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Volkswagen corta projeções após tarifas dos EUA derrubarem lucro no 2º tri

Impacto bilionário das tarifas americanas e custos de reestruturação pressionam resultados da montadora alemã

Volkswagen: lucro cai 29% no 2º tri com impacto de tarifas dos EUA (Allison Sales/Getty Images)

Volkswagen: lucro cai 29% no 2º tri com impacto de tarifas dos EUA (Allison Sales/Getty Images)

Publicado em 25 de julho de 2025 às 15h28.

A montadora alemã Volkswagen reduziu suas projeções para 2025, pressionada pelas tarifas dos Estados Unidos e por despesas de reestruturação.

No segundo trimestre, o lucro operacional da empresa foi de €3,83 bilhões, queda de 29% em relação ao mesmo período do ano passado, quando havia somado €5,4 bilhões. O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, de €3,94 bilhões, segundo dados compilados pela FactSet.

A receita da montadora também veio fraca, alcançando €80,8 bilhões entre abril e junho, contra uma projeção de €82,2 bilhões.

As tarifas impostas pelos EUA custaram €1,3 bilhão à companhia no primeiro semestre, enquanto as provisões de reestruturação somaram €700 milhões. O impacto combinado desses fatores foi estimado em cerca de €2 bilhões.

Com isso, a empresa ajustou suas projeções para 2025. A expectativa de retorno operacional sobre vendas caiu para uma faixa entre 4% e 5%, ante previsão anterior de 5,5% a 6,5%.

A projeção para as vendas do ano também foi revisada e agora deve ficar em linha com 2024, enquanto antes era esperado um crescimento de até 5%.

Desafios do setor

O setor automotivo europeu enfrenta uma série de desafios, desde a concorrência intensa de montadoras chinesas até as tarifas de importação de 25% aplicadas pelos EUA, que podem subir para 30% a partir de 1º de agosto, segundo ameaças do presidente Donald Trump.

“Se olharmos para o primeiro semestre, vemos um cenário misto”, afirmou Arno Antlitz, diretor financeiro da Volkswagen, em entrevista à CNBC.

As margens também foram pressionadas pelo aumento da produção de veículos elétricos, cujos custos são mais altos do que os modelos a combustão.

Ainda assim, a demanda em algumas regiões compensou parte da queda. As vendas avançaram 19% na América do Sul, 2% na Europa Ocidental e 5% na Europa Central e Oriental no primeiro semestre, o que ajudou a neutralizar as quedas de 3% na China e de 16% na América do Norte.

A Volkswagen destacou ainda o avanço dos veículos 100% elétricos. Os pedidos por modelos elétricos cresceram 62% na primeira metade de 2025, enquanto o total de veículos vendidos no segundo trimestre caiu 3% frente ao mesmo período do ano anterior.

Segundo informações da CNBC, a empresa mantém a expectativa de um índice de investimento entre 12% e 13% na divisão automotiva para este ano, apesar do ambiente desafiador.

No ano, as ações da montadora subiram quase 15%.

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