Minhas Finanças

11 dicas para mudar sua atitude para enriquecer

Saiba como mudar sua relação com o dinheiro de forma consistente para alcançar o sucesso financeiro


	Dedicar mais tempo à organização das finanças e não seguir tendências são algums dicas
 (Dreamstime)

Dedicar mais tempo à organização das finanças e não seguir tendências são algums dicas (Dreamstime)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2013 às 17h11.

São Paulo – Existem milhares de formas de enriquecer, mas talvez todas elas comecem pela mudança de atitude. Alguém que não está em paz com as finanças, sem uma mudança profunda na sua relação com o dinheiro, pode transformar até mesmo um prêmio de loteria de 50 milhões de reais em pó. 

Veja a seguir algumas dicas que podem te ajudar a mudar suas atitudes de forma consistente para começar a enriquecer. 

1) Coloque sua vida financeira no papel

Para explicar a importância de organizar suas finanças colocando todos seus gastos no papel, o consultor financeiro André Massaro lembra a famosa frase do físico irlandês William Thomson: “Aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar”. 

Segundo ele, quanto maior a consciência sobre os gastos, maior será a sua sensibilidade com o dinheiro. “A primeira coisa que a pessoa precisa fazer para mudar sua atitude é medir como estão suas finanças, colocando no papel tudo que ela está devendo, todas as receitas e despesas e com isso começar a fazer um acompanhamento periódico, diário ou semanal sobre sua situação financeira”, afirma Massaro.

No livro “Como passar de devedor para investidor - um guia de finanças pessoais”, os autores Samy Dana e Fabio Sousa afirmam que o controle financeiro não deve ser visto como uma camisa de força. Eles sugerem que até os pequenos gastos sejam anotados, não para condená-los, mas sim para que fique claro qual é o destino exato do seu dinheiro. Uma vez feito isso, não seria preciso reduzir todos os gastos, mas apenas passar a administrá-los da melhor forma. 

2) Dê mais importância ao desenvolvimento da sua carreira

Apesar de livros de educação financeira e conteúdos relacionados enfatizarem muito a questão de como sair das dívidas, ou de como investir, o desenvolvimento da carreira é parte essencial do processo de enriquecimento, sobretudo nas atuais condições do mercado. “As pessoas ganham dinheiro de três formas principais: por meio do empreendedorismo; pelo desenvolvimento da carreira profissional; e por meio dos investimentos, mas essa forma está cada vez mais inviável. Ganhar na loteria ou receber uma herança seriam outras formas, mas isso foge do seu controle. A verdade é que é difícil ficar rico sem trabalhar no Brasil”, diz Massaro.

Ele afirma que os brasileiros estão acostumados com altos rendimentos, já que há poucos anos a taxa Selic chegava aos 20% ao ano e a bolsa estava em alta. “Não que os investimentos tenham perdido sua importância, eles são fundamentais para proteger o dinheiro da inflação, mas hoje não se acumulam mais milhões de reais apenas investindo uma parte do salário. Hoje é mais fácil conseguir isso desenvolvendo sua carreira profissional”, defende o consultor. 

3) Entenda que riqueza não é sinônimo de ostentação

Algumas vezes a riqueza é associada ao nível de gastos e confunde-se uma pessoa rica com uma pessoa que gasta muito dinheiro. “Ser ‘rico’ significa ter dinheiro, e não ter um estilo de vida extravagante. Pessoas ricas podem viver de forma extravagante (dependendo do tamanho da riqueza dela), mas não é o padrão de gastos e de consumo que determina se uma pessoa é rica ou não”, avalia André Massaro. 

Por isso, segundo ele, é importante que o consumo seja coerente com o seu padrão de renda e que os gastos não subam sempre na mesma proporção do aumento da receita, já que dessa forma não será possível acumular um patrimônio.

O consultor financeiro Mauro Calil afirma que essa confusão sobre a riqueza pode estar associada à metodologia de classificação de renda do IBGE, que mede a qual classe o cidadão pertence de acordo com a posse de bens materiais, como televisores e geladeiras. “Ter coisas não é ser rico. Ser rico é ter um patrimônio que permita ao cidadão ter a escolha de trabalhar ou não”.

Ao compreender que ser rico não é ostentar alguns bens, gastos tolos são evitados e o objetivo do enriquecimento deixa de ser a possibilidade de consumir sem limites, mas ter um patrimônio que garanta seu sustento de maneira confortável.


4) Não seja imediatista, pense no longo prazo

Um dos conceitos estudados pelas finanças comportamentais, vertente da psicologia econômica, é a dificuldade do ser humano em enxergar o longo prazo. Sempre que existe um objetivo no curto prazo, como uma viagem, o objetivo de longo prazo, como a aposentadoria é deixado de lado. E sem construir nada no presente, é muito difícil colher frutos no futuro. 

“Nossa cabeça distorce o tempo e enxerga o longo prazo como algo muito mais distante do que é. Isso desanima a pessoa a fazer um investimento para uma pós- graduação, que poderia virar dinheiro no futuro, porque ela pensa que vai demorar um ano ou dois para fazer isso”, diz Massaro. 

Quanto antes forem iniciados os investimentos para o longo prazo, como para a aposentadoria, menor será a parcela que precisará ser destinada às aplicações. Além disso, alguns investimentos, como no mercado de ações, têm melhor desempenho se forem feitos no longo prazo.

5) Não adore, nem satanize o dinheiro

Segundo o consultor financeiro Mauro Calil, muitas pessoas são movidas pelo que ele chama de crenças limitantes. “Muitos pensam que o dinheiro é sujo e que se alguém enriqueceu é porque fez coisa errada. Ninguém questiona o ato de beber água, mas questiona o fato de se possuir dinheiro. O dinheiro não é algo a ser adorado ou satanizado", avalia.

