Invest

Wall Street eleva previsões de crescimento da China para 2025, mas alerta sobre desafios econômicos

Morgan Stanley, Goldman Sachs e outros revisam crescimento para perto de 5%, mas alertam para perda de fôlego nos próximos meses

Publicado em 16 de julho de 2025 às 06h44.

Nove grandes bancos dos Estados Unidos e da Europa elevaram suas projeções para o crescimento da economia chinesa em 2025 após a divulgação de dados melhores do que o esperado no segundo trimestre.

Entre as instituições que revisaram suas estimativas estão Morgan Stanley, Goldman Sachs, Barclays e ANZ, que agora projetam uma expansão mais próxima de 5%. O Australia & New Zealand Banking Group (ANZ), por sua vez, prevê alta de 5,1% no ano.

De acordo com informações da Bloomberg, o aumento vem após o governo da China divulgar que o Produto Interno Bruto (PIB) teve desempenho acima das expectativas, sustentado por exportações resilientes e políticas de estímulo ao consumo e ao investimento.

Apesar do bom momento, os analistas de Wall Street alertam que o ritmo de crescimento deve enfraquecer nos próximos meses. Entre os fatores de preocupação está a deflação, que puxou o crescimento do PIB nominal para apenas 3,9% no segundo trimestre — o nível mais baixo fora do período da pandemia desde o início da série histórica trimestral, em 1993.

Economistas do Morgan Stanley, em relatório divulgado nesta quarta-feira, 16, afirmaram que a deflação segue como o principal desafio macroeconômico da China.

Para eles, embora as recentes sinalizações do governo para conter guerras de preços sejam um passo na direção certa, o impacto dessas medidas tende a ser mais limitado do que o observado nas reformas do lado da oferta em 2015. O banco atribui isso ao excesso de capacidade em diversos setores, ao espaço fiscal restrito para impulsionar a demanda e a um cenário macroeconômico menos favorável.

A equipe do Morgan Stanley projeta que o crescimento do PIB cairá para menos de 4,5% no segundo semestre, pressionado pelo efeito de compensação nas exportações, que foram antecipadas pelos compradores para evitar as tarifas americanas, e pela perda de impulso dos estímulos fiscais.

Já os analistas do ANZ estimam que a queda nas exportações líquidas pode tirar 0,5 ponto percentual do crescimento nos próximos meses, sendo o maior obstáculo à expansão da economia no período.

O banco considera pouco provável uma revisão orçamentária no meio do ano e aponta que, até o fim de maio, mais de 75% do déficit de 10 trilhões de yuans ainda não havia sido alocado.

O Goldman Sachs, por sua vez, avalia que o governo chinês não deve lançar medidas de estímulo amplas no curto prazo, diante do crescimento mais sólido observado até agora.

Acompanhe tudo sobre:wall-streetChinaPIBBancos

Mais de Invest

PMIs, julgamento de Bolsonaro e audiência em Washington: o que move os mercados

Cade abre investigação sobre venda da operação de níquel da Anglo American, diz Financial Times

África do Sul como polo de terceirização? Setor no país deve chegar a US$ 6,8 bi até o final de 2030

Bolsas da Europa e dos EUA sobem com decisão que favorece o Google