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Varejista americana Bed, Bath & Beyond tem "dúvidas" sobre sobrevivência; ações despencam

Com saúde financeira enfraquecida, rede de lojas de itens para o lar sentiu o impacto do ambiente macroeconômico nos EUA

Falência: varejista de itens para o lar teme a descontinuidade do negócio (Bed Bath & Beyond/Exame)

Falência: varejista de itens para o lar teme a descontinuidade do negócio (Bed Bath & Beyond/Exame)

O risco de falência de uma varejista acendeu o sinal de alerta nos Estados Unidos, com o cenário macroeconômico pressionando os negócios. A Bed Bath & Beyond, rede de lojas de cama, mesa e banho e tudo que vai além disso em itens domésticos, disse hoje que tem "dúvidas substanciais" se conseguir se manter no mercado.

"Embora a empresa continue a buscar ações e medidas para melhorar sua posição de caixa e mitigar qualquer possível déficit de liquidez, com base em perdas recorrentes e fluxo de caixa negativo das operações para os nove meses encerrados em 26 de novembro de 2022, bem como projeções atuais de caixa e liquidez, a companhia concluiu que há dúvidas substanciais sobre sua capacidade de continuar operando", escreveu a varejista em comunicado.

Criada em 1971, a Bed Bath & Beyond opera lojas nos Estados Unidos, Canadá, Porto Rico e até na Nova Zelândia. No entanto, desde 2018 vem reduzindo o número de lojas, como mostram dados compilados pela empresa de pesquisas Statisa. Em 2018 eram 1.552 unidades, em julho de 2022 somava 953.

Apesar de operar online, a rede sentiu a competição com gigantes do varejo online, como a Amazon. Tentou uma reformulação, lançou marcas próprias e até viu um fôlego extra com o pico de demanda do isolamento imposto pelos primeiros meses da covid-19, que impulsionou a venda de itens para o lar. Mas tudo isso não foi suficiente para a companhia cuja saúde financeira estava debilitada. A situação se agravou com a quebra das cadeias de fornecimento e, mais recentemente, com o cenário inflacionário, que começa a provocar mudanças nos hábitos de consumo dos americanos e em todo o mundo.

De acordo com a varejista, no terceiro trimestre encerrado em novembro, é esperada uma queda de receita. Os números ainda são preliminares e o resultado só deve ser divulgado em 10 de janeiro. A projeção é de que a receita some US$ 1,26 bilhão, queda 33% em comparação com US$ 1,88 bilhão do mesmo período do ano anterior, refletindo menor tráfego de clientes e níveis reduzidos de disponibilidade de estoque.

Com esse cenário, a companhia espera registrar um prejuízo líquido de aproximadamente US$ 385,8 milhões no terceiro trimestre, um aumento de quase 40% se comparado com um ano antes.

"Apesar de planos de merchandising mais produtivos e execução aprimorada, nosso desempenho financeiro foi impactado negativamente por restrições de estoque, pois fizemos parceria com nossos fornecedores para enfrentar desafios micro e macroeconômicos. Limites de crédito reduzidos resultaram em níveis mais baixos de estoque dentro dos sortimentos que nossos clientes esperam. Consequentemente, já aproveitamos a liquidez obtida da temporada de férias para buscar imediatamente níveis mais altos de estoque com o apoio de nossos principais fornecedores", argumenta a presidente do grupo, Sue Cove. A executiva assumiu em junho, depois da saída de Mark Tritton.

A Bed Bath & Beyond cancelou uma troca de dívida planejada. A empresa havia oferecido aos credores a possibilidade de trocar títulos não garantidos por um valor nominal mais baixo de novas obrigações garantidas, a fim de reduzir a carga de dívida geral da empresa. Mas as negociações foram encerradas por falta de consentimento entre a empresa e os credores. Agora, analisa as alternativas possíveis, incluindo a reorganização da dívida, ampliação de capital e venda de ativos.

Na Nasdaq, bolsa em Nova York onde as ações da companhia são negociadas, o papel caía 23,86%, para US$ 1,83. Em 2013, a ação da companhia chegou a ser negociada a US$ 79,32. As ações de concorrentes como Walmart e Target são negociadas a US$ 143,82 e US$ 153,43, respectivamente.

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