Jovem e cifrões: se prepare para o aumento de gastos típico dessa fase da vida (sjenner13/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 08h46.
São Paulo - Depois de uma década experimentando, fracassando e aprendendo com os erros você provavelmente deve se encontrar em uma posição financeira mais sólida aos 30 anos.
Em caso afirmativo, você pode estar se perguntando o que fazer com o dinheiro que sobra no final do mês agora que você não gasta mais todo o seu salário ou vive no cheque especial. Você também pode estar assombrado pela dúvida do que fazer para encarar despesas maiores agora que você atingiu os 30 anos e talvez pense na possibilidade de casar, ter filhos ou investir em outra formação.
Para auxiliá-lo nessa decisão, listamos abaixo cinco maneiras de aplicar o dinheiro com o objetivo de ter um futuro mais próspero.
Aos 30 anos você tem um ativo valioso que deve ser muito bem aproveitado: o tempo. Quanto mais dinheiro você economizar a partir de agora, mais você terá no futuro, ao se aposentar.
Você já deveria estar contribuindo para o plano de previdência oferecido pela sua empresa, principalmente se o empregador também realiza contribuições em seu nome. Em alguns planos, a empresa pode até mesmo contribuir com uma quantia igual à sua. Ou seja, a cada 1 real que você investe na aplicação financeira, a empresa também investe 1 real, o que dobra facilmente o seu patrimônio e torna o plano muito vantajoso. Recusar contribuições a um plano com estas condições, portanto, desafia a lógica.
Se já estiver realizando contribuições a um plano de previdência, seja o oferecido pela empresa ou contratado de forma particular (neste caso, veja se não vale mais a pena trocá-lo por outro investimento mais rentável, dependendo das taxas cobradas), talvez seja o momento de aumentar os valores mensais aplicados no fundo, principalmente se você recebeu um aumento de salário recentemente.
É recomendável aumentar os valores da aplicação a cada ano, mesmo que a renda não tenha aumentado ao longo desse tempo e o valor adicional pareça simbólico. Na verdade, qualquer 0,5% a mais fará uma grande diferença nos rendimentos obtidos no longo prazo.
Seguros em geral – seja o da casa, do carro ou de vida – costumam ser geralmente deixados de lado, ou ao menos figurarem no final de uma lista de prioridades financeiras. Mas é importante pesquisar e verificar os benefícios que podem oferecer e, principalmente, os prejuízos que podem evitar.
Aos 30 anos, o orçamento tende a ficar mais apertado por conta do maior acúmulo de despesas fixas, que podem ser filhos, uma nova formação, negócio próprio ou o financiamento da casa. Portanto, fica mais arriscado ter de arcar com gastos imprevistos, como os gerados por um carro roubado, por exemplo.
Um produto financeiro que geralmente não é levado em conta na hora de montar um portfólio de proteção contra imprevistos é um seguro contra invalidez. Contudo, o prejuízo financeiro de não ter essa proteção pode ser enorme, o que deveria colocar esse produto financeiro no topo da lista de contratações.
Além de contratar um seguro específico que inclua a cobertura por invalidez, outra forma de se prevenir o problema é, mesmo que você contribua para um plano de previdência privada, continuar a contribuir ao INSS.
Apesar das incertezas sobre qual será o valor do benefício no futuro, por conta do déficit registrado no sistema previdenciário do país, o INSS tem benefícios importantes que compensam as contribuições: um deles é a pensão por invalidez, aponta Fernando Meibak, sócio da consultoria financeira Moneyplan. O benefício é pago aos contribuintes enquanto persistir a incapacidade.
Se você pretende comprar uma casa, o ideal é que você já tenha economizado ao menos 20% do valor para dar como entrada do financiamento.
Atualmente, a maioria dos bancos financiam até 80% do valor do imóvel, mas ainda é necessário fazer com que a dívida caiba no bolso, já que o valor das prestações deve corresponder a no máximo 30% da renda bruta ou líquida da família, dependendo do banco no qual o imóvel será financiado (veja qual a renda necessária para financiar um imóvel em 20 cidades).
Ou seja, quanto mais for possível economizar e aumentar o valor dado como entrada, maiores as chances de ter o crédito aprovado, diminuir o tempo da dívida e pagar menos juros. Hoje, os juros cobrados pelos bancos giram em torno de 11,20% ao ano, em média.
Portanto, se você está com 30 anos e ainda não atingiu este objetivo financeiro, faça uma reserva financeira para esta finalidade. Quanto mais dinheiro você tiver na mão para a aquisição da casa própria, maiores são as chances de obter bons descontos na negociação, especialmente em um momento de desaquecimento do mercado imobiliário, como o atual.
Ter filhos tem um custo alto. Há quem diga que os gastos para criar uma criança até que ela se torne um jovem adulto podem atingir a cifra de 2 milhões de reais, dependendo do nível de renda dos pais e suas prioridades. Ou seja, se você planeja ter filhos, é melhor se prevenir e começar a poupar o quanto antes para este objetivo.
A melhor maneira de fazer isso é criar uma reserva financeira. Isso não significa deixar o dinheiro parado na poupança, cujo rendimento vem sendo negativo se comparado à inflação. Prefira aplicar o dinheiro em investimentos mais rentáveis, porém seguros, pensando no médio e longo prazo, desde o momento em que a criança nascer até atingir a idade adulta (conheça quatro investimentos simples e seguros que batem a poupança).
Sem metas bem definidas de onde aplicar o dinheiro, é mais fácil cair na tentação de realizar gastos desnecessários. Aos 30 anos, em um momento no qual as despesas tendem a ficar maiores, seja com o carro, a casa ou crianças, esse comportamento se torna mais arriscado e pode ser um passo para o superendividamento.
Definidos os objetivos, como realizar um curso no exterior ou comprar uma casa, fica mais fácil saber de quanto dinheiro você irá precisar para atingi-los. Planilhas eletrônicas e aplicativos podem ajudar na tarefa de controlar o orçamento.