Warren Buffett é um dos homens mais ricos do mundo, com fortuna estimada em US$ 166 bilhões (Eric Francis//Getty Images)
Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 2 de maio de 2025 às 11h56.
Última atualização em 2 de maio de 2025 às 11h59.
Show da Lady Gaga em Copacabana? Que nada. O show que os aficcionados em investimentos estão aguardando neste fim de semana é a Conferência da Berkshire Hathaway. Conhecida como o "Woodstock para capitalistas", o encontro reúne mais de 30 mil pessoas anualmente na pacata Omaha, no Nebraska, para ouvir o que pensa Warren Buffett, considerado um dos maiores investidores de todos os tempos.
Buffett é um dos homens mais ricos do mundo, com fortuna estimada em US$ 166 bilhões. Mas, aos 94 anos, está mais low profile do que nunca e normalmente só se pronuncia, para responder diversas perguntas sobre sua empresa e o mercado uma vez ao ano.
Neste ano, marcado pelas incertezas com a guerrra tarifária -- sobre a qual Buffett até agora não se manifestou -- EXAME separou quatro temas quentes que devem estar no radar dos investidores que vão acompanhar a sabatina:
O CEO da Berkshire não tem comentado sobre a guerra comercial do presidente Donald Trump. Com a volatilidade abalando os mercados, muitos devem prestar atenção nos comentários de Buffett, em busca de pistas sobre como ele acha que as tarifas dos EUA e as respostas de outras nações afetarão os negócios e a economia.
Questionado sobre tarifas durante uma entrevista à TV no início deste ano, Buffett as chamou “um ato de guerra, até certo ponto”.
Observadores desenterraram um artigo de 2003 no qual Buffett sugeriu que os EUA buscassem remediar seu déficit comercial por meio de um sistema de certificados de importação negociáveis que, segundo ele, seria uma “tarifa com outro nome”.
Buffett completará 95 anos em agosto deste ano e já indicou que seu sucessor será Greg Abel, atual vice-presidente da companhia. Durante sua última carta aos acionistas, Buffett reforçou que a transição não deve demorar, criando uma expectativa adicional sobre o tema.
Buffett afirmou que, se algo lhe acontecesse, Abel assumiria imediatamente a presidência da holding.
Canadense formado em contabilidade, ele tem uma longa trajetória na Berkshire Hathaway, tendo liderado a Berkshire Hathaway Energy por duas décadas antes de assumir a vice-presidência das operações não ligadas a seguros, em 2018.
Abel é visto como alguém que manterá a cultura da empresa, conforme já destacou Charlie Munger, parceiro histórico de Buffett, falecido no começo do ano passado.
O outro nome importante na alta gestão é Ajit Jain, vice-presidente responsável pelas operações de seguros, considerado uma alternativa caso Abel não possa assumir.
A morte recente de Charlie Munger, aos 99 anos, reacendeu o foco na sucessão, já que Buffett tem 94 anos e admitiu estar “jogando a prorrogação". Os investidores acompanham atentamente não só a sucessão, mas também a renovação do conselho da Berkshire, que tem muitos membros com idade avançada.
Em uma sabatina que vai durar mais de 4 horas e meia, o discurso de Buffett este ano deve se atentar às estratégias de investimento da Berkshire Hathaway, com foco nos recentes desinvestimentos, os impactos dessas decisões e o desempenho da companhia em um ano desafiador para muitas grandes ações.
Em 2024, a Berkshire vendeu mais de US$ 134 bilhões em ações, principalmente das duas maiores participações da empresa: Apple e Bank of America.
Com isso, a companhia aumentou sua posição em caixa para US$ 334,2 bilhões, quase o dobro do ano anterior, enquanto o valor do portfólio de ações encolheu para US$ 272 bilhões.