Mercados

Volume baixo assusta, mas não ameaça BM&FBovespa, diz Goldman Sachs

Giro financeiro com ações caiu 18% no segundo trimestre, mas bolsa continua atraente diante de gatilhos de curto prazo, como capitalização da Petrobras

Enfraquecimento de volume geram cenário misto com aumento no lucro por ação, recompra de papéis e participação na CME, dizem analistas  (.)

Enfraquecimento de volume geram cenário misto com aumento no lucro por ação, recompra de papéis e participação na CME, dizem analistas (.)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2010 às 18h58.

São Paulo - Um volume de negócios classificado como "entediante" e que fincou raízes ao longo dos pregões de ações e derivativos no primeiro semestre não deve sair tão cedo das sessões da BM&FBovespa (BVMF3). Ainda assim, a queda recente no fluxo de negócios não é uma sentença sem volta para a bolsa. É o que dizem analistas do Goldman Sachs, que  reavaliaram suas posições em relação ao mercado nacional em relatório divulgado nesta quarta-feira (18).

Equilibrando os sinais mistos do notável enfraquecimento de volume negociado, versus aumento no lucro por ação acima das expectativas no segundo trimestre (cerca de 5,5%) e a recém aprovada recompra de ações da bolsa, o Goldman Sachs anunciou rebaixamento no preço-alvo dos papéis das BM&FBovespa (BVMF3) e revisão para baixo nas expectativas para o volume de ações e derivativos até 2012.

O novo preço-alvo, de 16,40 reais, representa uma queda de 1,8% em relação ao anterior, de 16,70 reais.  O banco de investimentos rebaixou as expectativas dos volumes de negócios diários com ações em 1,9% até o final do ano, 1,5% em 2011 e 1,4% em 2012. No segmento BM&F, a revisão foi de 3,6% para 2010, 6,5% para 2011 e  6,5% para 2012. Apesar disso, as receitas com derivativos foram diminuídas em apenas 1,8%, 2,8% e 2,7%, respectivamente, por refletir preços levemente melhores sob volumes mais fracos, justificam os analistas. A recomendação é  de compra dos papéis.

"Continuamos a acreditar que há catalisadores que poderiam acender os negócios, tais como o aumento de capital da Petrobras ou a liberação do acesso ao mercado via co-location, recém autorizada. Esses fatores podem dar suporte ao aumento de volume", contrapõe o relatório assinado pelos analistas Wesley Okada, Carlos Macedo e Jason Mollin. O Goldman reitera também que a desaceleração do volume é, em grande parte, o reflexo local de uma tendência global. Como resultado, a BM&FBovespa ainda é uma alternativa atrativo em relação aos seus pares da Ásia, de crescimento similar, dizem.

Volume no segundo trimestre foi “tedioso”

Entre os destaques apontados pelos analistas, as manchetes vão para a queda de 18% no volume diário de negócios com ações no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. No território dos derivativos, o cenário também foi desaquecimento após um julho forte, com leve alta de 3,6%  no volume diário. Os custos e ganhos recorrentes da compra de uma participação no CME Group, maior bolsa de futuros do mundo e formada pela fusão entrea  Chicago Mercantile Exchange (CME) e a Chicago Board of Trade (CBOT). "Nós também ajustamos nossas linhas de receita para refletir como a bolsa vai incorporar os ganhos do CME". 

Siga as notícias do site EXAME sobre Mercados no Twitter. 
 

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasservicos-financeiros

Mais de Mercados

Ibovespa sobe puxado por Petrobras após anúncio de dividendos

Escândalo de suborno nos EUA custa R$ 116 bilhões ao conglomerado Adani

Dividendos bilionários da Petrobras, pacote fiscal e cenário externo: assuntos que movem o mercado

Ação da Netflix tem potencial de subir até 13% com eventos ao vivo, diz BofA