São Paulo - Os ativos locais voltavam a se valorizar nesta terça-feira, em linha com o tom positivo no exterior amparado por notícias de fusões e aquisições. Na Bovespa, as ações da Vale respondiam pelo maior volume, após a indicação na véspera de Murilo Ferreira para comandar a mineradora.

Embora ainda haja alguma preocupação com o grau de influência do governo na condução da mineradora, a indicação foi recebida de forma positiva pelo mercado. As ações preferenciais da Vale subiam 0,21 por cento, enquanto as ordinárias ganhavam 0,46 por cento.

O mercado monitorava ainda a fala do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Em evento na capital paulista, Tombini disse que o Brasil apresenta excelentes perspectivas de crescimento no médio e longo prazos e que o crescimento do crédito no país se deu de forma segira nos últimos anos.

A bolsa brasileira chegou a superar os 70 mil pontos pela manhã, mas arrefecia a valorização no início da tarde. Em Nova York, os principais índices se concentravam na oferta de 6,5 bilhões de dólares feita pela Texas Instruments para a compra da National Semiconductor , o que ajudava a reavivar a confiança na economia.

Nem mesmo o aumento de juro na China esfriava o bom humor de investidores. Foi a quarta elevação desde outubro, sugerindo que os dados de inflação a serem divulgados na próxima semana mostrem aumento de preços em março maior que o esperado.

Expectativas de alta no juro também repercutiam na Europa, o que oferecia algum suporte ao euro. Mais cedo, a moeda única chegou a cair após a Moody's cortar a nota de crédito de Portugal. A agência disse que o novo governo português precisa urgentemente buscar ajuda financeira da União Europeia (UE).

O viés positivo na Europa foi menos acentuado, mas ainda assim o principal índice de ações fechou perto da máxima em quatro meses.

A melhor performance do euro favorecia a queda do dólar ante uma cesta de moedas <.DXY>. A divisa também perdia valor ante o real, nas mínimas desde agosto de 2008.

No segmento de renda fixa, as projeções de juros tinham leve alta, ainda com pequenos ajustes e à espera do IPCA.

Segundo pesquisa da Reuters, a mediana de 17 projeções apontou alta de 0,70 por cento para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, ante 0,80 por cento em fevereiro.