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VP da Nippon Steel vai aos EUA para salvar acordo de compra da U.S. Steel

A possível transação se tornou um problema na corrida presidencial dos EUA

União da U.S. Steel com a Nipon criaria a segunda maior siderúrgica do mundo  (Justin Merriman/Bloomberg via Getty Images/Getty Images)

União da U.S. Steel com a Nipon criaria a segunda maior siderúrgica do mundo (Justin Merriman/Bloomberg via Getty Images/Getty Images)

Publicado em 11 de setembro de 2024 às 08h20.

O vice-presidente da Nippon Steel se reunirá com autoridades dos EUA em Washington nesta quarta-feira em um último esforço para salvar a proposta de compra  da U.S. Steel pelo grupo japonês. O negócio, que gira em torno de US$ 15 bilhões, é questionado por Joe Biden e Kamala Harris.

A U.S. Steel tem capacidade de produzir 20 milhões de tonelada de aço por ano. A Nippon, sediada em Tóquio, é a maior siderúrgica do Japão. As empresas combinadas poderiam produzir até 86 milhões de toneladas do metal, sendo a segunda maior companhia do mundo no ramo.

De acordo com o Financial Times, Takahiro Mori deve se reunir com várias lideranças ligadas ao Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA, o painel governamental  liderado pelo Tesouro que analisa acordos de investimento que podem impactar a segurança nacional.

A possível transação se tornou um problema na corrida presidencial dos EUA porque a U.S. Steel tem sede em Pittsburgh, Pensilvânia, um estado decisivo que a vice-presidente Harris e o ex-presidente Donald Trump esperam vencer em novembro.

No início deste mês, Harris disse que a icônica siderúrgica deve permanecer "de propriedade e operação americanas". Sua declaração refletiu a posição assumida pelo presidente Biden, que disse que a transação representava preocupações de segurança nacional. Trump também disse que bloquearia "imediatamente" a aquisição se retornasse à Casa Branca.

Muitos especialistas ouvidos pelo FT rejeitaram a ideia de que uma empresa japonesa comprando a U.S. Steel representa um risco à segurança nacional. O Japão é o maior aliado dos EUA no Indo-Pacífico. Os dois países estão cooperando em muitas áreas sensíveis em seus esforços para combater a China.

Harris e Trump estão tentando cortejar o voto sindical no estado industrial antes da eleição, onde a U.S. Steel alertou na semana passada que milhares de empregos estavam "em risco" se Washington bloqueasse a aquisição proposta. O sindicato United Steelworkers se opõe ao acordo.

O Financial Times relatou na semana passada que o Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA havia concluído que o acordo representava riscos de segurança que não poderiam ser mitigados pela empresa japonesa. Várias pessoas familiarizadas com as deliberações disseram que tanto o Departamento de Estado quanto o Pentágono não concordaram com a conclusão.

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