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Volatilidade cambial pode ser o 'calcanhar de Aquiles' do mercado em 2025, diz relatório

Relatório da KKR alerta para riscos em meio a tensões comerciais, instabilidade fiscal e desequilíbrios econômicos globais,

Mercados podem enfrentar desafios em 2025 com aumento da volatilidade cambial e tensões econômicas globais. (	Rmcarvalho/Getty Images)

Mercados podem enfrentar desafios em 2025 com aumento da volatilidade cambial e tensões econômicas globais. ( Rmcarvalho/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 11h20.

A volatilidade cambial promete ser uma das principais preocupações para os mercados financeiros em 2025, potencialmente desencadeando correções bruscas, segundo o relatório de perspectivas da KKR, divulgado esta semana. A empresa alerta que guerras comerciais, desequilíbrios fiscais e tensões geopolíticas devem intensificar os movimentos nos mercados de câmbio, tornando-os um risco subestimado pelos investidores. As informações são da Business Insider.

De acordo com a KKR, os movimentos cambiais podem ser o "calcanhar de Aquiles" dos mercados no próximo ano, especialmente devido à falta de coordenação nas políticas monetárias e ao aumento do endividamento público global.

"A conclusão é que este não é o momento para assumir riscos excessivos em exposição cambial, pois isso pode se tornar a principal história de 2025", afirmou o relatório.

A empresa observa que as guerras comerciais e os desequilíbrios fiscais podem exacerbar a volatilidade cambial, impactando taxas de juros globais e gerando instabilidade. Além disso, altos níveis de dívida pública podem reduzir a demanda por moedas nacionais, causando desvalorizações abruptas.

Lições do passado: 1994-2000

A KKR sugere que os investidores aprendam com o comportamento do mercado entre 1994 e 2000. Após os aumentos nas taxas de juros em 1994, os mercados acionários apresentaram fortes recuperações, situação semelhante à observada desde 2022. Contudo, em 1998, uma combinação de volatilidade cambial e alavancagem excessiva levou a uma correção curta, mas intensa, que foi subestimada pelos investidores da época.

"Estamos vendo sinais semelhantes em alguns mercados atualmente", destacou o relatório.

O caso do real brasileiro

A moeda brasileira, o real, já ilustra os riscos apontados pela KKR. Esta semana, o real atingiu uma mínima histórica em relação ao dólar, tornando-se a moeda de pior desempenho global. Desde novembro, investidores vêm vendendo a moeda devido a preocupações com o crescente déficit fiscal e a insatisfação com as medidas de austeridade propostas.

A instabilidade cambial no Brasil também abalou os mercados de dívida e ações do país, destacando como desequilíbrios fiscais e falta de confiança podem amplificar os riscos cambiais.

O otimismo cauteloso da KKR

Apesar dos alertas sobre a volatilidade cambial, a KKR mantém uma visão otimista para 2025. A empresa projeta que o índice S&P 500 alcance 6.850 pontos até o final do ano e continue sua trajetória de alta rumo aos 7.500 pontos em 2026.

"Certamente, esperamos muita volatilidade, consolidações e quedas ao longo do caminho até nossos objetivos de preço para 2025-26", escreveu a KKR.

Para se proteger contra a volatilidade, a KKR recomenda aos investidores uma abordagem diversificada, combinando exposição a empresas de tecnologia de grande porte com ações cíclicas, bem como ativos de pequena e média capitalização.

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