem comprar títulos públicos diretamente do governo federal. Por meio do Tesouro Direto, qualquer pessoa física pode comprar títulos públicos pela internet. Antes de o Tesouro Nacional criar a ferramenta, os pequenos investidores só podiam fazer esse tipo de aplicação de forma indireta, com a compra de quotas de fundos de investimento em renda fixa.

As pessoas físicas precisam ter o cadastro em alguma corretora para comprar títulos públicos. Algumas dessas instituições não cobram nenhuma taxa dos investidores nesse tipo de operação (veja a lista). Mas o investidor terá de pagar à CBLC uma taxa de ao menos 0,3% ao ano para a custódia dos títulos adquiridos. Mesmo assim, as despesas são menores que as dos fundos DI ou de renda fixa.

Também existem, entretanto, algumas desvantagens. Pelo Tesouro Direto, há diversas opções de títulos públicos à venda, mas os investidores institucionais têm a sua disposição ainda mais alternativas. Outro problema é que caberá à própria pessoa física fazer a gestão de sua carteira de investimentos e escolher o momento e o tipo de papel que será comprado ou vendido. Por último, os títulos ser adquiridos todos os dias, mas a revenda ao Tesouro Nacional ocorre apenas às quartas-feiras. Já o investidor que aplica em um fundo DI conta com liquidez diária (entenda as regras do Tesouro Direto).


Os “CDB isentos de IR” ficaram populares

LCI e LCA são dois tipos de títulos emitidos e garantidos por bancos que contam com isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. Durante muitos anos, esses papéis foram distribuídos pelos grandes bancos apenas aos clientes de “private banking”. Nos últimos meses, entretanto, o investidor ganhou uma série de opções para investir em LCI e turbinar o rendimento líquido de suas aplicações em renda fixa.

Diversas corretoras brasileiras já oferecem várias alternativas para comprar LCI por remunerações próximas a 100% do CDI quando o cliente estiver disposto a trazer ao menos 50.000 reais (veja algumas instituições que oferecem o produto). Isso pode não parecer muito em um momento em que 100% do CDI equivale a 9,5% ao ano. Mas vale lembrar que como sobre os ganhos com LCI não será o cobrado o IR, esse investimento será bem mais rentável que a caderneta de poupança, os fundos DI, as LFT vendidas no Tesouro Direto e os CDB.

Quem quer aplicar valores baixos em LCI – 1.000 reais, por exemplo – ainda tem a opção de investir pelo Sofisa Direto. A ferramenta desenvolvido pelo banco Sofisa para a compra de títulos pela internet permite obter uma rentabilidade líquida de até 94% do CDI para qualquer valor de investimento.

O único cuidado que o investidor deve ter ao aplicar em LCI é o valor a ser emprestado a cada banco. As LCI mais rentáveis são emitidas por bancos pequenos e médios – que implicam em maior risco de perda do capital investido. O Fundo Garantidor de Crédito somente garante depósitos de até 70.000 reais em caso de quebra de uma instituição. Portanto, o investidor que aplicar até 60.000 reais poderá ver seu dinheiro se valorizar até o limite de 70.000 reais e ainda assim correr um risco baixíssimo. Outra característica da LCI que deve estar clara ao investidor é que não há liquidez diária. É necessário manter o dinheiro investido por no mínimo três ou seis meses – dependendo da instituição.

CDB com retorno mínimo de 100% do CDI

O CDI é a taxa média de juros paga pelos bancos para emprestar dinheiro uns aos outros. Ocorre que, durante muito tempo, as pessoas físicas só conseguiam receber 100% do CDI com a compra de CDB de grandes bancos se estivessem dispostos a investir uma grande quantidade de dinheiro ou se aceitassem manter os recursos aplicados por vários anos.

A primeira ferramenta online que permitiu a compra de CDB com rentabilidade mínima de 100% do CDI para qualquer valor de investimento e com liquidez diária foi o Sofisa Direto. O site oferece vários tipos de papéis (pós-fixados, prefixados e indexados à inflação mais uma taxa de juros) com diversos prazos de investimento – quanto maior, mais rentável

O cuidado que o investidor deve tomar é o mesmo da LCI. Investir até 60.000 reais por banco pequeno ou médio é a única forma de obter uma rentabilidade interessante sem correr um alto risco (veja mais detalhes sobre o Sofisa Direto).

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