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5 estripulias capazes de levar milionários à falência

Apesar de brilhantes em suas carreiras, milionários podem fazer uma péssima administração de suas finanças; veja alguns dos seus principais equívocos


	Torrar o patrimônio com brinquedos sofisticados e ter de arcar com as altas despesas que geram é um dos maiores erros
 (Getty Images)

Torrar o patrimônio com brinquedos sofisticados e ter de arcar com as altas despesas que geram é um dos maiores erros (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 16h26.

São Paulo – Não são raros os casos de milionários que conseguem realizar a grande façanha de torrar ou perder toda sua fortuna. Normalmente, os mais afetados são aqueles que enriqueceram repentinamente, como ganhadores de loteria. As histórias dessas pessoas mostram que “o que vem fácil vai fácil” e que quando o dinheiro é gasto sem planejamento, não há riqueza que mitigue os efeitos da sucessão de erros.

A seguir, estão listados cinco dos principais erros cometidos por milionários e bilionários ao administrar mal sua fortuna, de acordo com a Claritas Investimentos, especializada na gestão de grandes patrimônios. Leia e veja que, tomadas as devidas proporções, alguns desses equívocos podem ser bem parecidos com aqueles cometidos por "simples mortais". 

1) Gastos exagerados com “brinquedos sofisticados”

Alguns ricos fazem questão de acumular "brinquedinhos" como carros de luxo, iates, helicópteros e apartamentos em Paris. Claro que muitos deles podem comprar esse tipo de bem tranquilamente, sem que isso signifique um rombo nas finanças, mas o problema são as despesas que vêm depois. 

Segundo Claudio Mifano, sócio da área de gestão de patrimônio da Claritas, clientes de alta renda chegam a gastar 30% ou 40% de tudo que têm com esse tipo de regalia. “Se uma família tem um patrimônio de 100 milhões de reais e gasta 30 milhões com ativos que geram despesas recorrentes, ao longo do tempo nós estimamos que ela tenha um custo de 20% ao ano com esses bens, 10% seriam de gastos e 10% com a depreciação desses ativos, o que representaria uma fatia de 6% do seu patrimônio ao ano. Em 20 anos, ela tranquilamente consegue consumir boa parte do patrimônio dessa forma”, diz.

Mifano recomenda que não sejam imobilizados mais de 10% dos recursos com esses tipos de bens. E que os investimentos em aplicações financeiras tenham uma rentabilidade positiva que permita compensar com alguma margem o “desempenho negativo” desses ativos, que geram gastos e se depreciam ao longo do tempo.

2) Falta de planejamento tributário

Também são comuns os casos de afortunados que acabam pagando mais imposto do que exige a lei por não estruturar seu portfólio da melhor forma. “Como no Brasil temos uma carga tributária muito onerosa, uma boa opção seria o milionário investir o patrimônio em um fundo exclusivamente criado para ele. Com todos os ativos no mesmo veículo, o imposto de renda pago sobre os ganhos de alguns ativos desse fundo pode ser reduzido se forem também considerados os prejuízos com outros ativos do mesmo fundo”, afirma Mifano. 

Quando as aplicações financeiras são realizadas em instituições diferentes, o imposto de renda é pago separadamente sobre o eventual ganho com cada uma delas. Já em um fundo exclusivo é possível suavizar a tributação porque a Receita Federal permite que se somem os prejuízos e ganhos de um mesmo fundo na hora de se apurar o ganho líquido no cálculo do imposto de renda a pagar.

3) Falta de planejamento sucessório

Além de evitar brigas na família, ao fazer um planejamento sucessório, é possível evitar perdas financeiras pela imobilização do patrimônio e pelos custos advocatícios. Por isso, além de fazer um testamento, é altamente recomendável estudar quais são os produtos financeiros mais adequados para a realização dessa sucessão. 


Como a fase do inventário pode ser demorada, algumas famílias passam certa dificuldade para se manter financeiramente durante esse período e para arcar com os gastos envolvidos no processo, o que pode gerar endividamentos desnecessários. 

Segundo Mifano, os planos de previdência podem evitar esse tipo de problema. “Os recursos investidos nos planos de previdência não entram no inventário, por isso não há incidência do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD). E o recurso é disponibilizado para a família em 20 dias normalmente, por isso o patrimônio não fica imobilizado, não se perde o rendimento do período, e a família não precisa se endividar”.

Apesar de alguns planos de previdência possuírem altos custos, de acordo com o sócio da Claritas, com um patrimônio acima de 5 milhões de reais é possível formar um fundo de previdência exclusivo, com uma taxa de administração menor do que a média de 3% cobrada pelos planos abertos. E se a tributação do plano for feita pela tabela regressiva do imposto de renda, se os recursos ficarem investidos por mais de 10 anos, a família ainda tem a vantagem de poder realizar o saque do dinheiro pagando a menor alíquota de imposto de renda possível, de 10%. 

4) Brincar no mercado Financeiro

Se aventurar no mercado financeiro sem experiência é arriscado para qualquer um, mas quanto maior a fortuna em jogo, maior pode ser o prejuízo. 

Médicos, advogados, atores e jogadores de futebol podem ser extremamente destacados em sua vida profissional, mas isso não significa que eles terão o mesmo brilhantismo na administração de seu dinheiro, até mesmo por uma questão de falta de tempo. 

“Muita gente começa a investir na bolsa querendo olhar gráficos e ouvindo conselhos de amigos. O investimento pode até gerar um ganho no curto e no médio prazos, mas a chance de manter um ganho consistente é baixa. Se mesmo profissionais que trabalham com isso no dia a dia não acertam sempre, imagina quem não faz uma análise profunda dos ativos”, afirma Claudio Mifano.

Além de correr riscos de perder dinheiro ao investir sem experiência e sem a assessoria de um profissional, a brincadeira no mercado financeiro pode também desvirtuar o milionário da sua ocupação principal, ocasionando perda de receita. 

A administração de um grande patrimônio, pode ser muito parecida com a gestão de uma empresa. Por isso, contratar uma consultoria profissional é crucial, além de representar um custo irrisório em comparação ao prejuízo que a pessoa pode vir a sofrer sem orientação. 

5) Alavancagem

Mesmo com muito dinheiro, alguns milionários não conseguem conter a ganância e acabam alavancando seus investimentos, fazendo empréstimos, ou contratando financiamentos que geram um débito que vai muito além das suas possibilidades atuais de pagamento. 

Isso pode ocorrer na compra de imóveis ou em operações no mercado de ações. E o resultado pode ser uma perda dobrada: além do prejuízo que pode ser gerado na realização de uma operação mais arriscada, o buraco pode ficar ainda mais fundo com o acúmulo de juros das dívidas atrasadas.

Contrair empréstimos para investir em negócios de amigos e parentes também é outro erro crasso. Não são poucas as propostas de sociedades que conhecidos propõem ao milionário, esperando que ele entre no projeto apenas com os recursos enquanto eles cuidam do resto. Mesmo que as intenções sejam boas, essas pessoas podem não ter muito conhecimento sobre o negócio, e sem tempo para pesquisar e entender se as propostas que aparecem são razoáveis, o milionário pode comprometer seu patrimônio em um piscar de olhos. 

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