Verde: o fundo carro-chefe da gestora criada por Luis Stuhlberger, subiu 1,31% em maio, impulsionado por posições que se beneficiam da abertura de taxas de juros na Europa (Germano Lüders/Exame)
Bloomberg
Publicado em 8 de junho de 2022 às 10h48.
A Verde Asset Management, que tem cerca de R$ 41 bilhões sob gestão, vê um cenário “mais complexo” para o mercado acionário local à medida que o rali das commodities e a proximidade do fim do aperto monetário no Brasil são contrabalançados por crescentes preocupações com a trajetória fiscal do país.
“O Brasil se beneficia no curto prazo com o aumento dos preços das commodities e o ciclo mais adiantado de aumento de juros”, disse a Verde, em carta a cotistas divulgada nesta terça-feira, citando também os valuations atrativos das ações brasileiras. “Por outro lado, as reiteradas ameaças ao combalido arcabouço fiscal do país por medidas eleitoreiras colocam pressão nos prêmios de risco.”
O Ibovespa acumula alta de 5% desde o início do ano. Ainda assim, os múltiplos negociam perto da mínima em mais de 13 anos. O índice acionário negocia a 6,5 vezes o lucro estimado para os próximos 12 meses, contra a média histórica de dez anos de 11,6 vezes, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Na segunda-feira, o governo brasileiro apresentou um plano que promete ressarcir os estados que aceitarem zerar o ICMS de diesel e gás de cozinha. A medida, que busca reduzir os preços dos combustíveis, estressou os ativos domésticos nesta terça-feira, em meio ao temor com o impacto fiscal da proposta.
O fundo Verde, carro-chefe da gestora criada por Luis Stuhlberger, subiu 1,31% em maio, impulsionado por posições que se beneficiam da abertura de taxas de juros na Europa, ganhos com inflação implícita no Brasil, opções de petróleo e apostas em ações internacionais. No mesmo período, o índice IHFA, uma cesta de pares, subiu 1,10%, enquanto o CDI teve ganho de 1,03%.
Desde sua criação, em 1997, o fundo apresenta um retorno de mais de 20.100%.