De acordo com a pesquisa da Lockton, adesão a plano de previdência privada é de menos de 50% na maioria das empresas (SARINYAPINNGAM/Getty Images)
Bianca Alvarenga
Publicado em 9 de abril de 2021 às 06h07.
Os planos de previdência privada são geralmente oferecidos aos colaboradores como benefício corporativo, mas muitas empresas não estão contentes com o serviço prestado pelos fundos de aposentadoria complementar.
Isso é o que revela uma pesquisa realizada pela consultoria e corretora de seguros norte-americana Lockton e divulgada com exclusividade pela EXAME Invest. O levantamento mostrou que 30% das empresas se dizem insatisfeitas com os planos de previdência corporativa.
A principal reclamação é sobre o rendimento dos fundos: 45% das companhias não estão contentes com o retorno recolhido. A maioria dos recursos de previdência privada está aplicada em produtos de renda fixa. Com a queda na taxa básica de juros, a Selic, o rendimento desses fundos passou a ficar abaixo da inflação.
"Um monitoramento técnico e mais próximo, assim como uma eventual renegociação de taxas junto aos administradores do plano e dos fundos, poderia amenizar possíveis impactos na relação entre as partes.", diz Demetrius Lima, consultor sênior de previdência da Lockton.
Embora o plano de previdência corporativa ofereça, em geral, alguns benefícios, como a possibilidade de aportes pelo empregador, a maioria das empresas registra uma baixa adesão de funcionários.
De acordo com a pesquisa da Lockton, em 53% das companhias menos de metade dos colaboradores optou por estabelecer um plano de previdência corporativo. Além da baixa rentabilidade dos fundos, outra possível razão para a menor adesão é a falta de informações sobre as aplicações.
"Recomendamos que as empresas implantem um comitê estratégico para avaliar ao menos uma vez por ano o plano de previdência patrocinado", afirma Cassio Cabrera, superintendente atuarial da Lockton.
O objetivo desses comitês, diz ele, é o de discutir melhorias ou ajustes nos planos de aposentadoria, como a alteração de regras em função do perfil dos colaboradores ou até mesmo negociação de novas condições comerciais dos fundos.