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Warren Buffett relembra em carta anual seus 3 princípios para investir

O documento era aguardado com expectativa, uma vez que Buffett agora está pressionado por resultados

Warren Buffett: megainvestidor divulgou carta anual para tranquilizar após os resultados recentes de sua empresa (Daniel Zuchnik/Getty Images)

Warren Buffett: megainvestidor divulgou carta anual para tranquilizar após os resultados recentes de sua empresa (Daniel Zuchnik/Getty Images)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 22 de fevereiro de 2020 às 12h22.

São Paulo - O megainvestidor Warren Buffett divulgou neste sábado (22) sua carta anual aos investidores da sua empresa, a Berkshire, comentando os resultados dos seus negócios nos últimos 12 meses.

O documento era aguardado com expectativa, uma vez que Buffett agora está pressionado por resultados. Segundo os dados da própria Berkshire, a companhia deu um retorno de 11% em 2019, e de 2,8 no ano anterior. Em comparação, o índice S&P 500 subiu 31,5% no ano passado e 4,4% um ano antes.

Nessa tentativa de acalmar os ânimos, Buffett e seu sócio Charlie Munger afirmaram que vão continuar seguindo três princípios da empresa que deram certo nas últimas décadas - responsáveis pelo valor da Berkshire saltar 2.744.062% desde 1964.

O primeiro deles é continuar investindo em empresas variadas e de áreas diferentes, nas quais a Berkshire já tem participação. Segundo os dados da companhia, na última década, as despesas de depreciação somaram US$ 65 bilhões, enquanto os investimentos em ativos, como terenos, fábricas e equipamento somaram US$ 121 bilhões. "O reinvestimento em ativos operacionais produtivos será nossa principal prioridade", escreveu.

Ao mesmo tempo, em seu segundo critério, Buffet afirmou que sua empresa está disposta a comprar novos negócios, mas desde que eles cumpram três requisitos: precisam obter bons retornos em suas operações, precisam ser comandados por líderes qualificados e honestos e precisam estar disponíveis em um preço justo.

 

Buffett lembrou que a prioridade da Berkshire é sempre comprar 100% das empresas nos momentos de aquisição, mas reconheceu que esse tipo de negócio está cada vez mais raro. Então, a solução tem sido adquirir fatias minoritárias dessas empresas.

Lembrando que recentemente o investidor esteve ligado à compra da joalheria Tiffany & Co. Segundo o jornal Financial Times, Buffett se recusou a fazer uma oferta pela joalheira, que acabou sendo adquirida no ano passado pelo grupo LVMH por 16 bilhões de dólares.

Entre os principais negócios já feitos por Buffet estão a American Express (18,7% de participação do megainvestidor), Apple (5,7%), Coca-Cola (9,3%) e Moody's (13,1%).

“A filosofia de Buffett é de investimentos de longo prazo, em negócios de alto retorno e estáveis, mas os papéis que desempenharam acima da média nos últimos anos foram os de alto crescimento e múltiplos de valor expandidos, como empresas de tecnologia - um dos grandes acertos mais recentes de Buffet foi a própria Apple, por exemplo", diz Renato Mimica, chefe de análises da EXAME Research.

Em sua carta anual, Buffett ainda explicou aos investidores que prefere diferenciar a maneira como os resultados das empresas que têm participação são divulgados. Nas que a Berkshire tem mais de 50% de participação, os ganhos dessas empresas vão direto para os lucros operacionais da Berkshire. Nas demais, somente os dividendos recebidos são divulgados.

O motivo é que o megainvestidor considera importante proteger o lucro retido dessas companhias, já que ele é usado para novos investimentos e melhorias na própria empresa.

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