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Varejistas caem em bloco na Bolsa após dados fracos do IBGE

Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) mostrou queda de 0,1% das vendas em junho sobre o mês anterior, abaixo do esperado pelo mercado

PMC: Vendas de hiper e supermercados caíram 0,5% (Leandro Fonseca/Exame)

PMC: Vendas de hiper e supermercados caíram 0,5% (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 13 de agosto de 2025 às 12h20.

Após um pregão de forte alta na bolsa brasileira, o Ibovespa opera em queda nesta quarta-feira, 13, puxado principalmente por varejistas, que dominam as cinco maiores quedas do índice.

Na manhã de hoje, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, mostrou que as vendas no varejo recuaram 0,1% em junho na comparação com o mês anterior e subiram 0,3% sobre um ano antes, bastante abaixo das expectativas.

Pesquisa da Reuters apontava para projeções de alta de 0,70% na comparação mensal e avanço de 2,40% sobre um ano antes.

Por volta das 12h, CVC (CVCB3) é a maior queda do Ibovespa, com recuo de 12,07%, após apresentar também um balanço com resultados abaixo das expectativas, especialmente com a pressão dos resultados financeiros.

Em seguida, vem Lojas Renner (LREN3, -5,14%), PCAR3 (-4,95%), AZZA3 (-4,86%) e VIVA3 (-4,28%). O ICON, índice de consumo, que reúne as principais empresas do setor na bolsa, caía 1,45%.

Melhores e piores desempenhos do varejo

Na PMC, houve variações negativas no volume de vendas em cinco das oito atividades do comércio varejistas em relação ao mês anterior:

  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,7%)
  • Livros, jornais, revista e papelaria (-1,5%);
  • Móveis e eletrodomésticos (-1,2%);
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,9%);
  • Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5%).

Por outro lado, os resultados positivos ficaram por conta dos seguintes setores:

  • Tecidos, vestuário e calçados (0,5%);
  • Combustíveis e lubrificantes (0,3%);
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1%)

Expectativas para o segundo semestre

A recente perda de tração do varejo reflete, em parte, um processo de acomodação após o desempenho mais aquecido observado no início do ano. Mas também evidencia os efeitos do aperto monetário e seus impactos sobre o crédito, além das restrições impostas pelo elevado endividamento das famílias, afirma Rafael Perez, economista da Suno Research.

Segundo ele, no entanto, a expectativa é que o segmento mantenha crescimento, porém em ritmo mais lento na segunda metade do ano, à medida que a desaceleração econômica se torne mais disseminada.

“A resiliência do mercado de trabalho, os estímulos do governo, o pagamento de precatórios em julho e a valorização recente do real devem mitigar os impactos negativos sobre o consumo e a renda no segundo semestre”, diz.

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