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Redatora
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 05h13.
O yuan chinês (RMB) apresentou recuperação frente ao dólar neste ano, mas registrou queda em relação a outras moedas importantes, como euro, libra esterlina e iene japonês.
A valorização é impulsionada por esforços de Pequim para fortalecer a economia e pela expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve nos Estados Unidos.
Segundo a CNBC, O yuan offshore subiu 3% em relação ao dólar neste ano, enquanto o índice do dólar americano (DXY) caiu mais de 10%. Economistas projetam que a moeda chinesa possa chegar a 7 por dólar até o final do ano, apoiado em políticas para estimular o crescimento econômico e aumentar investimentos onshore.
Enquanto isso, o yuan enfraqueceu mais de 10% frente ao euro, 5% contra a libra e 3% em relação ao iene. A depreciação beneficia exportadores chineses fora dos EUA e reflete mudanças no destino das exportações: menos de 10% das remessas em agosto foram para os EUA, enquanto a União Europeia, Sudeste Asiático, África e América Latina registraram aumento nas compras de produtos chineses.
Especialistas apontam que a valorização do yuan frente ao dólar e a desvalorização frente a outras moedas decorrem principalmente do dólar fraco.
A fixação diária da taxa de referência pelo Banco Popular da China tem mantido a moeda em níveis fortes, permitindo uma valorização gradual frente ao dólar.
Analistas do Goldman Sachs interpretam essa política como um “gesto de boa vontade” em meio às negociações comerciais com Washington.
O Banco Popular da China enfrenta um dilema político: cortes de juros podem estimular o crescimento, mas também podem gerar bolhas no mercado de ações.
O índice CSI 300 subiu mais de 43% desde setembro de 2024, impulsionado por compras do Estado e investidores de varejo. De acordo com a CNBC, Pequim deve agir com cautela para equilibrar valorização cambial e estabilidade do mercado doméstico.
Por outro lado, a desvalorização do yuan frente a outras moedas aumenta a competitividade chinesa em mercados internacionais, mas pode gerar atritos comerciais com parceiros como Índia e México, que já sinalizaram preocupações com desequilíbrios comerciais e revisões tarifárias.