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Vamos (VAMO3) mostra capacidade de adaptação a juros altos; ação lidera altas do Ibovespa

Companhia divulgou resultados do quarto trimestre em linha com estimativas, mas mostrou disciplina na precificação dos contratos

Vamos: empresa registrou um lucro líquido de R$213 milhões no quarto trimestre de 2024 (Vamos/Divulgação/Divulgação)

Vamos: empresa registrou um lucro líquido de R$213 milhões no quarto trimestre de 2024 (Vamos/Divulgação/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 25 de março de 2025 às 16h50.

Última atualização em 25 de março de 2025 às 17h21.

O Grupo Vamos, especializado na locação de caminhões, está liderando as altas no Ibovespa nesta terça-feira, 25, depois de divulgar seu balanço do quarto trimestre de 2024. As ações da companhia avançaram mais de 15,39% perto das 17h, para R$ 4,95, refletindo o que parte do mercado entende ser o momento de inflexão para a companhia.

O Banco Safra destacou que a Vamos tem demonstrado uma "capacidade de repassar o aumento do custo de capital", o que seria um sinal de adaptação da empresa ao atual cenário de taxas de juros elevadas. A instituição afirmou que a companhia "conseguiu manter um bom desempenho na locação, apesar do aumento nas despesas financeiras, refletindo a disciplina da gestão em repassar os custos de capital mais elevados"​. O banco manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 6,70.

No quarto trimestre, a Vamos registrou um lucro líquido de R$213 milhões, representando um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida cresceu 40,4% ano a ano, atingindo R$1,229 bilhão, impulsionada principalmente pelo bom desempenho da divisão de locação de ativos. O Ebitda, indicador que funciona como um proxy para a geração de caixa, subiu 27,6%, alcançando R$ 882 milhões, embora a margem Ebitda tenha registrado uma leve queda para 71,8% devido ao maior peso das vendas de ativos no resultado consolidado.

Em termos operacionais, a divisão de locação da Vamos apresentou um crescimento sólido, com um aumento de 27% na receita, que chegou a R$1,1 bilhão. O Ebitda da locação foi de R$863 milhões, uma alta de 26% em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, o desempenho foi afetado pelos R$232 milhões em devoluções de ativos, uma melhora em relação aos R$270 milhões do trimestre anterior. A empresa também enfrentou desafios com a retomada de R$2 bilhões em ativos, incluindo R$1,2 bilhão no ano de 2024.

A XP Investimentos classificou os resultados do trimestre como "em linha com as expectativas do mercado", destacando a "performance sólida da locação, apesar das dificuldades relacionadas à devolução de ativos". A XP comentou que "o bom desempenho nos novos contratos e o aumento da margem de rentabilidade são sinais positivos para o futuro da empresa", e manteve sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 7,50​.

Já o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) observou que, apesar do lucro líquido acima das expectativas, a Vamos segue enfrentando desafios com a alavancagem e a devolução de ativos. O banco pondera, no entanto, que a empresa mostra sinais claros de adaptação ao cenário de juros mais altos.

O banco destacou que a Vamos "tem se mostrado disciplinada na precificação de seus contratos, o que, combinado com a reestruturação da empresa, deve levar a resultados mais consistentes", mantendo a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 15,00​.

O papel, no entanto, também ganha fôlego no pregão desta terça-feira em meio à rotação de capital na Bolsa brasileira, que motivou um movimento de short covering para muitos papéis.

No acumulado de 12 meses, as ações da Vamos recuam mais de 40%.

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