Minhas Finanças

11 corretoras recomendam dividendos para março

Telefônica e Tractebel foram as ações mais recomendadas; desempenho das carteiras foi pífio em fevereiro


	Lâmpada apagada: risco de apagão energético começa a pesar sobre empresas do setor elétrico e carteiras de dividendos
 (Luis Davilla/Cover/Getty Images)

Lâmpada apagada: risco de apagão energético começa a pesar sobre empresas do setor elétrico e carteiras de dividendos (Luis Davilla/Cover/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 16h24.

São Paulo – O Ibovespa fechou em queda pelo quarto mês consecutivo, registrando desvalorização de 1,14% no mês de fevereiro e de 8,60% no acumulado de 2014.

E nem as ações mais defensivas da bolsa escaparam: apenas duas das onze carteiras recomendadas de ações que pagam bons dividendos tiveram desempenho positivo em fevereiro.

As demais tiveram desempenho negativo ou ficaram no zero a zero. No ano, o resultado das carteiras defensivas das corretoras também é, no geral, negativo.

Um dos atuais fantasmas que assombram as carteiras de dividendos é o risco de apagão energético, que abala diretamente as empresas do setor elétrico.

A Tractebel foi citada por mais de uma corretora que a retirou da carteira como exemplo de empresa que pode sofrer com um apagão. Contudo, a empresa continua como a segunda mais recomendada, com seis indicações.

Empresas como Ambev e Cielo retornam às carteiras – a primeira pela possibilidade de se beneficiar do calor atípico do início do ano e da Copa do Mundo para recuperar as vendas após um mau desempenho em 2013; e a segunda por mostrar forte geração de caixa mesmo em tempos de crise.

A ação mais recomendada para março foi a da Telefônica, com sete indicações. Líder do setor de telefonia, a empresa possui uma maior participação de clientes de pós-pago, tem forte geração de caixa e está mais bem posicionada para aproveitar a expansão da rede 4G.

Dividendos

As empresas que pagam bons dividendos (lucros das companhias repassados a acionistas) geralmente são líderes de mercado ou atuam em segmentos com demanda estável.

Por essas razões, suas ações não sofrem como aquelas mais influenciadas pelo ambiente macroeconômico e tendem atrair mais investidores em momentos de baixa da Bolsa.

Por terem, em geral, baixa necessidade de reinvestimento no negócio são empresas mais defensivas e que conseguem repassar boa parte dos lucros aos acionistas.

As boas pagadoras de dividendos costumam se concentrar em setores de utilidade pública, como saneamento, energia e telefonia, bem como nos setores financeiro e de consumo inelástico, como fabricantes de bebidas alcoólicas e cigarros.

As carteiras de dividendos, portanto, são mais indicadas ao investidor menos arrojado, que busca retornos consistentes e menor volatilidade.

Veja nas páginas a seguir as carteiras recomendadas de ações que pagam bons dividendos.


Ativa

Desempenho em fevereiro: -0,61. Desempenho em 2014: -6,07%
Papéis incluídos: Cielo. Papéis retirados: Equatorial.

Destaques do relatório: Cielo foi incluída devido a seu perfil defensivo e flexível mesmo diante de períodos de fraca expansão econômica. Apesar da desaceleração do varejo, o uso de cartões como meios de pagamento continua a crescer dois dígitos. A companhia também está conseguindo elevar sua participação e se afastar da concorrência.

Ação Preço-alvo (R$) Yield estimado Pesos
Ambev (ABEV3) ND 3,60% 20,0%
Bradesco (BBDC4) ND 3,70% 20,0%
Cielo (CIEL3) ND 4,15% 20,0%
Telefônica (Vivo) (VIVT4) ND 8,00% 20,0%
Tractebel (TBLE3) ND 5,80% 20,0%

Citi

Desempenho em fevereiro: +0,58%. Desempenho em 2014: -7,20%
Papéis incluídos: Ambev. Papéis retirados: Tractebel.

Destaques do relatório: A Ambev foi incluída por sua forte geração de caixa e distribuição regular de dividendos, pela perspectiva de bons resultados para este ano (com a demanda extra da Copa do Mundo e a fraca base de comparação pelo baixo volume de 2013), e pelo clima atipicamente mais quente neste início de ano, o que impulsiona a venda de cervejas.

Ação Preço-alvo (R$) Yield estimado Pesos
Ambev (ABEV3) 18,65 3,80% ND
BB Seguridade (BBSE3) 23,80 4,60% ND
CCR (CCRO3) 21,50 2,80% ND
Cielo (CIEL3) 72,50 3,90% ND
Ultrapar (UGPA3) 58,00 2,90% ND

Magliano

Desempenho em fevereiro: -2,69%. Não foi divulgado o desempenho acumulado em 2014.
Não houve alterações na carteira para março e não foram divulgados comentários no relatório.

