Por Luciana Collet

São Paulo - O volume financeiro movimentado com as negociações de mercado à vista da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) atingiu sua máxima histórica em 2010 antes mesmo do encerramento do ano. No acumulado deste ano até ontem, o volume soma US$ 706,6 bilhões, superando o recorde anual registrado em 2008, de US$ 691,6 bilhões, conforme levantamento feito pela consultoria Economatica.

"O crescimento do valor financeiro da Bovespa foi constante de 2002 até o ano de 2008. Já em 2009, devido à crise internacional, a Bovespa movimentou US$ 590,4 bilhões", informou a Economática. A consultoria diz que, de 2002 até agora, a Bovespa registra um crescimento de 8,26 vezes em volume.

Ainda segundo o levantamento, considerando o mercado latino-americano, também Chile, México e Colômbia atingiram máximas históricas de volume financeiro negociado em 2010. Juntas, as sete bolsas mais representativas da América Latina - que também considerou Peru, Argentina e Venezuela - já movimentaram US$ 920,16 bilhões. A Bovespa responde por 76,8% do volume total da região, enquanto o México aparece na segunda posição, com US$ 149,8 bilhões, ou 16,3%. O Chile fica com a terceira colocação, com US$ 38,8 bilhões (4,2%) e a Colômbia vem em seguida, com US$ 17,3 bilhões (1,9%).

A Economatica destaca, porém, que o mercado latino-americano ainda é muito menor que o dos EUA e cita como exemplo a Apple Computer (AAPL), que neste ano até o dia 22 de novembro já movimentou US$ 1,272 trilhão, o que a torna 38,21% maior que o volume total dos sete mercados latino-americanos.

Entre os dez papéis com maior volume financeiro acumulado em 2010 na América Latina, nove são de empresas brasileiras. O movimento maior no acumulado do ano até ontem foi registrado com a Vale PNA, de US$ 95,6 bilhões, seguido por Petrobras PN, com US$ 82,2 bilhões; OGX Petróleo ON, com US$ 35,9 bilhões; Itaú Unibanco PN, com US$ 24,8 bilhões; BM&FBovespa, com US$ 21,3 bilhões; e Petrobras ON, com US$ 21,2 bilhões. Apenas na sétima posição aparece o papel de uma empresa não brasileira, o da America Móvil, com US$ 20,3 bilhões. Na sequência aparecem Vale ON (US$ 19,4 bilhões), Usiminas PNA (US$ 17,5 bilhões) e Bradesco PN (US$ 17,2 bilhões).