Buffett: mercado acredita que a nova compra é sinal de que o megainvestidor está ansioso para usar as reservas de caixa da Berkshire (Daniel Zuchnik/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 18 de novembro de 2020 às 13h57.
Última atualização em 18 de novembro de 2020 às 17h25.
O megainvestidor Warren Buffett está na ativa e fazendo novas compras no mercado acionário, mas desta vez ele mantém sigilo e não revela as ações que comprou. Na segunda-feira, 16, o formulário enviado à SEC pela Berkshire Hathaway afirma que “informações confidenciais foram omitidas do relatório e arquivadas separadamente na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos.” A expectativa é que a compra seja revelada nas próximas semanas.
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É possível que a confidencialidade foi mantida para que a Berkshire tenha tempo para comprar mais papéis e aumentar sua posição. Se a compra fosse revelada logo, chamaria a atenção de outros investidores, ele teria concorrência, o que aumentaria o preço da empresa no mercado.
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Não é a primeira vez que Buffett mantém o sigilo de sua estratégia de compra. A última vez foi em 2015, na compra de ações da Phillips 66, uma petroleira. Semanas depois ele revelou em documento enviado à SEC uma participação de 2,5 bilhões de dólares na companhia.
Em 2011, também houve confidencialidade na compra das ações da IBM. Nos relatórios enviados à SEC do primeiro e segundo trimestre não constava a compra. No final do ano, a Berkshire Hathaway revelou que tinha aumentado a posição de 4,5 milhões de ações em março para 24,8 milhões de ações em junho, depois 57,3 milhões de ações valendo mais de 10 bilhões de dólares no final de setembro.
O mercado acredita que a nova compra de Buffett é sinal de que ele está ansioso para usar as reservas de caixa da Berkshire depois de se proteger da pandemia no início deste ano.
A Berkshire saiu das "quatro grandes" ações de companhias aéreas com prejuízo e reduziu suas participações em bancos no segundo trimestre — anunciou mais de 19 bilhões de dólares em investimentos durante o terceiro trimestre e revelou cerca de 6 bilhões de dólares em novas participações farmacêuticas em sua atualização de portfólio na segunda-feira.