Financeiras das varejistas fecham torneira do crédito (Imagem gerada por inteligência artificial)
Redação Exame
Publicado em 18 de agosto de 2025 às 11h59.
Após a temporada de resultados do segundo trimestre de 2025, os indicadores-chave de desempenho (KPIs, da sigla em inglês) das financeiras das varejistas mostraram certa estabilização dos índices de inadimplência (NPLs, da sigla em inglês), ainda que acompanhada por sinais de aceleração da originação.
No segundo trimestre desse ano, na Renner (LREN3) os NPLs recuaram para 18,8%, refletindo restrições na concessão e maior eficiência de cobrança. Na C&A (CEAB3) o índice apresentou queda de 23% na comparação anual. Na Magazine Luiza (MGLU3) a inadimplência ficou em 8,4% no período.
De acordo com relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle de EXAME), depois de um forte aumento na originação de crédito durante os dois primeiros anos da pandemia, as empresas varejistas enfrentaram um salto nos índices de inadimplência, fruto do crescimento exponencial da taxa Selic, que pulou de 2% para 14% em apenas 18 meses.
Assim, as áreas de financiamento do varejo passaram a ter postura mais conservadora no crédito ao consumidor, o que favoreceu a apresentação de carteiras mais “limpas” pelas varejistas, com melhor análise de crédito e cobrança. Isso favoreceu a estabilização do índice de inadimplência.
Mas, segundo o BTG, existe forte dependência do varejo brasileiro das condições macroeconômicas, em especial crédito, PIB e confiança do consumidor. E apesar das valorizações ainda razoáveis dos papéis do varejo, restrição de crédito e desaceleração do consumo esperados para a segunda metade deste ano limitam revisões positivas no curto prazo as companhias do setor, aponta a casa.