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Wall Street perde fôlego com petróleo em alta, tarifas e tensão entre Israel e Irã

Com escalada no conflito do Oriente Médio e incertezas sobre políticas de Trump, índice S&P 500 recua 1,1% na sexta e segue a menos de 3% do recorde

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 16 de junho de 2025 às 06h46.

Após semanas em alta, o S&P 500 perdeu força e terminou a semana praticamente estável, ainda 3% abaixo da máxima histórica.

A retração veio na esteira da escalada entre Israel e Irã, que trocaram ataques na semana passada. O barril de petróleo subiu 14% até sexta-feira, 14. Já o VIX, índice de volatilidade, ultrapassou os 20 pontos.

Enquanto isso, os juros dos Treasuries de 10 anos voltaram a subir após quatro dias de queda. O movimento freou o apetite de risco em Wall Street.

Julian Emanuel, da Evercore ISI, projeta que o índice só renovará sua máxima em 2026. “Há muitos riscos: Israel e Irã, tarifas e o projeto ‘Big Beautiful Bill’. O verão será um período de espera.”

Mesmo sem sinais de pânico, o mercado segue com cautela. Um índice de correlação das 50 maiores ações do S&P 500 está em patamar próximo ao mais baixo desde fevereiro, sugerindo que os papéis devem reagir mais a fundamentos próprios que a fatores externos.

Economia dá sinais positivos, mas incertezas seguem pesando

O índice oscilou menos de 0,6% em 11 dos últimos 13 pregões, mesmo com dados favoráveis como inflação sob controle e bons leilões do Tesouro. A alta não se sustentou após os ataques no Oriente Médio.

Segundo Michael Kantrowitz, da Piper Sandler, o CPI positivo já estava precificado. Ele destacou que o impacto das tarifas ainda não foi totalmente sentido.

Investidores institucionais venderam ações por cinco semanas seguidas, movimento não visto desde 2008, segundo o Bank of America. “Compraram os boatos. Agora vendem no fato”, disse Sameer Samana, do Wells Fargo.

A indefinição política nos EUA também pesa. “O mercado quer saber: ‘E agora?’”, afirmou Keith Buchanan, da GLOBALT. A exposição a ações permanece baixa.

Trump suavizou o discurso sobre a China, mas as tarifas continuam elevadas, minando o entusiasmo dos gestores. “Há um cansaço com as manchetes”, disse Dan Greenhaus, da Solus.

Diante do cenário, os setores defensivos — energia, saúde e imóveis — lideram os ganhos, superando as gigantes de tecnologia. Para Kevin Gordon, da Charles Schwab, em entrevista à Bloomberg, o mercado ainda enfrenta pressões como crescimento fraco da força de trabalho e tarifas altas. “O avanço tem sido lento”, concluiu.

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