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10 passos para se livrar das dívidas até o fim do ano

O que fazer para se livrar das dívidas em atraso, amortizar os débitos existentes e começar o novo ano no azul

Coloque "se livrar das dívidas" na sua lista de objetivos de ano novo (SXC/Divulgação)

Coloque "se livrar das dívidas" na sua lista de objetivos de ano novo (SXC/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2012 às 08h52.

São Paulo – Chegar ao fim do ano com dívidas pode gerar angústia com a aproximação das festas e das pesadas despesas de início de ano. Veja a seguir o que fazer para se livrar das dívidas até o fim do ano (ou ao menos reduzi-las), para iniciar 2013 no azul:

1. Forme uma reserva financeira se você é um “endividado controlado”

Ter dívida não é um problema. O crédito possibilita a antecipação dos sonhos de consumo e é uma ferramenta poderosa de planejamento para quem sabe usá-lo corretamente. Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro “Livre-se das dívidas”, existem dois tipos de dívidas e dois tipos de endividados.

As dívidas de valor são aquelas que têm bens em garantia e financiam grandes sonhos, como o financiamento habitacional e o de veículos; as dívidas sem valor são aquelas sem bens em garantia e que, por isso, têm juros elevados, como as dívidas no cartão de crédito, no crediário e no cheque especial. “São dívidas de valor menor e que facilmente levam as pessoas a se descontrolarem”, observa Domingos.

Já os dois tipos de endividados são, segundo Domingos, o “controlado” e o “descontrolado”. O “descontrolado” é o inadimplente, isto é, aquele que tem dívidas em atraso, principalmente dívidas caras para gastos cotidianos, como cartão de crédito e cheque especial. É principalmente este sujeito que deve fazer uma faxina na vida financeira na virada do ano.

O “controlado”, porém, é aquele que paga as prestações de seus financiamentos e suas contas em dia, sem entrar no cheque especial e sempre quitando a fatura do cartão de crédito integralmente na data certa. “Se você é um endividado ‘controlado’, não tem problema passar a virada do ano com dívidas”, ressalta.

Ou seja, se o pagamento de suas dívidas cabe dentro do seu orçamento, não há muito com que se preocupar. Se este é o seu caso, o principal conselho para você é: forme uma reserva financeira. “Se você não tiver reservas e tiver algum problema que o impeça de pagar suas prestações, vai acabar pagando caro por sua inadimplência”, lembra Domingos. O atraso no pagamento de uma parcela gera multa e juros de mora e pode levar o CPF do devedor a ser inscrito em um cadastro de inadimplentes.

2. Coloque “sair das dívidas” na lista de objetivos de ano novo – mas não como único objetivo

Se você está apreensivo com o seu endividamento – principalmente se você é um endividado “descontrolado” – coloque “sair das dívidas” na sua lista de objetivos para o novo ano. “Sair das dívidas deve ser um sonho, mas não o único. Coloque na lista também outros desejos”, diz Reinaldo Domingos, que lembra que outros anseios incentivam a não se endividar mais e a poupar.

3. Verifique os motivos do endividamento

Endividados “descontrolados” devem começar a faxina financeira pela verificação dos motivos que levaram ao endividamento. “Não adianta apenas usar o 13º salário para pagar as dívidas em atraso sem identificar a origem do descontrole financeiro. Assim você estará combatendo apenas o efeito, e não a causa da inadimplência”, diz Reinaldo Domingos.


4. Faça uma faxina financeira

Identificada a causa do desequilíbrio financeiro, é hora de colocar no papel todas as receitas e despesas mensais para compreender onde existem excessos. “O primeiro passo é reunir a família, para todos chegarem a uma solução juntos. Todo orçamento tem excessos que podem ser cortados”, lembra Domingos.

5. Corte as despesas em excesso

Corte primeiro os pequenos gastos supérfluos. Por supérfluo entenda-se o que não afeta o bem-estar e autoestima da família. “Não adianta cortar o cabelereiro da mulher ou os gastos com o futebol do homem no fim de semana se isso for muito importante para a autoestima de ambos”, diz o educador financeiro, que lembra que o que é supérfluo varia de família para família. Mas certamente é possível reduzir gastos com lazer, supermercado, luz, água, telefone e gás, por exemplo.

