Motorista com o veículo alagado: se o carro morrer, não tente ligá-lo novamente (Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2012 às 00h10.
São Paulo - Cenas de carros ilhados em alagamentos se repetem em São Paulo e ligam o alerta para os motoristas que enfrentam o trânsito e as fortes chuvas de verão na capital paulista. Mais do que impingir danos aos veículos, a água pode, em algumas situações, colocar a própria vida do condutor em risco. Conheça dez recomendações do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária) para a preservar o carro em áreas alagadas.
1. Se o motor morrer durante a travessia, não tente dar a partida
Mantenha-o desligado e solicite a remoção do veículo até uma oficina. Dessa forma, você reduzirá o risco de danos causados ao motor por calço hidráulico.
2. Cuidado com o nível de água nas vias
Observe a altura da água no trecho alagado. A maioria das montadoras estabelece um limite máximo para o veículo continuar rodando sem problemas. Em geral, o nível não pode não pode exceder o meio da roda do carro.
3. Diminua a velocidade
É prudente que o veículo seja dirigido em baixa velocidade, com a rotação do motor girando em torno de 2.500 RPM. A prática irá diminuir a variação do nível da água e seu respingar junto ao motor, dificultando a contaminação dos componentes eletroeletrônicos.
4. Desligue o ar condicionado
É recomendado desligar o ar condicionado para impedir que alguns componentes joguem água na tomada de ar do motor. Veículos rebaixados e turbinados apresentam maiores riscos de sofrer calço hidráulico. Por isso, é aconselhável não realizar mudanças no modelo de fábrica. Se o carro já tiver sido alterado, redobre a atenção aos procedimentos sugeridos.
5. Troque de marchas manualmente
No caso de automóveis equipados com transmissão automática, a troca de marchas deve ser feita manualmente, selecionando a posição “1”. Sem desenvolver altas velocidades, será possível imprimir uma rotação maior ao motor. Outra possibilidade é alternar manualmente a troca de marchas entre “N” e “1”.
6. Quando possível, ajuste a tração
Alguns veículos automáticos oferecem como opcional o ajuste da tração, conhecido como “winter” ou “snow”. Originalmente, a função confere maior segurança aos trechos de baixa aderência, como neve ou lama, evitando que o veículo patine graças ao bloqueio do diferencial. Em alagamentos, o dispositivo também pode ser acionado para beneficiar o controle da velocidade e a rotação do motor.
7. Panes momentâneas podem ocorrer
Nos carros com direção hidráulica, mantenha a calma se perceber que o volante ficou mais pesado. Interrupção do funcionamento da tração 4 X 4 e aumento no esforço para acionar os freios também poderão ocorrer. Outras anomalias podem ser observadas em relação à luminosidade do painel, alertas sonoros, flutuação dos ponteiros, e luzes da injeção eletrônica, bateria e ABS. Provavelmente, todo esse quadro decorrerá da perda de aderência entre a correia auxiliar e as polias da bomba da direção hidráulica. Na maioria das vezes, as ocorrências são passageiras e não impedem a dirigibilidade. Apenas reforce a cautela e mantenha o menor número possível de equipamentos ligados.
8. Faça um check-up do carro
É recomendado fazer um check-up preventivo, corrigindo, por exemplo, possíveis alterações no sistema de injeção eletrônica. Numa situação de alagamento, eles podem gerar grandes transtornos.
9. Não hesite em levar o veículo para a oficina
Se o veículo for alagado, pode haver a contaminação do cânister, do óleo da transmissão e dos eixos diferenciais. Com isso, podem ocorrer falhas na embreagem, na suspensão e nos freios, além da diminuição da vida útil dos componentes integrantes desses conjuntos. Por isso, é importante levar o carro à oficina e solicitar a avaliação desses itens assim que possível.
10. Limpe o sistema de ventilação
Havendo travessias consecutivas em alagamentos, recomenda-se uma limpeza do sistema de ventilação, que ficará sujeito à contaminação por fungos, microorganismos e bactérias.