Ação Preço-alvo (R$) Yield estimado Pesos
Banco do Brasil (BBAS3) ND 6,0% ND
Cemig (CMIG4) ND 17,0% ND
Taesa (TAEE11) ND 20,0% ND
Telefônica (Vivo) (VIVT4) ND 8,0% ND
Tractebel (TBLE3) ND 8,0% ND

Omar Camargo

Desempenho em fevereiro: 0,00% (dividendos) e -1,87% (carteira). Desempenho em 2014: +0,31% (dividendos) e +0,34% (carteira).
Papéis incluídos: CCR e Taesa. Papéis retirados: Contax e Tractebel.

Destaques do relatório: A Contax foi retirada da carteira porque a administração da companhia decidiu ser mais conservadora na distribuição de lucros neste ano. Já a saída da Tractebel se deve ao nível reduzido do reservatório das hidrelétricas e ao temor das medidas que o governo poderia tomar quanto a isso. Os papéis da CCR foram incluídos devido a seu perfil mais defensivo e os da Taesa voltam à carteira devido a seu caráter flexível, de alta geração de caixa e dividend yield elevado.

Ação Preço-alvo Yield estimado Pesos
Alupar (ALUP11) ND ND 20,0%
CCR (CCRO3) ND ND 20,0%
Grendene (GRND3) ND ND 20,0%
Taesa (TAEE11) ND ND 20,0%
Telefônica (Vivo) (VIVT4) ND ND 20,0%

Planner

Desempenho em fevereiro: -4,19%. Desempenho em 2014: -10,75%.
Papéis incluídos: AES Tietê. Papéis retirados: Natura.

Destaques do relatório: A AES Tietê foi incluída porque está distribuindo 100% do lucro em forma de dividendos, em base trimestral. A empresa tem forte geração de caixa, baixo endividamento, disciplina dos investimentos e energia contratada com a Eletropaulo até dezembro de 2015. A Natura foi retirada por já estar sendo negociada a um preço que exclui o valor de dividendos e juros sobre capital próprio a serem pagos em abril.

Ação Preço-alvo (R$) Yield estimado Pesos
AES Tietê (GETI4) 21,85 13,60% 20,0%
Souza Cruz (CRUZ3) 25,00 4,80% 20,0%
Telefônica (Vivo) (VIVT4) 57,00 7,90% 20,0%
Totvs (TOTS3) 47,00 2,20% 20,0%
Tractebel (TBLE3) 43,00 5,40% 20,0%

Rico/Octo Investimentos

Desempenho em fevereiro: -1,53%. Desempenho em 2014: -8,45%.
Papéis incluídos: Cesp. Papéis retirados: Mahle Metal Leve

Destaques do relatório: O relatório apenas destaca que o tema racionamento de energia em função da falta de chuvas cresceu em fevereiro, o que penalizou as empresas do setor elétrico. Não foram divulgados comentários específicos sobre a troca de ações da carteira.

Ação Preço-alvo Yield estimado Pesos
Alupar (ALUP11) ND ND 12,5%
Banco do Brasil (BBAS3) ND ND 12,5%
Cemig (CMIG4) ND ND 12,5%
Grendene (GRND3) ND ND 12,5%
Cesp (CESP6) ND ND 12,5%
Taesa (TAEE11) ND ND 12,5%
Tractebel (TBLE3) ND ND 12,5%
Vale (VALE5) ND ND 12,5%

Santander

Desempenho em fevereiro: +7,58%. Desempenho em 2014: -0,32%.
Papéis incluídos: Arteris.

Destaques do relatório: A Arteris entrou na carteira porque os analistas acreditam que agora seja uma boa hora para comprar a ação. Eles acham que o ciclo de aperto monetário, com suas sucessivas altas na taxa básica de juros (Selic), está chegando ao fim. Esse ciclo vinha prejudicando ações de empresas com fluxo de caixa corrigido pela inflação, como é o caso da Arteris. Além disso, os analistas destacam que o retorno real dos projetos da empresa é estimado em 12%, melhor que a taxa paga pelas NTN-B, títulos públicos com remuneração atrelada à inflação.

