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Vale (VALE3) tem maior queda em dois meses com produção e vendas "decepcionantes" no 1º trim.

Ações da mineradora recuam perto de 4% após surpresa negativa no relatório de produção

Vale (VALE3): retomada da China pode impulsionar as ações da empresa (Germano Lüders/Exame)

Vale (VALE3): retomada da China pode impulsionar as ações da empresa (Germano Lüders/Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 19 de abril de 2023 às 14h19.

Última atualização em 19 de abril de 2023 às 15h19.

As ações da Vale (VALE3) caem perto de 4% nesta quarta-feira, 19, com investidores reagindo negativamente aos últimos dados do negócio divulgados pela empresa. O relatório de produção e vendas do primeiro trimestre, apresentado na noite de ontem, foi classificado como “decepcionante” por analistas.

“A produção reportada de minério ficou em linha com a expectativa do consenso de mercado, mas as vendas reportadas ficaram 11 milhões de toneladas abaixo da produção e 15% abaixo da nossa estimativa”, afirmaram os analistas do Goldman Sachs em relatório.

A Vale registrou aumento na produção de minério de ferro no primeiro trimestre, para 66,7 mil toneladas – crescimento de 5,8% na comparação anual. O número, porém, representa uma queda de 17,4% frente às 80,8 mil toneladas apuradas no quarto trimestre de 2022.

Já as vendas de finos e pelotas de minério de ferro caíram 7% na comparação anual. Segundo a empresa, o movimento ocorreu “devido a restrições de embarque no Sistema Norte durante o período chuvoso e ao rebalanceamento da cadeia de suprimentos após fortes vendas no quarto trimestre”.

As vendas de metais básicos, principalmente cobre, também foram mais fracas do que o esperado. Esperamos uma reação negativa do mercado”, disseram os analistas. Os papéis da mineradora, que são os de maior peso na carteira teórica do Ibovespa, ajudam a puxar o índice para baixo nesta quarta-feira.

Ainda compensa investir na Vale (VALE3)?

Os analistas do Goldman têm recomendação neutra para as ações da Vale, com preço-alvo de US$ 13,30 – o que implica um desconto de 15% frente aos US$ 15,77 de fechamento do último pregão. 

Os riscos envolvem queda do preço do minério de ferro com uma desaceleração mais rápida que o esperado na China, além de uma potencial valorização do real. Do lado positivo, os analistas destacam que o crescimento da China pode surpreender, o que ajudaria os papéis da Vale. Outro impacto poderia vir da redução das pressões inflacionárias sobre os custos da empresa.

O time de análise do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) aposta que a retomada da China pode ajudar a Vale no longo prazo, ainda que o momento atual se mostre mais desafiador.

“Continuamos construtivos na [tese da] recuperação chinesa, e espera que o quadro macro permaneça altamente favorável para o investimento na Vale, com os preços do minério de ferro oscilando em torno de US$ 120 por tonelada”, afirmaram em relatório. A recomendação do banco é de compra para as ações, com preço-alvo de US$ 23.

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