6. Crie uma folga no seu orçamento

Após os cortes, será possível criar uma folga no orçamento. Essa folga possibilitará, por exemplo, a renegociação de dívidas. “Se você criar uma folga no orçamento, já consegue definir quanto poderá pagar por mês para fazer uma proposta ao credor”, observa Domingos.

7. Use os recursos que entrarem para amortizar ou quitar dívidas

Quem tem dívidas de valores pequenos, ainda que em atraso, pode tentar quitá-las ou amortizá-las com algumas fontes de recursos extras. “A entrada do 13º salário é sempre uma boa oportunidade, principalmente para quitar dívidas no cheque especial e no cartão de crédito. Vender 10 dias de férias também é uma opção para começar o novo ano com tranquilidade”, indica Jurandir Sell Macedo, consultor de Finanças Pessoais do Itaú e professor da UFSC.

Além disso, se possível, aproveite créditos da Nota Fiscal Paulista e da Nota Fiscal Paulistana para abater, respectivamente, IPVA e IPTU e deixar o bolso mais leve no início do ano.

8. Troque linhas de crédito caras por outras mais baratas

Quem tem dívidas caras em atraso e está pagando juros altos pode tentar uma renegociação com o banco, substituindo essas linhas de crédito por linhas mais baratas, como empréstimos pessoais, empréstimos consignados ou mesmo linhas que tenham bens como garantia, como penhor, refinanciamento de imóvel ou refinanciamento de carro. Nestas modalidades, é possível pegar um percentual do valor do bem emprestado, deixando-o como garantia, seja ele uma joia, uma casa ou um carro.

Também é possível fazer a portabilidade de uma dívida de um banco para outro sem custo, caso o novo banco ofereça condições mais vantajosas, tanto em termos de custo de manutenção de conta e tarifas quanto de juros e custo efetivo total da dívida.


Ainda assim, o banco de destino não é obrigado a aceitar a transferência do débito, e esse benefício só costuma ser vantajoso para linhas como empréstimos pessoais, crédito consignado e financiamentos de veículos. Dívidas no cartão de crédito e no cheque especial devem preferencialmente ser trocadas por linhas mais baratas, e linhas como crédito direto ao consumidor normalmente têm prazo curto demais para compensar a migração. Já no caso dos financiamentos habitacionais, os custos cartoriais, que deverão ser pagos novamente, geralmente tiram a vantagem da migração.

9. Renegocie dívidas em atraso

Dívidas atrasadas também podem ser renegociadas com o credor, principalmente se o seu nome estiver “sujo”, isto é, incluído em um cadastro de inadimplentes. Após criar uma folga no seu orçamento, procure o credor para propor um alongamento do prazo, com redução do valor das parcelas e dos juros, ou mesmo um desconto para quitação à vista. Ciente de quanto pode pagar por mês, é possível já fazer a proposta adequada às suas possibilidades.

A renegociação pode ser feita por conta própria ou com a ajuda de um órgão de defesa do consumidor. A Serasa Experian lançou recentemente um serviço que permite ao credor fazer a proposta de renegociação ao devedor pela internet. Caso aceite, o devedor não precisa fazer mais nada, apenas imprimir o boleto e começar a pagar sob as novas condições.

10. Pague primeiro as dívidas de serviços essenciais

A quitação das dívidas também deve seguir uma ordem, dando-se preferência aos serviços essenciais, que podem ser cortados caso não sejam pagos, como contas de luz, telefone, água e gás. Para Reinaldo Domingos, em seguida devem ser pagas ou renegociadas as dívidas que têm bens em garantia, que podem ser retomados em caso de inadimplência, como financiamentos e refinanciamentos de imóveis e veículos.

Em seguida, diz o educador financeiro, devem ser pagas as dívidas com juros maiores, como as do cartão de crédito e do cheque especial. E, finalmente, as dívidas de juros menores que não têm bens atrelados a elas. “Para estas, dá para dizer não em um primeiro momento”, diz Domingos.

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