Com o racionamento de energia, maior demanda por geradores deve elevar os preços da WEG (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 15h43.
São Paulo - Enquanto as ações das elétricas sofrem com a ameaça de um racionamento de energia no Brasil, as ações da WEG (WEGE3) registram forte alta na última semana. Nos últimos 5 dias, princpalmente nas últimas quarta e quinta-feira, os papéis da empresa já acumulam alta de 5%.
A arrancada se explica pelo fato de que em um cenário de racionamento de energia, a tendência é que haja uma maior venda de geradores e equipamentos de geração, transmissão e distribuição (GTD), bem como de motores elétricos.
Além disso, segundo a analista Renata Faber, do Itaú BBA, como os preços dos equipamentos para a transmissão e distribuição de energia estão fracos desde 2011, uma maior demanda deve elevar os preços.
A analista destaca ainda que as empresas com operações no Brasil levaria vantagem na disputa por essa nova demanda, visto que o BNDES financia produtos fabricados no mercado interno em condições atrativas no programa FINAME.
De acordo com as projeções da analista, considerando maiores vendas de motores elétricos, maiores vendas no segmento de GTD e maiores margens, o racionamento de energia impactaria a WEG do segundo trimestre de 2013 ao quarto trimestre de 2015, com um aumento de 7,5% na estimativa de ganhos para 2014 e 2015.
Renata mantém sua recomendação de market perform (desempenho em linha com a média do mercado) para a empresa e o preço-alvo de R$ 27,5 por ação, para finais de 2013. Ela destaca ainda que no caso do racionamento se confirmar, o preço-alvo passaria a ser 2,5% maior (em R$ 28,2 por ação).
Racionamento
No pregão desta segunda-feira, os papéis do setor elétrico lideram as perdas do Ibovespa, puxados por Cemig (-2,95%) e Cesp (-3,78%). O Índice de Energia Elétrica cai -2,57%.
Em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira, analistas do BTG Pactual destacaram que a situação dos reservatórios das hidrelétricas parece mais "delicada" que no início de 2000, um ano antes do governo declarar racionamento de energia. Além do baixo nível dos reservatórios, eles destacaram ainda chuvas insuficientes para recompor os estoques e sistema de termelétricas quase totalmente acionado.