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Valor de empresas de Eike cresce R$2,8 bi por acordo com BTG

Em meio a um momento de desconfiança no mercado, Eike fechou um acordo com o banqueiro André Esteves que ajudou a mitigar os temores de investidores

Veja agora: (Douglas Engle/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2013 às 13h58.

São Paulo - As ações de empresas controladas pelo empresário Eike Batista dispararam na Bovespa nesta quinta-feira, após sua holding EBX fechar acordo com o BTG Pactual para receber crédito e assessoria financeira.

O acordo de Eike com o banqueiro André Esteves ajudou a elevar o valor de mercado das companhias da EBX em cerca de 2,5 bilhões de reais nesta quinta-feira, na comparação com o fechamento da véspera, segundo cálculos da Thomson Reuters.

A parceria, anunciada na noite da véspera, também prevê futuros investimentos de capital de longo prazo para projetos da EBX, aliviando preocupações sobre os desafios financeiros e operacionais do grupo.

O acordo ocorre num momento em que as empresas de Eike --a maioria em fase pré-operacional-- sofrem com a crescente desconfiança do mercado, diante de atrasos em projetos e resultados operacionais abaixo do esperado.

"(O acordo) faz sentido, as coisas não andaram tão rápido como o esperado e o dinheiro está acabando," disse Pedro Galdi, analista de companhias de petróleo e mineração da SLW Corretora em São Paulo. "As companhias do Eike precisam de muito capital e de um parceiro de crédito." A ação da petrolífera OGX subiu 16,44 por cento, a 3,40 reais, a mineradora MMX disparou 17,04 por cento, 3,64 reais, e a companhia de logística LLX teve forte alta de 10,41 por cento, a 2,44 reais.

O forte avanço dos papéis impulsionou o Ibovespa, referencial do mercado paulista, que subiu 1,56 por cento. As units do BTG tiveram valorização de 2,04 por cento.

Fora do índice, a empresa de estaleiros OSX ganhou 10,18 por cento, enquanto a companhia de energia MPX subiu 1,54 por cento. CCX, por outro lado, fechou em queda de 0,25 por cento.

Para o estrategista Luis Gustavo Pereira, da Futura Corretora, a parceria é "muito interessante" para o grupo EBX e ajuda a dissipar preocupações do mercado com relação a caixa e acesso a financiamentos para as empresas de Eike.


"Isso também pode beneficiar as empresas em termos de potenciais clientes para o porto de Açu e contratos da OSX, por exemplo." Na quarta-feira, a petrolífera BP anunciou joint venture com a EBX para a formação de uma distribuidora de combustíveis marítimos no porto Além da reação positiva do mercado ao anúncio da parceria com o BTG, analistas e operadores também citaram que o forte avanço das ações das empresas "X" também refletiu movimentos de cobertura de posições vendidas (aposta na queda dos papéis).

CAUTELA

Para Hamilton Alves, analista sênior do BB Investimentos em São Paulo, o acordo entre o Eike e Esteves deve ajudar a estruturar melhor o grupo do empresário da EBX.

"Até então era a figura do Eike tocando tudo sozinho, mas agora ele tem um banco de investimento muito bem estruturado por trás", disse Alves, ponderando, porém, que "essa alta toda (das ações da empresas de Eike) é um certo exagero (...) O acordo é mais para o médio e longo prazos".

Na linha do analista do BB, Dany Rappaport, que administra 320 milhões de reais em ativos na InvestPort em São Paulo mostrava dúvidas sobre os efeitos da parceria que justifiquem a valorização dos papéis.

"Não vejo como isso vai imediatamente resolver as deficiências operacionais da EBX (...) O BTG Pactual ganhou muita experiência recuperando empresas similares a algumas do grupo EBX, o que é encorajador de certo modo, mas neste momento é difícil avaliar qual será o impacto (do acordo)", disse Rappaport.

* Matéria atualizada às 19h53

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