Vamos: no quarto trimestre, a empresa chegou a um total de 43.829 ativos na frota, 65,5% mais que 2021 (Divulgação/Site Exame)
Em 2023, o Grupo Vamos (VAMO3) empresa de compra, venda, troca e aluguel de caminhões, máquinas agrícolas e linha amarela (máquinas do setor de construção civil), espera repetir o desempenho do ano passado, quando concluiu o último trimestre com recordes.
"Vivemos num momento como se fosse anticícilico. Nosso negócio é único e sustentável e é algo econômico quando as empresas estão cortando custos", argumenta Gustavo Couto, CEO da companhia em entrevista à EXAME Invest. O lucro líquido de R$254,3 milhões no quarto trimestre foi recorde e 116% superior ao mesmo período do ano anterior. Em todo 2022, o crescimento foi de 66,2%, totalizando R$ 668,6 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 566,8 milhões no quarto trimestre é 88,7% superior ao quarto trimestre de 2021. Para o ano de 2022, o aumento foi de 84,2%, totalizando R$ 1,93 bilhão.
No período, a receita líquida somou R$ 1,39 bilhão, ficando 72,4% maior que um ano antes. Em 2022, o indicador totalizou R$ 4,91 bilhões, alta de 74%.
Com taxa de juros mais baixas, os resultados poderiam ser ainda melhores, argumenta Couto.
Do lado da demanda, os juros mais altos até podem ajudar o negócio da Vamos, segundo o executivo. "Se alguém pensa em renovar ou expandir sua frota, com juros altos ela se tornou ainda mais cara que aluguel. Então, a taxa de juros faz as empresas repensarem aumento da frota, e daí locação ganha mais oportunidade", diz ele. Hoje, o segmento de locação de caminhões tem penetração de aproximadamente 1% apenas e o setor de linha amarela é bastante pulverizado.
"Somos uma empresa de capital intensivo, então naturalmente temos todos os mecanismos de proteção para o custo da dívida ficar protegido", explica ele. Além de políticas de hedge na captação dos recursos, a empresa também tem conseguido repassar a pressão dos juros para os reajustes dos contratos. "Há necessidade de retornos mais altos para refletir taxa de juros mais alta."
Apesar dos juros mais altos, o investimento contratado de R$1 bilhão no quarto trimestre, represento aumento de 66%. No acumulado de doze meses, o investimento contratado atingiu R$5,55 bilhões, superando o guidance previsto para o ano de 2022, conforme divulgado ao mercado e 62,1% maior em relação ao ano de 2021.
O investimento implantado foi recorde, com R$1,48 bilhão realizado, alta de 191,4% em relação ao ao último trimestre de 2021, e R$4,84 bilhões no ano de 2022, crescimento de 133%.
O ROIC (retorno sobre capital investido) no ano foi de 19,0% contra 14,2% em 2021, representando um aumento de 4,8 pontos percentuais.
O estoque de ativos novos da companhia em dezembro somou R$3,46 bilhões, reforçando o posicionamento estratégico e a forte perspectiva de crescimento. Do total, R$641 milhões em implantação e R$2,82 bilhões em estoque disponível para locação.