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Verde diz que Brasil vive "trágico dia da marmota" e nada indica melhora

Em carta aos cotistas, o fundo, do renomado gestor Luis Stuhlberger, comenta que "navegar os mercados locais vem sendo uma odisseia extramemente complexa"

Luis Stuhlberger, sócio e gestor da Verde Asset (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Luis Stuhlberger, sócio e gestor da Verde Asset (Patricia Monteiro/Bloomberg)

PB

Paula Barra

Publicado em 10 de maio de 2021 às 19h53.

Última atualização em 10 de maio de 2021 às 21h13.

O fundo Verde, do badalado gestor brasileiro Luis Stuhlberger, disse que o Brasil parece viver em um "trágico dia da marmota", em referência ao clássico filme "Feitiço do Tempo", em que o repóter escalado para cobrir o Dia da Marmota em uma pequena cidade americana é condenado a reviver o mesmo dia seguidas vezes.

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Em carta aos cotistas, referente ao desempenho de abril, o Verde comenta que "navegar os mercados locais vem sendo uma odisseia extramemente complexa e nada indica que vai melhorar".

Para explicar a situação, a gestora menciona que as pressões fiscais não arrefecem diante da "liderança presidencial dúbia sobre o tema", enquanto as pressões inflacionárias refletem a alta dos preços das commodities e câmbio fraco. Ao mesmo tempo, diz, o Banco Central vai sendo empurrado pelo mercado para uma postura dura de política monetária (assim como ocorreu ano passado, quando foi empurrado para uma postura "ultra-dovish", complacente com a inflação).

Em abril, o fundo multimercado Verde teve um ganho de 1,20%, contra 0,21% do CDI, enquanto, no ano, acumula valorização de 3,14%, versus uma alta de 0,69% do mesmo benchmark.

A gestora atribui o desempenho do último mês ao livro de ações, tanto no Brasil quanto no exterior, e às posições em juros no mercado local e na Europa. Já as perdas, diz, foram marginais e vieram da posição comprada em dólar contra o real e da posição tomada em juros nos Estados Unidos.

No documento, o fundo Verde comenta que o avanço da vacinação nos países desenvolvidos continuou a tônica dos mercados em abril, especialmente nos EUA e Europa, combinado com políticas fiscais e monetárias estimulativas, o que levou as Bolsas a se apreciarem, enquanto as "pressões inflacionárias surgem em uma variedade de cadeias de suprimento".

"Passado o pico das reaberturas no verão do hemisfério Norte, esperamos algum arrefecimento, mas em linhas gerais as taxas de juros longas dos mercados desenvolvidos devem continuar sob pressão por mais tempo", aponta a carta.

Em relação às ações globais, a gestora aponta que acredita que os preços já refletem um bom grau de otimismo, o que os levou a reduzir exposições.

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