De acordo com Calil, a partir do momento que a pessoa aceita que ela precisa de dinheiro todos os dias e que isso é próprio da nossa sociedade, ela passa a ter cuidados com o dinheiro da mesma forma que tem cuidados para não desperdiçar água ou alimentos.  

Outra crença limitante que deve ser eliminada, segundo ele, é a de que se deve apenas viver o momento. “Se alguém segue o lema de autoajuda de viver seu dia como se fosse o último, ele só vive um dia corretamente: o último, e provavelmente tão doente que não vai ser um dia intenso”, brinca Calil.

6) Consuma de forma inteligente

Quando o consumo é feito de forma pensada, é possível fazer o dinheiro render mais. “Um advogado não precisa de um computador de 8 mil reais, mas precisa gastar 2 mil reais com roupa e com uma caneta para impressionar os clientes. Já um profissional de tecnologia precisa de um computador bom, mas não precisa gastar muito com roupa”, afirma Calil.

Ao usar o dinheiro com o que realmente faz sentido, seu patrimônio passa a ser investido naquilo que traz retorno, você otimiza suas finanças e passa a fazer mais com menos. 

7) Esteja em paz com suas finanças

Conforme Mauro Calil defende, não é o dinheiro que traz a felicidade, mas a falta dele pode trazer tristeza. “É muito mais fácil ter tranquilidade espiritual quando existe tranquilidade financeira”, diz.

O livro “Problemas Financeiros e seus Reflexos no Ambiente de trabalho”, do professor Elisson de Andrade, trata especificamente dessa questão. Segundo o autor, o estresse financeiro causado pela acumulação de dívidas acaba resultando em diminuição de produtividade e aumento dos custos.

Em outras palavras, a saúde financeira dá oxigênio para que os objetivos profissionais e pessoais sejam alcançados e é o que garantirá o enriquecimento.


8) Dedique mais tempo a organizar suas finanças

Segundo Denise Hills, superintendente do Itaú Unibanco responsável pelos projetos de educação financeira da instituição, nós gastamos muito tempo para pagar diversos serviços e pessoas, mas não pagamos a nós mesmos. “É preciso colocar o dinheiro para trabalhar para você e dedicar tempo a isso, assim como nós dedicamos tempo a decisões sobre a carreira ou sobre os filhos. As pessoas lidam com o dinheiro marginalmente, mas o dinheiro só gosta de quem gosta dele”.

Segundo ela, ao não dedicar 2% do seu tempo às suas finanças, se algo acontece de errado depois é preciso gastar 90% do tempo para consertar o erro. 

9) Faça seus investimentos em etapas

O primeiro passo de qualquer planejamento financeiro é a formação da reserva de emergência, uma poupança equivalente a pelo menos seis meses de renda mensal que permite ao investidor suportar situações de emergência, como a perda do emprego, ou um problema de saúde na família. 

Sem essa reserva, em uma situação imprevista, você corre o risco de se endividar e comprometer todo o seu patrimônio para resolver o problema. “Ao estabelecer esse campo de segurança, a pessoa fica mais livre para empreender e para aproveitar oportunidades de carreira”, afirma Denise Hills.

Depois de formada essa reserva de emergência, segundo Denise, o próximo investimento deve visar a aposentadoria, dada a importância de construir uma renda para o futuro. “Depois que a reserva de emergência foi composta e já foi iniciado o investimento para a aposentadoria, aí devem ser planejados os investimentos para o curto e médio prazo, como para uma viagem ou para a compra de um carro”, afirma. 

10) Não se limite a seguir tendências, crie seus próprios caminhos

As finanças comportamentais também mostram que o ser humano tende a ter um comportamento de rebanho. É por isso que as pessoas entram em carreiras que estão na moda e investidores aplicam em produtos que estão em alta no momento. “As pessoas têm seus próprios vieses ou então interesses que conflitam com os nossos, por isso nem sempre é interessante seguir a maioria”, afirma Massaro.

Para se proteger de pressões e influências externas, o consultor sugere que a pessoa identifique seu perfil - seja profissional, de investidor ou de empreendedor - e trace uma estratégia alinhada com o seu estilo, procurando não dar muita atenção aos ‘gênios financeiros’ e palpiteiros de plantão.

11) Não seja excessivamente otimista

A questão do otimismo exacerbado é outro comportamento estudado pela psicologia econômica, que explica que temos uma tendência em acreditar que entendemos mais do que realmente sabemos e que tudo dará certo no final de alguma forma. A confiança em excesso é o que faz um investidor ignorar os riscos e acreditar que outras pessoas podem sofrer prejuízos e ele não.

A mudança de atitude aqui seria compreender que não agimos motivados apenas por fatores racionais e que as emoções têm um papel importante dentro das nossas decisões.

Quando temos uma convicção, por exemplo, há uma busca por fontes de opiniões e dados que confirmem essa ideia, sem que a credibilidade da informação seja o primeiro critério para essa busca. Além disso, a pessoa também enxerga padrões em ocorrências aleatórias, o que distorce e eleva ainda mais a sua confiança.

Ao tomar consciência sobre esse comportamento, o investidor passa a pensar duas vezes antes de entrar em um esquema com propostas de ganho absurdas e deixa de gastar como se não houvesse amanhã. 

Acompanhe tudo sobre:educacao-financeirapatrimonio-pessoal

Mais de Minhas Finanças

Consumidores têm até 30 de novembro para negociar dívidas bancárias em Mutirão

Como calcular o valor do 13º salário; pagamento acontece esta semana

Pé-de-Meia: pagamento a estudantes começa nesta segunda

Aposentados e pensionistas do INSS começam a receber hoje; veja calendário