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Wall Street registra máximas e analistas temem excesso

Na segunda-feira passada, pela primeira vez, o índice Dow Jones Industrial Average e o tecnológico Nasdaq, fecharam acima de 13.000 e 3.000 pontos, respectivamente

Ao todo, o Dow Jones cresceu 11,45% em três meses, e quase 8% desde o início de 2012 (©AFP/Archives / Timothy A. Clary)

Ao todo, o Dow Jones cresceu 11,45% em três meses, e quase 8% desde o início de 2012 (©AFP/Archives / Timothy A. Clary)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2012 às 14h42.

Nova York - Wall Street recuperou o terreno perdido com a crise financeira e se encontra nos mesmos níveis do final de 2007, após um rápido crescimento de 11% de seus indicadores em três meses, a ponto de os analistas se questionarem se esse avanço não está acontecendo muito rápido.

Na segunda-feira passada, pela primeira vez, o índice Dow Jones Industrial Average e o tecnológico Nasdaq, fecharam acima de 13.000 e 3.000 pontos, respectivamente, em uma mesma sessão.

O Dow Jones fechou a 13.216,62 unidades, um nível que não alcançava desde 31 de dezembro de 2007, e o Nasdaq, terminou a 3.048,65 pontos, recuperando seu nível anterior à crise em 2008.

Ao todo, o Dow Jones cresceu 11,45% em três meses, e quase 8% desde o início de 2012.

Já o índice ampliado Standard and Poor's 500, beirou os 1.400 pontos, a 1.397,90 pontos.

Estes níveis, inéditos em quatro anos, alarmaram alguns analistas pelo ritmo no qual foram alcançados e por estes considerarem que o vigor deste crescimento não se justifica.

"As estatísticas sugerem que o avanço foi muito forte e rápido, e (o mercado) precisaria se acalmar", disse Frederic Dickson, de DA Davidson.

Para Gregori Volokhine, da Meeschaert Capital Market, o mercado chega a passar a impressão "de que não há mais problemas na Europa".


A evolução dos indicadores reflete, na verdade, o entusiasmo crescente dos investidores com relação à economia americana, assim como o retorno da confiança do setor bancário, considerado como um termômetro da reativação, dizem especialistas.

O êxito de 15 dos 19 grandes bancos nas provas de resistência anunciadas na terça-feira pelo Federal Reserve (Fed, o banco central) é considerado por muitos como o símbolo de uma página virada desde o estouro da crise financeira de 2008, que quebrou o emblemático banco de negócios Lehman Brothers.

Ainda assim, o recuo do desemprego nos Estados Unidos continua tranquilizando os investidores, assim como o acordo da Grécia com seus credores privados.

"As coisas parecem estar melhor. Na Europa, nos Estados Unidos, na China. (...) Não há recessão nos Estados Unidos, os indicadores econômicos são tranquilizadores, assim como na Ásia", disse Alec Young, da SP's Capital IQ.

"Apesar da alta atual (dos índices), a maioria das pessoas (os investidores) não creem" que esteja sendo formada uma bolha especulativa", disse Gregori Volokhine.

"Há ainda muito dinheiro adormecido no mercado", disse Dick Green, do site de análises financeiras Briefing.com. "Muitos descrentes não conseguem aceitar essa alta do mercado dos últimos três anos", completou.

O Dow Jones celebrou na sexta-feira seu terceiro ano consecutivo de alta, depois de fechar em 9 de março de 2009 a seu nível mais baixo em doze anos, em plena crise financeira, a 6.547,05 pontos. Desde então, o índice subiu 101,28%.

Para o analista Alec Young, no entanto, o mercado não está supervalorizado. "Temos uma meta de 1.400 pontos (para o SP's 500) em 2012, e quase o alcançamos, como estava previsto. É uma evolução totalmente em linha com nossas expectativas", completou.

Para este analista, "será difícil ir muito além". "Não aconselhamos nossos clientes a investir neste momento e sim aguardar um momento de correção", afirma.

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