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Yield real perto de pico de 14 anos puxa compra global de dólar

O rendimento real — yield menos inflação — dos títulos do Tesouro americano de 10 anos subiu acima de 1,82% nesta segunda-feira, perto do nível mais alto desde 2009

Dólar: Os fundos alavancados de Wall Street vêm reduzindo suas apostas recordes contra o dólar (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

Dólar: Os fundos alavancados de Wall Street vêm reduzindo suas apostas recordes contra o dólar (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

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Agência de notícias

Publicado em 14 de agosto de 2023 às 18h12.

Os mercados globais de câmbio apostam que os juros nos EUA permanecerão mais altos do que a inflação por muito tempo, e isso levou o dólar a novas máximas em relação a alguns de seus principais pares.

O rendimento real — yield menos inflação — dos títulos do Tesouro americano de 10 anos subiu acima de 1,82% nesta segunda-feira, perto do nível mais alto desde 2009. O atrativo de retornos positivos trouxe fluxos de volta ao dólar, que já se valorizou cerca de 3% frente às principais moedas desde uma mínima de mais de um ano no mês passado.

A valorização desta segunda-feira levou a divisa americana a seu nível mais forte em relação ao yuan chinês este ano, e a moeda foi negociada acima de 145 ienes, perto de um nível que levou o Banco do Japão a intervir no ano passado para fortalecer sua moeda.

Os fundos alavancados de Wall Street vêm reduzindo suas apostas recordes contra o dólar. Um barômetro do posicionamento e sentimento no mercado de opções mostra que os investidores estão mais otimistas com a moeda americana desde o final de março.

A valorização mostra que o dólar pode se fortalecer mesmo quando o Federal Reserve se aproxima do fim de seu ciclo de aperto, impulsionado por perspectivas de crescimento econômico robusto. Isso começa a lançar dúvidas sobre as recentes previsões de que o rali da moeda americano frente aos principais pares havia terminado.

“É difícil o dólar cair significativamente quando o mercado está focado seja no desempenho superior dos EUA, seja nos yields mais altos”, escreveram estrategistas do Goldman Sachs, incluindo Kamakshya Trivedi.

Dados da Commodity Futures Trading Commission, que regula os derivativos nos EUA, mostraram que as posições vendidas em dólar recuaram para o nível mais baixo em oito semanas.

“As taxas reais nos EUA estão muito atraentes globalmente”, disse Peter Chatwell, chefe global de estratégias macro no Mizuho.

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