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Voláteis, juros futuros ignoram piora externa e sobem

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 estava em 11,145%, de 11,04% no ajuste de ontem

As bolsas e as commodities registraram mais um dia no vermelho (Germano Lüders/EXAME)

As bolsas e as commodities registraram mais um dia no vermelho (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2011 às 17h17.

São Paulo - O mercado de juros futuros deixou de lado a piora do quadro externo e se ateve a rumores de que o Banco Central não pretende acelerar o ritmo de corte da taxa Selic, como se especulava ontem, para recompor prêmios ao longo de toda a curva a termo. Assim, os vendidos em taxa aproveitaram a sessão de hoje para colocar no bolso os ganhos dos últimos dias. Apenas isso explica o avanço das taxas projetadas pelos DIs, uma vez que os indicadores externos não trouxeram grandes surpresas e o cenário internacional segue em deterioração, com a ausência de solução para a crise de dívida na zona do euro e os problemas revelados pelo banco franco-belga Dexia.

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (305.820 contratos) estava em 11,145%, de 11,04% no ajuste de ontem. O janeiro de 2013, com giro de 677.630 contratos, subia a 10,27%, de 10,14% na véspera, enquanto o DI janeiro de 2014 (118.740 contratos) marcava 10,57%, de 10,52% ontem. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (34.975 contratos) avançava para 11,20%, de 11,10% no ajuste, e o DI janeiro de 2021 (apenas 395 contratos) apontava 11,24%, de 11,13%.

E, realmente, não houve nada além disso para justificar esse movimento do mercado de juros futuros. Internamente, a produção industrial de agosto, divulgada hoje pelo IBGE, cedeu 0,2% ante julho e cresceu 1,8% em relação a igual mês de 2010. O número na margem veio mais fraco do que a mediana do levantamento feito pelo AE Projeções, de -0,10%. A produção industrial de julho ante junho foi revisada de expansão de 0,5% para 0,3%. Também houve revisão da produção em julho ante julho de 2010, o que acentuou a queda de -0,3% para -0,7%. Já o IPC-Fipe mostrou desaceleração para 0,25% em setembro, ante 0,39% em agosto, mas subiu na comparação com a terceira quadrissemana do mês passado, que havia ficado em 0,22%.


No exterior, a aversão ao risco apenas se aprofundou de ontem para hoje. Os mercados repercutem a fala do presidente do grupo de ministros das Finanças da zona do euro (Eurogrupo), Jean-Claude Juncker, que afirmou ontem que a reunião de 13 de outubro que poderia decidir a entrega de mais uma parcela de ajuda à Grécia foi postergada para que os auditores tenham tempo de concluir seu trabalho. Pior ainda foi a notícia de que o conselho do banco Dexia informou ontem à noite que a sua ampla carteira de ativos está prejudicando sua estrutura, em um sinal de que pode haver uma cisão do banco. A Moody's já colocou os ratings da instituição em revisão para possível rebaixamento, mas as autoridades belgas e francesas garantiram a ajuda necessária ao banco.

Diante deste quadro, as bolsas e as commodities registraram mais um dia no vermelho. O petróleo WTI para novembro cedeu 2,50%, a US$ 75,67 por barril na Nymex. O contrato do cobre para três meses negociado na London Metal Exchange (LME) fechou em baixa de 2,72%.

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