Eleições 2022: Até o momento, a disputa não tem provocado grande volatilidade nos mercados locais (Manuel Cortina/SOPA Images/Flickr)
Bloomberg
Publicado em 11 de abril de 2022 às 10h24.
A Verde Asset Management, gestora criada por Luis que tem cerca de R$ 45 bi em ativos, espera que a temperatura política suba no Brasil ao mesmo tempo em que o presidente Jair Bolsonaro reduz a distância para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais.
“A (relativa) calmaria do noticiário local deve ser apenas temporária, à medida que a fase aguda do ciclo eleitoral se avizinha”, disse a Verde, em carta a cotistas. “A disputa dá sinais que será mais competitiva do que o consenso imaginava até pouco tempo atrás.”
Bolsonaro tem ganhado tração enquanto aposta em medidas sociais e diante da dificuldade de candidatos mais moderados, da chamada “terceira via”, em angariar suporte. Pesquisa Ipespe recente mostra Bolsonaro com 30% das intenções de votos para o 1º turno, ante 26% em março, enquanto Lula permaneceu com 44%.
Até o momento, a disputa não tem provocado grande volatilidade nos mercados locais. A visão de que nem Lula, nem Bolsonaro devem ser fiscalmente irresponsáveis tem ajudado a afastar receios de uma completa ruptura da política econômica atual.
Enquanto Lula tem criticado a política de preços da Petrobras e alguns de seus assessores sinalizam mais gastos caso ele saia vitorioso da disputa, os investidores têm apostado que seu pragmatismo e sinais ao centro irão prevalecer.
Escorado por um rali nos preços de commodities, o mercado acionário brasileiro lidera os ganhos globais neste ano, com alta de 32% em dólares. No mesmo período, o real subiu mais de 18%, a melhor performance entre as principais divisas.
A Verde, que tem o Credit Suisse como acionista minoritário, viu seu fundo carro-chefe apresentar um retorno de mais de 19.870% desde a sua criação, em 1997. O fundo subiu 4,2% em março, seu melhor mês em mais de um ano, impulsionado por apostas em ações brasileiras e em alta das taxas de juros nos mercados desenvolvidos.
“A nossa convicção de que as pressões inflacionárias continuariam agudas e pressionariam os bancos centrais, liderados pelo Federal Reserve, a apertar fortemente suas políticas monetárias se concretizou de modo importante” em março, disse a gestora.