Ação Preço-alvo (R$) Yield estimado Pesos
Ambev (ABEV3) 20,00 4,26% 14,0%
Arteris (ARTR3) Em revisão 3,93% 10,0%
BB Seguridade (BBSE3) 25,80 4,78% 17,0%
Itaú Unibanco (ITUB4) 41,00 3,79% 15,0%
Porto Seguro (PSSA3) 33,10 8,90% 17,0%
SulAmérica (SULA11) 16,60 3,05% 17,0%
Ultrapar (UGPA3) 71,00 2,92% 10,0%

Spinelli

Desempenho em fevereiro: -6,98%. Desempenho em 2014: -9,48%.
Papéis retirados: Coelce.

Destaques do relatório: Não foram divulgados comentários específicos sobre a carteira de dividendos.

Ação Preço-alvo Yield estimado Pesos
Mahle Metal Leve (LEVE3) ND ND 20,0%
Natura (NATU3) ND ND 20,0%
Taesa (TAEE11) ND ND 20,0%
Telefônica (Vivo) (VIVT4) ND ND 20,0%
Tractebel (TBLE3) ND ND 20,0%

Um Investimentos

Desempenho em fevereiro: -3,82%. Não foi divulgado o desempenho acumulado em 2014.
Papéis incluídos: Telefônica (Vivo) e Taesa. Papéis retirados: Grendene.

Destaques do relatório: A Telefônica e a Taesa foram incluídas devido a seu perfil defensivo e ao seu alto dividend yield esperado. Além disso, a Telefônica se beneficia da expansão de sua base de clientes de pós-pago e é considerada a mais bem posicionada para capturar a expansão no número de clientes de rede 4G. A Taesa, por sua vez, tem receitas previsíveis e não terá revisão tarifária nem vencimento de concessões de transmissão até 2015.

Ação Preço-alvo (R$) Yield estimado Pesos
CCR (CCRO3) 20,05 ND 15,0%
AES Tietê (GETI4) 19,25 7,0% 15,0%
Telefônica (Vivo) (VIVT4) 50,50 8,0% 10,0%
Valid (VLID3) 39,75 4,0% 20,0%
Tegma (TGMA3) 24,50 4,6% 10,0%
Vale (VALE5) 44,20 ND 20,0%
Taesa (TAEE11) 20,85 12,5% 10,0%

Votorantim

Desempenho em fevereiro: -3,89%. Não foi divulgado o desempenho da carteira em 2014.
Papéis incluídos: Cielo. Papéis retirados: Vale.

Destaques do relatório: A Cielo foi incluída por ser beneficiada por uma forte geração de caixa, com previsibilidade alta, o que contribui para que a empresa pague bons dividendos. Além disso, a companhia consegue entregar um forte crescimento de receitas mesmo em um cenário macroeconômico desafiador.

Ação Preço-alvo (R$) Yield estimado Pesos
AES Tietê (GETI4) 21,80 ND 20,0%
Cielo (CIEL3) 74,00 4,4% 20,0%
Mahle Metal Leve (LEVE3) 32,10 ND 20,0%
Petrobras (PETR4) 25,00 4,9% 20,0%
Santander (SANB11) 17,80 ND 20,0%

XP Investimentos

Desempenho em fevereiro: 0,00%. Desempenho em 2014: -4,1%.
Papéis incluídos: Bradespar e BM&FBovespa. Papéis retirados: Vale e Banco do Brasil.

Destaques do relatório: Bradespar entrou no lugar da Vale por ter exposição à mineradora e por estar com um desconto de 34% sobre o valor de mercado de seus ativos e ter um retorno estimado de 6,2%. O BB foi retirado devido aos maus resultados do quarto trimestre, e substituído pela BM&FBovespa, considerada descontada e com múltiplos interessantes.

Ação Preço-alvo Yield estimado Pesos
Alupar (ALUP11) ND ND 15,0%
Bradespar (BRAP4) ND 6,2% 10,0%
BB Seguridade (BBSE3) ND ND 15,0%
Cielo (CIEL3) ND ND 10,0%
Multiplus (MPLU3) ND ND 15,0%
Telefônica (Vivo) (VIVT4) ND ND 15,0%
Tractebel (TBLE3) ND ND 10,0%
BM&FBovespa (BVMF3) ND 6,0% 10,0%
Acompanhe tudo sobre:ApagãoCarteira recomendadaDividendosEmpresasEmpresas abertasEmpresas espanholasEngieGuia de AçõesImigraçãoMercado financeirorenda-variavelServiçosTelecomunicaçõesTelefônica

Mais de Minhas Finanças

Procon-SP alerta consumidores para evitar problemas com pacotes de viagem nas férias

Salário mínimo terá nova regra? Veja o que está em discussão no governo

Programa Pé-de-Meia: Caixa inicia pagamento da parcela de novembro na segunda-feira

Petrobras aprova pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários