VALE: conversas com interessados por comprar uma fatia da unidade de metais básicos vão "muito bem" (Germano Lüders/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 12h51.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2023 às 13h22.
Em tempos de demanda global por uma transição energética, as ações das mineradoras estão negociando a múltiplos "ridiculamente baixos", segundo o CEO da Vale (VALE3), Eduardo Bartolomeu. "A demanda está chegando, mas não está bem preficada", disse o executivo em teleconferência com analistas nesta sexta-feira, após a divulgação de resultados do quarto trimestre, quando a companhia registrou lucro 30% menor.
Segundo o executivo, as ações das companhias do setor de mineração, incluindo a Vale, estão subvalorizadas em meio à demanda por fontes alternativas de energia. Essa subavaliação, segundo ele, seria um desafio para o setor conseguir seguir na corrida pela transição energética e eletrificação automotiva.
Olhando para o horizonte mais longo, grande parte da estratégia da Vale passa pela unidade de metais básicos, que é a divisão responsável pela produção de níquel e cobre, muito usados para as baterias de veículos elétricos e outras demandas do setor de tecnologia.
Essa frente ganha mais relevância dada a preocupação global por encontrar fontes alternativas e menos poluentes do que o petróleo. Foi de olho nisso, inclusive, que a Cosan (CSAN3) montou posição no capital social da Vale, se tornando uma das acionistas relevantes da mineradora.
Agora, a direção da Vale diz que já está progredindo na busca por um sócio para a unidade. De acordo com o diretor financeiro da Vale, Gustavo Pimenta, as conversas com interessados por comprar uma fatia do negócio "estão indo muito bem".
Segundo a mídia internacional, a fabricante de automóveis norte-americana General Motors seria uma das interessadas na unidade de metais básicos da Vale. A direção da companhia diz que os recursos obtidos com a potencial operação serão reinvestidos na área, com objetivo de crescimento do negócio.
Ainda de acordo com o diretor financeiro, a recompra de ações da companhia continua sendo um dos instrumentos mais interessantes. Em abril de 2022, a companhia anunciou um programa de recompra estimado em mais de R$ 40 bilhões e com duração de 18 meses.
Ontem, a companhia também anunciou o pagamento de mais de R$ 8 bilhões em dividendos, que somados aos juros sobre capital próprio anunciados anteriormente, somam mais de R$ 9 bilhões de remuneração aos acionistas.