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Vitória de Trump: Honda transfere produção do Civic híbrido do Japão para os EUA

Produção do modelo, que teve início em fevereiro na fábrica da Honda em Saitama, no Japão, será relocada para a planta da empresa em Indiana, nos EUA

Honda Civic Hybrid (Honda/Divulgação)

Honda Civic Hybrid (Honda/Divulgação)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 16 de abril de 2025 às 08h48.

A Honda decidiu transferir a produção de seu modelo híbrido Civic dos atuais centros de fabricação no Japão para os Estados Unidos.

A medida, anunciada nesta quarta-feira, 16, é uma resposta às tarifas impostas pelo governo do presidente Donald Trump sobre carros importados, que afetam as operações da montadora no mercado americano.

A produção do modelo híbrido de cinco portas, que teve início em fevereiro na fábrica da Honda em Saitama, no Japão, será relocada para a planta da empresa em Indiana, nos Estados Unidos, entre junho e julho deste ano.

A decisão foi confirmada por um porta-voz da Honda, que destacou que "a medida foi tomada com base em fatores externos, incluindo as tarifas da administração Trump".

A Honda é uma das marcas estrangeiras mais expostas no mercado dos EUA, já que importa aproximadamente 160 mil carros do México anualmente.

Os Estados Unidos são, juntamente com o Japão, o maior mercado para a montadora, assim como para outras fabricantes japonesas, como Toyota e Nissan.

Em resposta a rumores sobre a mudança da produção de outros modelos, a Honda no México comunicou que não há alterações planejadas nas suas operações no país.

Isso ocorreu após reportagens do Nikkei que sugeriram que a empresa poderia transferir parte de sua produção do México e do Canadá para os Estados Unidos.

Com as tarifas de 25% propostas por Trump, estima-se que os preços dos carros nos EUA possam aumentar em até 14%.

De acordo com a Bloomberg, o analista Christopher Richter, da CLSA Securities, acredita que a Honda pode enfrentar uma queda de 20% em seu lucro operacional, em comparação a previsões de perdas mais expressivas para concorrentes como Toyota (33%), Subaru (56%) e Mazda (68%).

A situação segue incerta. No começo da semana, Trump indicou que poderia aliviar temporariamente a indústria automobilística das tarifas, sem, no entanto, especificar as condições dessa pausa.

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